O número de brasileiros que não aplicam fotoprotetores diariamente aumentou drasticamente de 2014 até 2017. Contudo, dados recentes mostram que houve uma maior conscientização no último ano segundo pesquisa liderada pelo farmacêutico e pesquisador em cosmetologia, Lucas Portilho. De acordo com os números, 60% da população não aplica o fotoprotetor diariamente. Em 2017 esse percentual era de 72,5%, em 2016, era de 65% e, em 2015, 53%.
“Vale lembrar que o Brasil é um dos países com maiores índices ultravioleta do mundo por se localizar numa região tropical do planeta e onde a exposição solar é uma cultura que está comumente associada a hábitos saudáveis; o que, como já se sabe, nem sempre é verdade”, afirma Portilho.
Um outro dado surpreendente é que 83% dos brasileiros não têm a mínima ideia de quanto fotoprotetor aplicar. “Portanto, mesmo considerando o percentual de brasileiros que aplica o filtro solar diário, essa proteção fica comprometida. Isso porque sem saber o quanto aplicar, uma pessoa pode usar achando que está com proteção quando na verdade está desprotegida”, diz.
“Para obter a proteção do fator de proteção solar (FPS) descrito na rotulagem é necessário aplicar 2mg/cm2. De forma prática, pensando na face, essa medida equivale a uma colher de café cheia. Já no caso do corpo, o recomendado é aplicar uma colher de café no braço e antebraço direitos; uma colher no braço e antebraço esquerdos; duas colheres no torso (1 para a frente e 1 para as costas); duas colheres para a coxa e perna direitas (1 para a parte da frente e 1 para a parte de trás), e duas colheres para coxa e perna esquerdas (1 para a parte da frente e 1 para a parte de trás)”, afirma Portilho.
Radiação UVA e Bronzeamento
Outro dado preocupante é que cresceu de 50 para 60% o percentual sobre o número de consumidores que ignoram a proteção UVA quando compram um filtro solar.
A radiação UVA está presente na natureza em níveis muito maiores e mais expressivos que a radiação UVB (que causa queimaduras solares), e embora menos energética, é uma das mais perigosas. “Diferente da UVB, a radiação UVA atravessa vidros e janelas e penetra profundamente na pele, chegando até a derme, camada mais profunda da pele e onde se localizam as fibras de colágeno e elastina. Assim, gerando uma quantidade altíssima de radicais livres, que causam aumento da degradação das fibras de colágeno e elastina, que dão sustentação à pele, sendo as principais responsáveis pelo fotoenvelhecimento, incluindo rugas, linhas de expressão, flacidez e manchas”, conta o especialista.
Com relação ao percentual das pessoas que ainda consideram o bronzeamento uma prática saudável, os números foram: 21% em 2017 e 22% em 2019.
Câncer de pele
De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), são estimados 165.580 novos casos de câncer de pele no Brasil esse ano, sendo 85.170 homens e 80.140 mulheres. “Estes dados justificam, uma maior atenção das autoridades para a questão da fotoproteção uma vez que o câncer de pele já se tornou um problema de saúde pública no país”, afirma.
Por meio dos números, o pesquisador analisa que ainda são necessárias medidas de larga escala para esclarecer à população sobre os malefícios da radiação UV, principalmente no que diz respeito à radiação UVA, e que ainda se fazem necessárias campanhas de conscientização sobre o uso correto dos filtros solares, principalmente com relação à quantidade ideal para efetivamente proteger a pele.
“O ideal é aplicar o protetor de 20 a 30 minutos antes de se expor ao sol. Isso porque o produto necessita desse período para começar a agir. Se você esperar chegar na praia para passar o protetor solar até o produto começar a agir, você já estará sofrendo um dano importante. Além disso, a reaplicação deve ocorrer a cada duas horas em média. Já para quem quer ir à praia, é importante respeitar os horários recomendados: até as 10h da manhã e depois das 4h da tarde”.
Fonte: Lucas Portilho
Foto: Shutterstock
1 comentário
O protetor solar é considerado pelos laboratório farmacêutico como produtos de beleza sendo assim o seu preço é eulevado de mais e ANS e Anvisa que deveria dialogar com Agência Nacional de Saúde para que o protetor solar sejá medicamento farmacêutico facilitando a compra do produto por preço mais baixo.