A importância do cuidado farmacêutico no combate à tuberculose

O farmacêutico está em contato direto com os usuários de medicamentos e a sua contribuição é essencial para a melhoria da qualidade de vida da população

O dia 24 de março é o Dia Mundial no Combate à Tuberculose. Segundo publicação da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) (disponível em: https://www.paho.org/pt/noticias/14-10-2021-mortes-por-tuberculose-aumentam-pela-primeira-vez-em-mais-uma-decada-devido . Postado em 14 out. 2021), aproximadamente 90% das pessoas que adoecem com tuberculose a cada ano vivem em 30 países.

A maioria das pessoas que desenvolvem a doença são adultos – em 2020 -: os homens representaram 56% de todos os casos, as mulheres adultas representaram 33% e as crianças, 11%. Muitos novos casos da doença são atribuídos a cinco fatores de risco: desnutrição, infecção por HIV, transtornos relacionados ao uso de álcool, tabagismo e diabetes. Os desafios de fornecer e acessar serviços essenciais de tuberculose fizeram com que muitas pessoas com a doença não fossem diagnosticadas em 2020. O número de pessoas recentemente diagnosticadas e notificadas aos governos nacionais caiu de 7,1 milhões em 2019 para 5,8 milhões em 2020.

A Organização Mundial da Saúde estima que cerca de 4,1 milhões de pessoas atualmente sofrem de tuberculose, mas não foram diagnosticadas com a doença ou não notificaram oficialmente às autoridades nacionais. Este número é superior aos 2,9 milhões em 2019. A OPAS também comunica que a pandemia de COVID-19 reverteu anos de progresso global no combate à tuberculose e, pela primeira vez em mais de uma década, as mortes pela doença aumentaram.

Um esforço hercúleo deverá ser retomado para a diminuição de casos e o controle desta enfermidade. O Programa Nacional de Controle da Tuberculose (PNCT) está integrado na rede de Serviços de Saúde. É desenvolvido por intermédio de um programa unificado, executado em conjunto pelas esferas federal, estadual e municipal. Está subordinado a uma política de programação das suas ações com padrões técnicos e assistenciais bem definidos, garantindo desde a distribuição gratuita de medicamentos e outros insumos necessários até ações preventivas e de controle do agravo. Isto permite o acesso universal da população às suas ações.

Combate à tuberculose

A tuberculose ainda é um sério problema da saúde pública reconhecido pelo governo brasileiro. Portanto, em razão de propósitos de suas políticas públicas, o País assumiu compromissos com seus cidadãos e com a comunidade internacional de controlar sua evolução, procurando reduzir sua prevalência na população (Ministério da Saúde. Programa Nacional de Controle da Tuberculose. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/ProgramaTB.pdf ).

Apesar de gratuito, o abandono do tratamento é muito frequente considerando que é longo o que, como consequência, se não realizado em sua integralidade, os bacilos evoluirão para a forma mais resistente – resistência adquirida ou multirresistência aos medicamentos utilizados (Vieira L. A tuberculose e os cuidados farmacêuticos. Pharmacia Brasileira. p.32-33, 2008). Daí a necessidade de educação em saúde dos pacientes e de suas famílias que deve ser feita continuamente, além da elaboração de campanhas de conscientização da população sobre a gravidade da enfermidade, seus sinais e sintomas, as medidas necessárias para contenção da transmissão e adesão ao tratamento.

A maioria dos pacientes não busca atendimento médico no início, o que agrava ainda mais o cenário atual. O acompanhamento profissional pelo médico e farmacêutico torna-se essencial. Além disso, o farmacêutico, por meio da realização de consultas farmacêuticas, poderá avaliar a adesão ao tratamento, orientar para o uso racional de medicamentos e educar o paciente, bem como sua família, quanto aos meios de transmissão e como evitar o contágio.

Essas medidas são essenciais para que todos possam informar corretamente, ao seu núcleo familiar e a comunidade, a necessidade do conhecimento sobre a doença para a identificação dos sinais e sintomas, da adesão ao tratamento, o seu controle e a diminuição do contágio. O farmacêutico está em contato direto com os usuários de medicamentos e a sua contribuição é essencial para a melhoria da qualidade de vida da população e, a educação em saúde é uma ferramenta com a qual o farmacêutico poderá alterar o cenário brasileiro de conscientização individual e coletiva de prevenção e cuidado em saúde, por meio da divulgação de conhecimento e das atitudes a serem assumidas por todos nós.

A farmacogenômica aliada ao cuidado farmacêutico em benefício à farmacoterapia 

Fonte: Farmacêutica responsável pela Farmácia Universitária da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP, Maria Aparecida Nicoletti, com exclusividade para o portal Guia da Farmácia.

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