Cuidados com a pele no verão

Com a chegada dos dias mais quentes e da temporada de férias, a população aproveita para curtir momentos de lazer ao sol. Prepare seu estoque e ofereça produtos que garantam proteção 

O término do inverno e a chegada da primavera são determinantes para as compras da próxima estação. Ao trabalhar com a sazonalidade que o verão propicia, o varejo farmacêutico pode e deve se adequar à nova demanda.

Para começar, ter um planejamento bem definido é fundamental. O primeiro aspecto que deve ser levado em consideração é analisar onde a loja está inserida e qual o público-alvo a ser atendido. 

De acordo com o superintendente da Associação ECR Brasil, Claudio Czapski, os varejistas devem avaliar o que muda para o negócio no verão. “O segundo ponto é ter em mente qual o perfil do público. Regular, fiel ou variável? Mais idosos, mais jovens e qual o relacionamento que os clientes têm com o hábito de consumo nesta estação.” 

A partir daí, o executivo diz que é possível definir o que será mudado no sortimento, se vão existir campanhas ou se vai ser mantido o que está em linha e comprar o que tem mais saída. “Cada categoria deve ser pensada individualmente, bem como os correlatos da ocasião de consumo, responsáveis por alavancar as vendas.”

O coordenador do Programa de Administração de Varejo da Fundação Instituto de Administração (Provar/FIA), Nuno Fouto, afirma que o planejamento precisa sempre ser feito na estação anterior. “No verão, a sazonalidade é alta, deve-se pensar mais em Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (HPC) e menos em medicamento.” 

Ele complementa dizendo que um planejamento geral pode ser feito no início do ano e outro mais detalhado no fim do primeiro semestre. “É importante montar como e quais serão os pedidos.”

A partir do histórico de vendas do ano anterior, as lojas conseguem obter o fator de sazonalidade. Fouto lembra que pode existir variabilidade das vendas, para mais ou para menos. “Esse ajuste precisa ser feito agora, para que tudo seja acertado com os fornecedores.”

Um aspecto que deve ser levado em consideração são as sazonalidades específicas de cada segmento, pois elas determinam o calendário promocional do negócio e definem momentos específicos para a revisão do mix de categorias e produtos.

Os itens de maior demanda são os destinados aos cuidados e à proteção da pele, já que esta tende a ficar mais exposta. O nível de inovação é muito grande no setor. Para adequar o mix, é preciso identificar os produtos que são específicos, os que garantem rentabilidade e os que são iguais, com uma nova roupagem. 

É importante dispor de opções por faixas de preços, sobretudo para atender a todas as classes consumidoras. Uma alternativa, que garante bons resultados e gera economia para o negócio, é adquirir os lançamentos em quantidade experimental, com boas condições de reposição. 

Proteção solar

Mês de férias, época de altas temperaturas e muita exposição solar, afinal, praia e mar são destinos certos. Mas no meio de tanta agitação, muitas vezes, as pessoas se esquecem do mais importante durante os dias mais quentes: a proteção solar. 

É exatamente nesta época do ano que os consumidores querem aproveitar o sol ao máximo para conquistar o tom de pele dourado e perfeito. Mas não se pode esquecer de que é importante recomendar moderação e cautela.

A única forma de prevenção é fazer uso do bloqueador solar, e cada tom de pele exige um fator de proteção específico. Os dermatologistas alertam para a importância do uso constante, principalmente nas áreas mais expostas, como, por exemplo, o rosto.

As vendas dos produtos dessa categoria têm aumento significativo durante o verão, porém, ela ainda possui uma baixa penetração, comparada a outras categorias de HPC.  

Segundo a gerente de shopper & gerenciamento por categoria da Johnson & Johnson, Patrícia Gimenes, é fundamental garantir, no sortimento e na exposição, a gama completa de Fatores de Proteção Solar (FPS) disponível. Em muitos casos, o ponto de venda (PDV) é onde o shopper conhece as novidades da categoria. Presença e visibilidade de novos produtos são essenciais para agregar valor à gôndola de proteção solar. 

Pós-sol

Quando o consumidor exagera na exposição solar, o que indicar para amenizar o problema? O excesso de sol sem proteção solar a curto prazo pode causar queimaduras, bolhas, manchas e agravamento em quadros de acne. 

A longo prazo, além do envelhecimento precoce, podem surgir problemas mais graves, como câncer de pele. Se houver queimadura, produtos específicos, como, por exemplo, cremes pós-sol com aloe vera, podem ser utilizados. Esses itens contêm substâncias calmantes e formulação mais leve, em gel ou loção. Os produtos pós-sol apresentam fórmula suave e rápida absorção para hidratar e proporcionar alívio. 

