7 fatos importantes sobre o AVC

Apesar de ser a segunda causa de morte no Brasil, o AVC ainda gera dúvidas sobre prevenção, tratamento e impactos na vida das pessoas

O acidente vascular cerebral (AVC), também conhecido popularmente como derrame, se explica em números: a doença é a segunda maior causa de morte no Brasil e estima-se que, a cada seis segundos, uma pessoa morra por essa causa no mundo.

Por aqui, são aproximadamente 400 mil casos por ano que resultam em 100 mil mortes– bem mais do que os cânceres de mama (18,4 mil) e de próstata (16,7 mil), por exemplo.

Muitas dúvidas ainda rondam a população e a informação segue como o principal meio de evitar que mais pessoas corram esse risco.

Com o auxílio do médico especialista em emergência e presidente da  Associação Brasileira de Medicina de Emergência (Abramede), Dr. Hélio Penna, listamos abaixo 7 fatos sobre o AVC que devem ser difundidos para conscientização do público:

1. Existem dois tipos 

O AVC pode ocorrer de duas formas. “Quando há a obstrução do vaso e interrupção do fluxo sanguíneo em uma área do cérebro, é conhecido como AVC isquêmico. Já quando ocorre um rompimento do vaso e extravasamento do sangue, temos um AVC hemorrágico”, explica o Dr. Hélio.

Enquanto o primeiro representa a grande maioria dos casos, 84%, o segundo é mais raro, mas tem impactos mais complicados e um maior índice de óbitos.

2.  É uma doença multifatorial 

Não há uma causa definida para a ocorrência do AVC, e sim vários fatores correlacionados: doenças do coração, sedentarismo, diabetes, pressão alta, tabagismo, colesterol descontrolado, sexo, história de doença vascular prévia, uso de anticoncepcional, bem como abuso de álcool e drogas, entre muitos outros

3. Ao primeiro sinal, é necessário procurar ajuda médica 

Os sintomas mais comuns são paralisia de um lado do corpo, dificuldade para falar, desequilíbrio, vertigem, bem como alterações da visão e da sensibilidade.

Se você estiver dentro de um dos fatores de risco e sentir algum desses sintomas, procure ajuda médica imediata.

O tempo é crucial quando se trata da doença: uma vez com o quadro instaurado, uma pessoa com AVC pode perder até 2 milhões de neurônios por minuto por falta de oxigenação

4. AVC e COVID-19 podem ter uma relação perigosa 

Muitos fatores de risco para o desenvolvimento de um AVC são os mesmos para casos graves de infecção pelo coronavírus, tais como diabetes, tabagismo, obesidade e doenças cardiovasculares.

Para além disso, há uma relação direta da COVID-19 com o AVC: “o coronavírus aumenta a coagulação do sangue e, consequentemente, a formação de trombos, que podem, eventualmente, causar AVC”, revela o médico. Além disso, o vírus também é responsável por instaurar um quadro de inflamação que pode descompensar condições – como as cardíacas e o diabetes – o que acaba aumentando as chances de um acidente vascular cerebral.

5. Algumas doenças do coração estão diretamente relacionadas aos casos de AVC 

Pacientes com arritmias, como a fibrilação atrial, espécie de descompasso nos batimentos cardíacos, têm até cinco vezes mais chances de sofrer um AVC.

No Brasil, cerca de 1,5 milhão de pessoas convivem com essa doença, que é responsável por 20% dos casos de AVC.

6. 90% dos casos poderiam ser evitados com prevenção 

O uso de anticoagulantes, como parte do tratamento da fibrilação atrial, reduz em aproximadamente 60% a incidência de AVC nos pacientes.

Estima-se que a extensão ampliada a outros fatores de risco poderia ampliar para até 90% a proteção para o AVC.

“Isso inclui o tratamento correto e recorrente de arritmias, bem como de outras doenças cardíacas e do diabetes, além da redução do tabagismo, sedentarismo e estímulo de hábitos saudáveis, como alimentação balanceada e atividade física regular”, detalha Penna.

7. Nem 30% dos pacientes chegam ao hospital em 3 horas  

Do primeiro sinal de AVC ao início do atendimento de emergência, o paciente deve levar, no máximo, três horas para evitar sequelas mais graves e até o óbito.

Entretanto, apenas 22% conseguem atendimento médico dentro do período recomendado.

“Em tempos de pandemia, temos percebido que as pessoas tendem a postergar ainda mais uma ida ao hospital com medo do contágio. Porém, é imprescindível que se procure a emergência imediatamente ao perceber algum dos sinais”, reitera o especialista.

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Fonte: Boehringer Ingelheim

Foto: Shutterstock

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