Anticoncepcional: engorda? Qual o melhor de todos? Como tomar?

A liberdade da sexualidade feminina está na escolha correta de um anticoncepcional. Veja os principais métodos contraceptivos disponíveis no mercado e esclareça suas dúvidas

A busca pelo anticoncepcional deve ser baseada no seu perfil e nos objetivos que algumas vezes podem ir além do método contraceptivo. Ou seja, não necessariamente para evitar a gravidez.

Por exemplo, algumas mulheres tomam pílula anticoncepcional com a finalidade de combater um mioma, a queda de cabelo, diminuir a Tensão Pré-Menstrual (TPM), regular o ciclo menstrual, diminuir o excesso de pelos, acne, entre outros motivos.

Assim, a indústria farmacêutica disponibiliza diversas opções de métodos contraceptivos.

No entanto, a escolha deve ser sempre orientada por com um ginecologista que após pedir alguns exames, ajuda a paciente escolher o mais indicado para seu momento de vida, riscos e benefícios, desaconselhando ou deixando de prescrever contraceptivos que apresentem contraindicações.

Venha entender um pouco mais sobre esse assunto!

O que é anticoncepcional?

Anticoncepcional ou método contraceptivo é uma ação que tem por objetivo impedir ou reduzir a chance de uma mulher engravidar após uma relação sexual.

7 perguntas sobre métodos contraceptivos 

Para o que serve?

Os anticoncepcionais inibem a ovulação, prevenindo, assim, uma gestação.

Eles têm duas formas diferentes de agir no organismo. Uma delas afetando os espermatozoides com a modificação do muco cervical (secreção produzida pelo colo do útero), a outra função é a de reduzir e impedir a ovulação.

Alguns ainda têm a função de proteger a mulher contra infecções genitais, câncer de ovário e de útero. Outros, também pode ser utilizados para tratar várias síndromes e doenças no sistema reprodutor feminino, como a endometriose e a síndrome do ovário policístico.

Vamos nos aprofundar mais sobre os métodos contraceptivos no decorrer da matéria.

Endometriose: o que é, sintomas, tratamento, tem cura?

Qual o efeito do anticoncepcional?

Por conter os hormônios estrogênio e progesterona, que são inibidores da liberação dos hormônios hipofisários FSH e LH, responsáveis pelo crescimento folicular e pela ovulação, eles previnem a gravidez.

Dependendo do método escolhido, alguns efeitos ou incômodos podem acontecem como: alteração do fluxo menstrual, dor de cabeça e náuseas, surgimento de espinhas, alterações no humor e diminuição da libido.

Sempre lembrando que o profissional de saúde avalia, junto com sua paciente, os riscos e benefícios de cada método. Se preciso, a troca pelo método pode ser realizada para que a mulher se sinta melhor. 

Antibióticos podem diminuir a eficácia da pílula anticoncepcional 

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Qual o melhor anticoncepcional?

Existem mais de 20 métodos contraceptivos.

Vamos conhecer as principais características dos mais conhecidos:

  • Método de barreira

Camisinha masculina: é principal método utilizado pelos homens. Não possui contraindicações nem efeitos colaterais relevantes, De fácil acesso, também previne as Doenças SexualmenteTransmissíveis (DST).

Camisinha feminina: é a versão do preservativo para as mulheres. Serve para ao mesmo tempo como proteção contra DST e gravidez.

Diafragma (DIU): O diafragma é um método anticoncepcional feminino que consiste em uma cúpula flexível de silicone, com um lado côncavo e outro convexo, que precisa ser colocado à frente do colo do útero. O diafragma não é descartado após cada ato sexual. Após removido, ele pode ser lavado e utilizado novamente.

Esponja vaginal: A lógica por trás da esponja é semelhante à do diafragma, ela cobre a entrada do útero, mas não protege a mucosa da vagina, não servindo como proteção para as doenças sexualmente transmissíveis.

Espermicida: pode ser encontrada sob a forma de gel, espuma, creme ou supositórios com uma aplicação simples. O espermicida deve ser aplicado entre 10 e 30 minutos antes da relação sexual e não deve ser retirado por pelo menos 6 a 8 horas.

  • Método hormonal

Pílula anticoncepcional: é composta pelos hormônios progesterona e estrogênio e deve ser tomada diariamente, sem falhas. Se tomada de forma correta, a pílula é extremamente eficaz em inibir a ovulação, sendo um dos melhores métodos contraceptivos.

