Dor de cabeça

Dentre os mais de 200 tipos, a enxaqueca e a cefaleia tensional são os mais comuns

De acordo com a classificação da Sociedade Internacional de Cefaleia (SBCE) (2013), existem mais 200 tipos de dores de cabeça ou cefaleia, tendo a enxaqueca e a cefaleia tipo tensional figurando como as mais comuns.

A neurologista e membro da SBCE, Dra. Eliana Meire Melhado, explica que a enxaqueca ou migrânea é uma dor de cabeça que pode ser unilateral, latejante, pode dar náuseas ou vômitos ou ambos, além de aversão à luminosidade e ao barulho.

“A enxaqueca dura até 72 horas e pode ter vários fenômenos, como aura (alterações visuais com a visualização de pontos claros ou escuros no campo visual), ou sensações de formigamentos pelo corpo, além de alteração de fala, que podem durar entre cinco e 60 minutos”, explica.

Segundo a médica, a enxaqueca ocorre três vezes mais em mulheres do que em homens. Já a cefaleia ou dor de cabeça tipo tensional é aquela típica do fim da tarde que não lateja, sem` náusea e sem vômito, sem aversão à claridade e barulho simultaneamente.

“Ela pode ser aguda ou crônica e dura entre 30 minutos até sete dias. Ocorre mais em homens”, diz a Dra. Eliana.

Entre as mais comuns, está ainda a cefaleia associada a problemas sinusais, ou seja, dor na região da face associadas à rinorreia ou secreção nasal.

No Brasil, de acordo com a Dra. Eliana, 15% da população sofre com enxaqueca e 13%, de cefaleia tipo tensional. “Já estudos internacionais mostram que 60% da população mundial têm cefaleia tensional e 18%, enxaqueca”, relata a médica.

Uma peculiaridade relativa à enxaqueca é de que essa dor é hereditária. “Familiares de quem têm enxaqueca apresentam dores de cabeça. E estudos científicos mostram pelo menos 13 genes envolvidos nos mecanismos da dor da enxaqueca”, ressalta.

Existem inúmeros fatores que podem deflagrar crises de dor de cabeça, com diferentes impactos entre os indivíduos, ou seja, para alguns, estes fatores podem ser desencadeantes, para outros, não. Entre eles, a ingesta de alimentos gordurosos, jejum prolongado, odores, luminosidade, sons, menstruação, falta de sono ou excesso de sono, estresse.

Para prevenir as dores de cabeça, é preciso investir na mudança de hábitos de vida, o que inclui a prática regular de exercícios físicos, alimentação regrada e equilibrada, dormir bem, entre outros.

O tratamento medicamentoso profilático, conforme explica a Dra. Eliana, é usado nos casos em que o objetivo é diminuir a frequência, intensidade e duração das crises de cefaleia.

“As categorias de drogas profiláticas mais usadas são os betabloqueadores, os antidepressivos, os neuromoduladores e a toxina botulínica tipo A (Botox) para enxaqueca crônica”, comenta.

Ao menos 30% dos indivíduos serão afetados por algum tipo de dor durante a vida. Saiba mais sobre os tipos de dores.

Foto: Shutterstock

Farmacêutico na mira

Edição 296 - 2017-07-01 Farmacêutico na mira

Essa matéria faz parte da Edição 296 da Revista Guia da Farmácia.

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