Amazonas chega ao primeiro dia sem mortes desde o início da pandemia no Brasil

Especialistas acreditam que a vacina e a ampliação da cobertura vacinal no Amazonas ajudou a controlar os óbitos

O Amazonas não registrou mortes por Covid-19 nesta terça-feira (6). Essa é a primeira vez, desde o dia 31 de março de 2020, que o estado não tem óbitos em decorrência da doença.

Infectologistas falam que isso é reflexo da vacinação que avança no estado.

Já a Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas, informou, em nota, que a vacinação é importante ferramenta de prevenção à Covid-19.

No entanto, ainda é precoce afirmar que o registro de zero óbitos por Covid-19, divulgado no último boletim diário de casos de Covid-19, esteja diretamente ligado ao avanço da vacinação contra a doença no Estado.

O órgão não informou o que pode ter colaborado para a diminuição de mortes pela doença.

No Amazonas, de acordo com dados Consórcio de Veículos de Imprensa, 37,22% da população do estado receberam a primeira dose, o que representa 1.565.933 de pessoas.

E outros 13,7% desse grupo receberam a segunda dose, ou seja, 576.572 pessoas.

O Amazonas aparece só em sexto lugar no ranking de estados que mais imunizaram.

No quadro nacional de imunização, dois estados apresentam percentuais mais altos do que os demais nesse trabalho: Rio Grande do Sul e Mato Grosso do Sul.

Mato Grosso do Sul lidera o ranking da vacinação contra a Covid: já imunizou 23,38% da população.

Já o Rio Grande do Sul aparece em segundo lugar: 17,61% da população gaúcha está totalmente imunizada.

Em seguida, estão Espírito Santo (15,36%), São Paulo (14,44%) e Pará (14%).

No entanto, apesar de o dado ser animador, os médicos reforçam que a pandemia ainda não acabou. Em Manaus, não são poucos os casos de desrespeito à lei que determina o uso de máscaras e o distanciamento social.

Vacina reduziu mortes

O presidente do Departamento Científico de Imunizações da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), Renato Kfouri, afirma que esse primeiro dia sem mortes pela Covid-19 é resultado da ampliação da cobertura vacinal no Amazonas.

Ele também ressaltou que o estado é um dos que mais avançaram no processo de imunização.

O infectologista Marcos Guerra afirmou que mais de 80% do público acima de 60 anos já foi imunizado, e isso garante uma redução significativa de óbitos. Ao fato soma-se a ampliação da vacinação para outras faixas etárias.

“O Amazonas tem um número expressivo de pessoas imunizadas, tanto de forma natural, que são os infectados, assim como os vacinados, principalmente entre os grupos mais vulneráveis. Entre as diversas faixas etárias, acima de 60 anos, já se conseguiu vacinar com as duas doses mais de 80% dessas pessoas. Isso resulta numa menor circulação do vírus, tanto por reduzir o número de suscetíveis, assim como menor carga viral nos infectados, resultando na menor incidência de casos”.

Mas apesar do registro, Kfouri alertou para que a população mantenha os cuidados em relação à pandemia.

Ainda de acordo com ele, o número de casos continua alto em todo o país. Somente nessa terça-feira (6), no Amazonas, foram mais de 700 registros novos da doença.

Doses extras de vacina

Após o colapso no sistema de saúde em janeiro, quando houve recordes de casos e mortes por Covid-19 no Amazonas, o estado recebeu doses extras de vacina.

Os lotes adicionais foram enviados após um acordo entre governadores, que levaram em consideração a situação dramática no estado, que registrou falta de insumos como oxigênio.

Grupos prioritários

Entre os idosos, a faixa etária mais vacinada é a de pessoas acima de 80 anos ou mais.

No vacinômetro, essa faixa etária tem 92,9% vacinados com a primeira dose, o que representa 35.962. Outros 84,7% das pessoas receberam a segunda, ou seja, 32.781 pessoas imunizadas.

No entanto, em relação a pessoas com comorbidades, 89,5% do total de 149.515 pessoas receberam a primeira dose. Mas apenas 51,9% (86.586 pessoas) recebeu a segunda dose no estado.

Entre os trabalhadores de saúde, mais de 100% desse grupo recebeu a primeira dose do imunizante, totalizando 109.893 pessoas. E outros 94,6% (97.832) receberam a segunda dose.

Somente 83,2% dos indígenas aldeados receberam a primeira dose da vacina, ou 83.709 pessoas. Em relação ao percentual dos que foram completamente imunizados, o número é de 68,8%, o que representa 69.203 indígenas.

Entre as gestantes e puérperas, somente 12.998 mulheres recebeu a primeira dose da vacina, o que representa 36,5% do total desse grupo.

Somente 2,3% recebeu a segunda dose completou o ciclo de imunização, o que totaliza 832 gestantes e puérperas.

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Fonte: G1

Foto: Shutterstock

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