Mini pílula: Contém apenas o hormônio progesterona e não age só inibindo a ovulação, mas também provocando um espessamento do muco cervical, o que impede a chegada dos espermatozoides à trompa, e impedindo a proliferação da parede interna do útero (endométrio), o que atrapalha a implantação de um possível óvulo fecundado.

Pílula do dia seguinte (PDS): tem doses muito elevadas de hormônios e só deve ser usada de forma pontual e emergencial. Logo, não pode ser encarada como um método anticoncepcional habitual, ela é apenas um método contraceptivo de emergência para os casos em que o método anticoncepcional habitual falhar. Para ser eficaz, a PDS precisa ser tomada o mais rápido possível, havendo um limite de 72 horas para que ela possa ser útil. Depois de 3 dias, a pílula já não é mais capaz de impedir uma gravidez.

Anticoncepcional injetável: também pode ser administrado pela via injetável em intervalos de 30 ou 90 dias, dependo da marca utilizada. Existem anticoncepcionais injetáveis compostos apenas por progesterona, como o acetato de medroxiprogesterona, e outros compostos por progesterona e estrogênio, como o acetato de medroxiprogesterona + cipionato de estradiol. E pode ser encontrado sob a forma de administração intramuscular ou subcutânea.

Adesivo anticoncepcional: comercializado sob o nome de Evra (norelgestromina + etilenoestradiol). Como o próprio nome diz, esta forma de contracepção é um adesivo, de formato quadrado com cerca de 4,5 cm x 4,5 cm, que deve ser aplicado à pele e substituído por um novo a cada 7 dias. Depois de 3 semanas, a mulher deve dar uma pausa de 1 semana para menstruar. O adesivo pode ser aplicado no braço, costas, nádegas ou na barriga, não sai com facilidade e não há problema algum em tomar banho e molhá-lo.

Implante anticoncepcional: tem cerca de 99,95% de sucesso. Esta forma de contracepção hormonal se baseia na implantação subcutânea de um fino bastão de plástico com etonogestrel, uma forma sintética de progesterona, em seu interior. O bastão fica por baixo da pele e libera de forma lenta e contínua o hormônio para a circulação sanguínea. O efeito contraceptivo do implante tem duração de 3 anos para quem deseja uma contracepção prolongada, mas não definitiva.

Anel vaginal: é um anel flexível, feito de silicone, que libera de forma lenta progesterona e estrogênio (etonogestrel + etinilestradiol). O anel pode ser inserido pela própria mulher e não causa nenhum incômodo, mesmo durante a atividade sexual. O anel fica na vagina por 3 semanas e depois é desprezado. Após uma semana de pausa, um novo anel deve ser introduzido.

  • Método intrauterino

Dispositivo intrauterino (SIU): é um pequeno dispositivo de plástico macio e flexível em forma de T, colocado no útero pelo seu médico.  É um método contraceptivo de longa duração, mas rapidamente reversível com a retirada do mesmo, caso seja necessário.

  • Método permanente

Vasectomia: é uma cirurgia que resulta em esterilização permanente do homem por impedir a liberação de espermatozoides no líquido ejaculado. Esta é forma mais efetiva de contracepção masculina. A vasectomia não diminui a libido, não interfere na ejaculação e não causa impotência.

Ligadura tubária: também chamada de ligadura das trompas, é um procedimento de esterilização que tem como objetivo impedir que a mulher consiga engravidar. É um método anticoncepcional definitivo porque é um procedimento que causa interrupção no trajeto de ambas as trompas, impedido que os espermatozoides cheguem ao óvulo liberado por qualquer um dos ovários. O procedimento pode ser feito cirurgicamente ou por endoscópica. A ligadura das trompas não impede a ovulação nem interfere no ciclo hormonal feminino, não causando, portanto, nenhuma alteração no ciclo menstrual.

  • Métodos alternativos

Coito interrompido (coitus interruptus): O método consiste na interrupção da penetração antes do parceiro ejacular, impedindo assim que o esperma ejaculado seja introduzido no canal vaginal. Não é método seguro de contracepção.

