Perturbações visuais

São vários os problemas oculares que acometem os brasileiros. Glaucoma e catarata estão entre as queixas mais comuns. Essas patologias podem ser prevenidas ao longo da vida

A saúde dos olhos nem sempre é prioridade entre a população. Algumas alterações graves podem apresentar-se inicialmente assintomáticas, portanto, é importante que visitas regulares sejam feitas ao oftalmologista, mesmo na ausência de sintomas.

Especialistas informam que é importante que os pais fiquem atentos desde a infância; já nos primeiros anos de vida, é possível notar se existe algum problema ocular, sobretudo, quando as crianças apresentam baixo aproveitamento na escola. Elas devem passar por avaliação da acuidade visual anualmente, principalmente até os sete anos de idade, período em que o processo de desenvolvimento da visão está se completando.

Adultos devem ser acompanhados com maior regularidade. Se possível, anualmente, principalmente após os 40 anos de idade, fase em que algumas doenças têm uma maior prevalência. Entre as que mais preocupam e causam cegueira, estão o glaucoma e a catarata.

Glaucoma

Glaucoma é uma neuropatia óptica crônica que tem como principal fator de risco a pressão intraocular elevada, porém existem casos com pressão intraocular normal. O glaucoma é uma doença silenciosa, na qual a grande maioria dos pacientes não apresenta sintomas e, quando aparecem, geralmente a doença encontra-se muito avançada e à beira da cegueira.

“A história familiar é de suma importância. Quando familiares de primeiro grau têm a doença, a chance de morbidade aumenta de dez a 15 vezes. No glaucoma crônico de ângulo aberto, que é a forma mais comum desta patologia, a incidência é mais alta em negros (duas a três vezes), enquanto que o glaucoma de ângulo fechado incide mais comumente em orientais”, informa o médico oftalmologista do Visão Institutos Oftalmológicos, Dr. Bruno Prieto.

O glaucoma pode ser detectado após o exame oftalmológico em que o médico mede a pressão intraocular, examina o fundo do olho e, quando necessário, solicita um exame complementar do campo visual.

Segundo o oftalmologista especializado em glaucoma do Hospital de Olhos Paulista (H.Olhos), Dr. José Garone Lopes, pessoas com mais de 35 anos de idade são pacientes de risco e a doença é a segunda maior causa de cegueira no mundo, ou seja, seus danos são irreversíveis. “No Brasil, estima-se que cerca de um milhão de pessoas tenha glaucoma. No mundo, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), aproximadamente 5,2 milhões de indivíduos perderam a visão em decorrência da doença, o que significa 15% dos casos de cegueira.” 

De acordo com o Dr. Lopes, o tratamento do glaucoma é, na maioria dos casos, feito com colírios de uso contínuo. “A doença deve ser tratada para o resto da vida, com medicamentos que ajudam a estabilizar a pressão ocular. Muitas vezes, é necessário o uso de mais de um produto diariamente, exigindo disciplina do paciente”, completa.

Se o tratamento com o uso de medicamentos não apresentar resultados satisfatórios, é indicada a cirurgia. O tipo e o estágio de glaucoma determinarão qual será a melhor técnica cirúrgica: métodos convencionais ou a laser. Podem, ainda, ser necessárias mais de uma cirurgia para se obter o resultado adequado. 

Vale ressaltar

• Mesmo sem queixas oculares, é impreterível que consultas periódicas sejam realizadas, para que o oftalmologista consiga detectar o glaucoma em fases iniciais assintomáticas.

• Portadores de glaucoma devem usar regularmente o medicamento prescrito. O tratamento não deve ser interrompido ou modificado sem supervisão médica.

• O glaucoma não tem cura, por isso, é importante que a doença seja descoberta em suas fases iniciais para que não chegue à cegueira irreversível.

Fonte: Hospital de Olhos Paulista (H.Olhos)

 

Cirurgia de catarata

O procedimento dura, em média,15 minutos. A recuperação da cirurgia, com pós-operatório mais tranquilo, ocorre se o paciente repousar e evitar:

• Movimentos bruscos com a cabeça.

• Comprimir ou coçar o olho.

• Ambientes quentes e poluídos.

• Vapor, poeira e vento.

• Xampu e sabão no olho operado.

Fonte: Hospital de Olhos Paulista (H.Olhos)

Catarata

A catarata é a opacificação do cristalino (lente natural do olho), que resulta em uma diminuição progressiva da visão. São quatro tipos:

• Catarata congênita: opacidade do cristalino já presente ao nascimento.

• Catarata traumática: opacidade do cristalino que se desenvolve após um trauma no olho.

• Catarata senil: opacidade do cristalino que se desenvolve com a idade, em consequência de alterações da sua estrutura, relacionadas com o envelhecimento.

• Catarata secundária: são consideradas patologias sistêmicas ou oculares.

Segundo o oftalmologista especializado em catarata do H.Olhos, Dr. Eduardo Parente Barbosa, o paciente com catarata, normalmente, percebe diminuição da qualidade da visão e mudanças na percepção das cores. Em casos mais avançados, pode ficar cego. 

A catarata pode afetar primeiro um olho e só depois o outro. Os sintomas são: embaçamento da visão, ofuscamento pela luz do sol e farol de carro, dificuldade de enxergar, aumentando de acordo com a quantidade de luz.

De acordo com o Dr. Pietro, algumas formas de catarata congênitas são hereditárias com herança genética e podem ser de aparecimento precoce (no recém-nascido) ou tardio (crianças, adolescente e adultos jovens). “Porém, a catarata tem uma prevalência maior em idosos. Quanto maior a faixa etária, mais comum é a doença.”

O tratamento é essencialmente cirúrgico. Não havendo contraindicação, a cirurgia de catarata é indicada para todos os estágios da doença. Quanto mais cedo ela for descoberta, mais rápida será a recuperação e menores serão as chances de complicação durante o procedimento.

Para a oftalmologista e chefe do setor de catarata do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HC-FMUSP), Dra. Amaryllis Avakian, hábitos alimentares saudáveis, não consumir bebidas alcoólicas, não fumar e usar óculos escuros podem ajudar a reduzir o risco de apresentar a doença. Ela afirma que a catarata atinge quase metade (46,2%) da população mundial com mais de 65 anos de idade. “Estima-se que, no mundo, cerca de 160 milhões de pessoas tenham a doença, considerada a maior causa de cegueira evitável. No Brasil, são dois milhões e surgem cerca de 120 mil novos casos ao ano”, informa. 

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A classe terapêutica de preparações antiglaucoma movimentou 596 milhões de reais no ano móvel de fevereiro de 2016 (acumulado de março de 2015 a fevereiro de 2016), apresentando crescimento de 13% em relação ao ano móvel de fevereiro 2015.

Fonte: IMS Health

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Captura de Tela 2016 05 31 as 12.18.35Autor: Tassia Rocha

 

 

Prazos encurtados

Edição 282 - 2016-05-01 Prazos encurtados

Essa matéria faz parte da Edição 282 da Revista Guia da Farmácia.

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