Começou ontem o 5º Fórum Abradilan de Desenvolvimento Empresarial, organizado pela Associação Brasileira de Distribuição e Logística de Produtos Farmacêuticos (Abradilan).
O evento contou com a palestra do diretor de relacionamento com parceiros estratégicos da Iqvia, Eduardo Rocha, que apresentou dados positivos sobre o setor farmacêutico. De acordo com Rocha, o varejo vem crescendo 13% em 2020, com destaque para o independente e para o associativismo.
“Ainda vivemos um cenário de cautela e isso remete em uma recuperação gradativa da economia e do mercado. Vivemos em um mercado bem diferente dos demais, porque o mercado brasileiro vê a farmácia como sinônimo de saúde, de tratamento e prevenção, que conseguiu crescer mesmo com o cenário de isolamento. Nossa expectativa é que 2021 é otimista. Sabemos que o cenário macroeconômico será de recuperação lenta, mas o mercado de saúde tem um cenário otimista, porque a medida que a população volta a circular, medicamentos como RX, antigripais, entre outros, voltam a ser consumidos em maior quantidade e o mercado de saúde volta a ter uma dinâmica boa. Então nossa expectativa para 2021 é positiva”, aponta o vice-presidente de vendas e marketing da Hypera Pharma, Luiz Clavis.
Cenário positivo
Rocha também acredita em um cenário positivo. “Existem diferenças entre as pandemias de cada país, então não dá para dizermos que teremos uma segunda onda só porque está acontecendo uma segunda onda na Europa, ou como reagiríamos a uma segunda onda. Acho que as interações entre médico e paciente devem melhorar a partir de 2021. Se elas não melhorarem pessoalmente, melhorarão na telemedicina, que é algo que a população não estava acostumada, mas já está se acostumando. As pessoas deixam de ir ao restaurante, de trocar de carro, mas não de consumir medicamentos. Além disso, essa mudança no comportamento do paciente de ‘eu preciso estar saudável’ é fundamental, tendo muito espaço para esses produtos. Eu não tenho dúvidas de que a categoria de vitaminas, com ou sem vacina, veio para ficar”, defendeu o executivo da Iqvia.
Clovis também defendeu que as mudanças trazidas pela pandemia facilitaram o acesso ao paciente ao sistema de saúde como um todo, seja através do contato remoto, da prescrição eletrônica ou da telemedicina, ampliando as formas de contato com o paciente e melhorando a adesão ao tratamento.
Cenário da distribuição
“A pandemia trouxe desafios para a indústria, a distribuição e o varejo, mas ao mesmo tempo trouxe muitas oportunidades e até causou uma aceleração no crescimento do mercado. Todos os mercados tiveram que se adaptar a essa nova realidade e acho que a distribuição se adaptou muito bem. Tivemos que nos adaptar a uma nova realidade, um novo mix e um novo modelo de atendimento. Isso mostrou ainda mais a importância da distribuição no mercado farmacêutico brasileiro. Além disso, também aprendemos que em momentos de desafios surgem as oportunidades e cabe a cada empresa se adaptar melhor e mais rapidamente para colher o melhor resultado. Apesar dos desafios, acredito que 2021 será um bom ano e que algumas coisas vieram para ficar como as vitaminas e o álcool em gel”, pontuou o presidente da Abradilan, Vinicius Andrade.
Readaptação da distribuição no campo tecnológico
“A transformação digital é um processo que o mercado já vem vivendo desde antes da pandemia, mas que foi acelerado. A Abradilan intensificou as discussões e as implementações em relação a transformação digital. Nosso atendimento ao cliente já era quase 100% digitalizado, mas precisamos cada vez mais buscar tecnologias mais inteligentes e inovadoras e a distribuição precisa começar a desenvolver mais projetos com isso. Utilizar a transformação digital para melhorar os processos internos das distribuidoras, reduzir custos e trabalhar melhor as informações é essencial. Esse é um tema muito relevante hoje para o mercado da distribuição e a Abradilan tem fermentado isso para colhermos nos próximos anos”, contou Andrade.
Crescimento da distribuição para 2021
“Temos a distribuição como nosso principal aliado estratégico para chegarmos com eficiência em todos os lugares do País. Nós tentamos trabalhar muito próximo do distribuidor, já usando a tecnologia digital para ter os dados bem integrados, para que possamos usar as informações para tomar decisões estratégicas relevantes, mas temos o distribuidor como nossa principal alavanca para trazer crescimento e para trazer mais capilaridade. Também temos uma participação na venda direta, mas é uma participação menor. Para que a relação da indústria funcione bem o grande aliado é o distribuidor, senão não funciona”, Clovis.
Andrade complementou Clovis, dizendo que é necessário entender que a relação da indústria com a distribuição e da distribuição com o varejo não pode ser só comercial e transacional, mas tem que ser de preparação de toda a cadeia para toda a informação que está na indústria chegue ao ponto de venda.
*Conteúdo exclusivo do Guia da Farmácia. Ao reproduzir, colocar a fonte e o link para o texto original.
Fonte: Victoria Nascimento
Foto: Abradilan