Amamentação contribui para desenvolvimento infantil e sustentável

Leite materno não agride meio ambiente. O Brasil é referência mundial em aleitamento materno

Amamentar faz bem à saúde da mãe, do bebê e também do planeta. Esse é o alerta da campanha publicitária lançada na última segunda-feira (1) pelo Ministério da Saúde em parceria com a Sociedade Brasileira de Pediatria. Cartazes, folders e cartões para internet chamam a atenção das pessoas sobre as metas de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e como elas se relacionam com a amamentação. O Brasil é referência no mundo quando se trata de aleitamento materno, registrando uma taxa de 41%. Está a frente de países como os Estados Unidos, Reino Unido e China, com o dobro das taxas de aleitamento exclusivo até os seis meses e 12 meses de vida quando comparado a estes países.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que os bebês recebam leite materno até os dois anos ou mais associado à alimentação complementar saudável, sendo exclusivamente até 6º mês de vida. Além de fazer bem para a saúde da criança e da mulher, o aleitamento materno é a forma mais econômica e ecológica de alimentar uma criança. Para fabricação dos leites em pó ou longa vida é necessário o uso de energia, assim como materiais para embalagem, combustível para a distribuição e de água, além de produtos de limpeza tóxicos para o preparo diário. Por isso, só devem ser utilizados por orientação médica, quando a mulher estiver impedida de amamentar. “O leite materno já vem pronto, está sempre na temperatura correta para o bebê e não necessita de nenhum preparo prévio, nem gasto de energia, ou seja, não agride o meio ambiente“, afirma o ministro da Saúde, Ricardo Barros.

Mas a recomendação da OMS não está sendo seguida a risca pelo mundo. Segundo o Programa das Nações Unidas para a Infância (Unicef), 77 milhões de recém-nascidos – ou um a cada dois – não são amamentados em sua primeira hora de vida, sendo privados de nutrientes e anticorpos e do contato corporal com suas mães, essenciais para protegê-los de doenças e da morte. Atrasar o aleitamento materno entre 2 e 23 horas após o nascimento aumenta em 40% o risco de morte nos primeiros 28 dias de vida. Atrasá-lo por 24 horas ou mais aumenta esse risco em 80%. Segundo a Unicef, apenas 43% dos bebês no mundo com menos de 6 meses de idade são amamentados exclusivamente. “Nenhuma outra estratégia isolada alcança o impacto que a amamentação tem na redução das mortes de crianças nessa faixa etária”, enfatiza a coordenadora de Saúde da Criança e Aleitamento Materno, Thereza de Lamare.

A coordenadora enfatiza que cerca de seis milhões de crianças podem ser salvas a cada ano com o aumento das taxas de amamentação exclusiva até o sexto mês de vida. Isso porque, metade dos casos de diarreia e um terço das infecções respiratórias em crianças seriam evitadas com o leite materno. Além disso, seria possível evitar, 72% e 57% das internações hospitalares provenientes dessas doenças. “Amamentar ainda traz benefícios para a saúde da mulher, como a redução do risco de desenvolver câncer de mama e de ovário”, completa a coordenadora.

Foto: Shutterstock 

 

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