Alerta para epidemia

Com o aumento dos casos de infectados, as autoridades fazem alerta para os cuidados com a prevenção e esclarecem dúvidas sobre a vacinação

Até 14 de fevereiro de 2017, foram notificados ao Ministério da Saúde (MS) 1.230 casos suspeitos de febre amarela silvestre; destes, 890 (72,4%) casos permanecem em investigação, 234 (19,0%) casos foram confirmados e 106 (8,6%) foram descartados.

Ainda de acordo com o MS, o perfil demográfico dos casos confirmados coincide com aquele geralmente observado nos surtos de febre amarela silvestre, com a maior parte dos casos em pacientes do sexo masculino e idade economicamente ativa, uma vez que estes indivíduos se expõem com maior frequência a áreas e situações de risco, sobretudo, em decorrência de atividades laborais.

Do total de casos, 197 evoluíram para óbito, sendo que 115 (58,4%) mortes permanecem em investigação, 80 (40,6%) falecimentos foram confirmados e 2 foram descartados (1%). A taxa de letalidade entre os casos confirmados foi de 34,2%. 

O que é 

Segundo a Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), a febre amarela é uma doença causada por um vírus e é transmitida por mosquitos. A doença pode ocorrer nas regiões de matas e nos ambientes silvestres, por esta razão chamada febre amarela silvestre. Quando a doença ocorre nas cidades, é chamada de febre amarela urbana.

A febre amarela silvestre é transmitida por mosquitos chamados de Haemagogus e Sabethes. Já a febre amarela urbana é transmitida pelo Aedes aegypti. O vírus ocorre em locais de clima tropical, sendo mais comum na América do Sul e na África. A doença é chamada assim porque o paciente pode ficar com o corpo todo amarelo, condição chamada de icterícia. Apesar de ser considerado um vírus perigoso, pois pode causar formas graves e morte, a maioria das pessoas não apresenta sintomas e evolui para a cura.

Tratamento

Não existem medicamentos específicos contra o vírus da febre amarela, porém, não devem ser utilizados anti-inflamatórios e ácido acetilsalicílico. As formas graves são tratadas no ambiente hospitalar.

Como evitar a febre amarela:

• Usar camisas de mangas longas, calças compridas, de preferência de cor clara.

• Ficar em lugares fechados com ar condicionado ou que tenham janelas e portas com tela para evitar a entrada de mosquitos.

• Dormir debaixo de mosquiteiro.

• Evitar o uso de perfumes durante atividades ao ar livre nos ambientes de matas silvestres.

• Usar repelentes adequados. 

A vacina

A forma mais eficaz de evitar a febre amarela é por meio da vacinação. Ela é feita de vírus vivo atenuado; isto quer dizer que ele foi enfraquecido para não causar doenças em pessoas saudáveis. O vírus age estimulando o organismo a produzir a proteção e o efeito aparece cerca de dez dias após a 1ª dose. Porém, sempre se deve tomar a dose de reforço. 

A vacina é recomendada apenas para as pessoas que vivem ou viajam para as áreas de recomendação da vacina. A população que não vive na área de recomendação ou não vai se dirigir a essas áreas não precisa buscar a vacinação neste momento. 

Sintomas 

A maioria das pessoas que adquire o vírus da febre amarela não apresenta sintomas. Quando eles aparecem, são caracterizados por febre baixa, dores musculares em todo o corpo, principalmente nas costas, dor de cabeça, dor nas articulações, náuseas e vômito e fraqueza.

Esses sintomas duram entre três e quatro dias. Alguns pacientes podem ter sintomas mais graves, cerca de 24 horas após a recuperação dos mais simples. Existem casos que já começam com sinais bastante graves, atingindo vários órgãos do corpo, principalmente o fígado e os rins. Os sintomas dessa fase são febre alta, icterícia (amarelidão) pela inflamação no fígado, vômitos com sangue, urina escura, sangramentos na pele e olhos avermelhados. Em casos mais graves, o paciente pode vir a óbito.


Fontes: Ministério da Saúde (MS); e Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI)

Eficácia comprovada

Edição 292 - 2017-03-01 Eficácia comprovada

Essa matéria faz parte da Edição 292 da Revista Guia da Farmácia.

Deixe um comentário