Tabelinha: é um método para estimar o período fértil. Ela pode ser utilizada tanto para quem quer otimizar as chances de engravidar, quanto para quem quer minimizá-las. A lógica por trás deste método é: como o espermatozoide tem uma vida média de 5 dias dentro do aparelho reprodutor feminino, e como óvulo só sobrevive por 24 horas, os cinco dias que antecedem a ovulação e as 24 horas a seguir são o período com maior risco da mulher engravidar. O pico do risco ocorre nas 48 horas antes da ovulação. Qualquer outro momento do ciclo feminino que não inclua esse curto intervalo pré e pós-ovulatório não há risco de gravidez.

Mulheres focadas na prevenção 

Agora, para o casal que deseja reverter a situação, ou seja, querem engravidar, de acordo com a Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida (SBRA) é preciso saber:

Anticoncepcional oral, adesivo ou anel vaginal: O retorno à fertilidade é rápido e até imediato, mas pode levar até 2-3 ciclos para regularizar o ciclo menstrual.

Anticoncepcional injetável ou por implante: Pode levar até seis a nove meses para regularizar o ciclo menstrual frequentemente necessário para a gravidez. Os anticoncepcionais injetáveis trimestrais devem ser usados com moderação pelas mulheres que desejam engravidar em curto período de tempo.

Sistema liberador de levonorgestrel: O retorno à fertilidade é rápido e até imediato, mas pode levar até dois ciclos para regularizar o processo de menstruação.

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Anticoncepcional engorda?

Não. Como o anticoncepcional é feito à base de hormônio ele pode reter líquidos na mulher. Por este motivo algumas mulheres sentem-se mais inchadas, mas não há aumento de gordura.

Alimentação adequada e exercícios físicos ajudam a manter o peso e não tem essa sensação de inchaço.

Quanto custa?

Os anticoncepcionais mais populares, onde a compra pode ser realizada com ou sem prescrição médica na farmácia, como camisinhas, pílulas, injetáveis e diafragma, por exemplo, tem valores que mudam de acordo com a cidade, a farmácia, e a marca. Os preços variam de De R$ 8,00 a R$200,00.

Já os outros métodos mais complexos que devem ser realizados em consultórios, por acompanhamento médico, tem um preço bem diferenciado, podendo custar alguns milhares de reais.

Quais as contraindicações dos anticoncepcionais?

O uso de métodos anticoncepcionais é por ordem médica, que seguem critérios de elegibilidade. São recomendações, e, portanto, consistem em uma lista de condições das pacientes, que podem significar limitações para o uso dos diferentes métodos.

O profissional de saúde avalia os riscos e benefícios de cada método, por isso a mulher deve consultar um profissional da saúde para averiguar os critérios e qual deles se enquadra mais ao estilo de vida e cuidados para a saúde.

Qual a eficácia de cada anticoncepcional?

Tirando os métodos definitivos, de acordo com o Blog da Saúde não existe método 100% eficaz. Todos apresentam taxa de falha.

A eficácia das pílulas anticoncepcionais, por exemplo, relaciona-se diretamente à sua forma de administração, ou seja, esquecimento na ingestão de comprimidos e irregularidades na dosagem costumam diminuir sua eficácia.

Como tomar?

Para que não haja risco de falha do método escolhido, seguir as instruções do fabricante é muito importante para que não haja uma gravidez indesejada.

No caso de pílulas é muito importante que a mulher não se esqueça de tomar sempre no mesmo horário, todos os dias.

Os riscos de combinar o contraceptivo de emergência com a pílula 

Conclusões

O anticoncepcional é um método simples e barato da mulher, em uma relação sexual, impedir a ascensão dos espermatozoides. Evitando, dessa maneira, uma gravidez.

Sempre com indicação médica, o método escolhido pode ser iniciado a partir da primeira menstruação da mulher, analisando sempre as vantagens e as desvantagens de cada método.

Existem também os métodos contraceptivos definitivos, que requerem cirurgia e têm como objetivo tornar o homem ou a mulher estéreis de forma permanente, como nos casos da vasectomia ou da ligadura das trompas.

Anticoncepcional: mitos e verdades sobre o uso e os efeitos do remédio 

Fontes:

Blog da saúde

Gineco.com.br

MD.Saúde

Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida (SBRA)

Viva Sua Vida

 

Fonte: Guia da Farmácia

Fotos: Shutterstock

 

Não se automedique, consulte um profissional de saúde.

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