Repelentes

Além de livrar a população do incômodo das picadas, o repelente também virou arma contra a dengue, doença que cresce no País a cada ano. E a categoria tem a sua venda aumentada a partir do início da elevação das temperaturas, já que é nesta fase que a aparição dos insetos fica mais evidente e incômoda. 

No mercado brasileiro, a gerente de produto do Grupo Cimed, Priscilla Florêncio, destaca que os repelentes são comercializados em diversas versões, tais como: loção, spray e aerossol. E há três diferentes tipos de princípios ativos: icaridina, DEET (abreviatura de N,N-dietil-meta-toluamida ou N,N-dietil-3-metilbenzamida) e IR3535.

Ela explica que a icaridina possui ação de longa duração no combate aos insetos, quando encontrada na proporção entre 20% e 25%. Nessas concentrações, o produto protege as pessoas por até dez horas. 

O DEET é o repelente comum, presente na grande maioria das marcas. Os repelentes com DEET protegem por até quatro horas, em média. E sua concentração varia entre 5% e 15%.

O repelente à base de IR 3535 é indicado para bebês acima de seis meses, alerta. Todos os outros só podem ser usados depois de dois anos de idade por causa da toxicidade. Por ser uma substância com menos risco de alergias e intoxicação, é indicado para tão pouca idade. O tempo de proteção é de até quatro horas. 

A Reckitt Benckiser (RB) apresenta as variantes aerossol, spray, loção e gel (kids) que foram desenvolvidas para atender a preferências e necessidades informadas pelo consumidor.

Depilatórios

A busca das mulheres por uma pele macia e sem pelos tem sido uma constante. O simples ato de removê-los faz com que a consumidora se sinta muito mais feminina. Por isso, a depilação acaba sendo uma prática comum e fundamental na rotina de beleza. “Ainda mais agora com a proximidade do verão, época de maior exposição do corpo”, enaltece a marca Gillette Venus, da P&G.

Com tantas opções disponíveis no mercado, a consumidora acaba por ter as suas preferências quando o assunto é a depilação. São vários os métodos disponíveis: cera fria, cera quente, creme depilatório normal e até mesmo o que pode ser usado durante o banho, além das lâminas descartáveis. 

Com qualquer um desses métodos, a mulher consegue autonomia, liberdade e privacidade, estando no controle de sua própria beleza.

Segundo dados da BIC, apenas 10% do público feminino opta por arrancar os pelos com cera, as demais usam  a lâmina (31%) ou uma combinação de técnicas, dependendo do local a ser depilado (58%). A preferência das mulheres se dá por uma série de fatores: a depilação por lâmina é mais barata, indolor, rápida, prática e pode ser realizada em qualquer lugar.

A vantagem dos cremes depilatórios em relação às lâminas, segundo informa a DepiRoll, é que, além de ser um processo indolor, o crescimento do pelo acontecerá a partir de sete dias após a depilação. Já com as lâminas, o processo deve ser repetido a partir de dois dias. 

Óleos e hidratantes

No verão, a pele pode ficar mais fragilizada devido à exposição excessiva ao sol. O uso constante de hidratantes previne e combate a desidratação da tez e ajuda, ainda, em casos de queimaduras.

Seja qual for o tipo de pele da consumidora, seca, mista ou oleosa, é importante reforçar o uso de óleos corporais e hidratantes durante essa época do ano.

Os hidratantes são uma mistura de agentes especialmente desenvolvidos para fazer com que a epiderme (camada externa da pele) fique mais macia e flexível ao elevar sua hidratação. 

“Além de aumentar ou restaurar os níveis normais de hidratação da pele, esses produtos podem ter outros efeitos adicionais, como a construção de uma barreira contra a perda de líquidos pela epiderme, a reparação da pele seca ou escamosa e a retardação do envelhecimento”, ensina a coordenadora de marketing e comitê de produtos da Memphis, Vanessa Soares. 

Cada pessoa necessita de um produto que se adapte ao tipo de pele. Para as mais secas, é recomendado o uso de hidratantes com formulações ricas em óleos, manteigas e ceras, pois possuem matérias-primas oclusivas (que bloqueiam a saída de água da pele) e emolientes (que têm a capacidade de amaciar a pele).

Para pele normal à oleosa, é recomendado o uso de hidratantes com formulações compostas por ingredientes menos oclusivos para uma manutenção da vitalidade. Com a pele hidratada, o consumidor consegue manter a barreira cutânea íntegra, o que auxilia no impedimento da descamação e aparecimento de áreas esbranquiçadas na pele.

Autor: Lígia Favoretto, Tassia Rocha e Vivian Lourenço

Avanço na saúde

Edição 287 - 2016-10-01 Avanço na saúde

Essa matéria faz parte da Edição 287 da Revista Guia da Farmácia.

Deixe um comentário