Anvisa aprova uso emergencial do Paxlovid, antiviral da Pfizer contra a Covid-19

O medicamento é indicado para adultos e crianças a partir de 12 anos, que tenham testado positivo para a Covid-19 e apresentem alto risco de progressão para casos graves

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou nesta quarta-feira (30) o uso emergencial do medicamento Paxlovid para Covid-19.

A agência recebeu o pedido de uso do antiviral fabricado pela Pfizer no dia 15 de fevereiro.

No entanto, somente agora a decisão de liberação foi tomada, durante reunião da Diretoria Colegiada do órgão.

“Todos os processos de medicamentos e vacinas contra a Covid-19 submetidos à Agência foram exaustivamente avaliados por uma equipe multidisciplinar de servidores públicos que empenharam todos os seus esforços para que, no Brasil, fosse dado acesso a diferentes vacinas e tratamentos”, disse Meiruze Freitas, relatora do processo.

Como funciona e quem pode tomar?

O medicamento é indicado para adultos e crianças a partir de 12 anos que tenham testado positivo para a Covid-19 e apresentem alto risco de progressão para casos graves, incluindo hospitalização ou morte.

Dessa maneira, então, Paxlovid consiste em dois medicamentos antivirais em conjunto: o nirmatrelvir e o ritonavir.

Já o nirmatrelvir é um novo remédio desenvolvido pela Pfizer-BioNTech.

Enquanto o ritonavir é uma droga que já era usada no tratamento do HIV/AIDS.

Todavia, os dois atuam em conjunto bloqueando uma enzima que o vírus precisa, então, para se replicar no corpo.

Estudos indicam que a droga reduz em 89% o risco de hospitalização ou morte em adultos vulneráveis.

É eficaz contra a Ômicron?

Dados iniciais sugerem que Paxlovid é SIM eficaz contra a variante ômicron.

A saber, três estudos divulgados pela Pfizer indicam que o medicamento mantém sua atividade antiviral contra variantes do novo coronavírus, incluindo a ômicron.

Para a pneumologista, pesquisadora do Instituto de Pesquisa do HCOR e integrante do grupo de desenvolvimento de diretrizes em Covid da OMS, Kawano Dourado, de fato, não é esperado que antivirais como esse da Pfizer percam sua eficácia frente a variantes do novo coronavírus devido ao mecanismo de ação dessas drogas, o que não acontece com os tratamentos monoclonais, vários perderam eficácia frente a ômicron.

“É preciso entender que a Covid é um alvo em movimento e se a pessoa fica esperando a certeza absoluta (e não a suficiente apenas para a tomada de decisão) o que acontece é que se perde a oportunidade de se beneficiar de tratamentos”, ressalta a especialista.

Quais órgãos internacionais recomendam/aprovaram o uso?

A FDA, agência reguladora de medicamentos dos EUA, aprovou em 22 de dezembro o uso emergencial da pílula da Pfizer.

Já a Agência Reguladora de Medicamentos e Produtos para a Saúde do Reino Unido (MHRA, na sigla em inglês) aprovou o Paxlovid em 31 de dezembro.

Na União Europeia, o Paxlovid está autorizado para ser comercializado desde o dia 27 de janeiro.

A Agência Europeia de Medicamentos concluiu, portanto, que os benefícios do medicamento são, portanto, superiores aos seus riscos.

Dessa maneira, então, Paxlovid recebeu, então, uma autorização condicional da agência regulatória europeia, sendo assim, então, a Pfizer enviará ainda mais dados para corroborar a eficácia da droga.

Fonte: G1

Foto: Shutterstock

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