Anvisa tem 90 medicamentos em lista de ensaio clínico para tratamento da Covid-19

Três remédios já foram autorizados pela agência reguladora no tratamento contra o novo coronavírus. Conheça quais são

Remédios de  ensaio clínico ao combate da pandemia da Covid-19 estão em análise pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) que realiza, atualmente, a análise de pedido de uso emergencial de um medicamento que pode ser utilizado no tratamento contra a Covid-19: é o anticorpo monoclonal Sotrovimabe.

Entretanto, há ainda uma lista de estudos clínicos autorizados pela agência, com aproximadamente 90 medicamentos e 10 vacinas, que podem vir a contribuir no combate ao novo coronavírus.

A saber, assim como as vacinas, os medicamentos para tratamento da Covid-19 também podem ser aprovados por meio do uso emergencial, além do registro sanitário, conforme explica a agência reguladora.

“Desde o início da pandemia a Anvisa já autorizou cerca de 90 estudos clínicos de medicamentos contra a Covid-19, tanto de produtos inéditos, como de produtos que já são autorizados contra outras doenças. O andamento de cada pesquisa é de responsabilidade de cada laboratório patrocinador”, informou a Anvisa.

A Anvisa destacou que ainda não é possível detalhar a forma de uso e funcionamento dos produtos, uma vez que as substâncias ainda estão em fase de pesquisa.

“A avaliação pela Anvisa acontece a partir do momento em que a empresa apresenta os resultados dos estudos e solicita a autorização de uso no país, seja por meio do registro, seja pelo uso emergencial”, esclarece.

Remédios em ensaio clínico

Na lista de estudos clínicos, há imunizantes promissores, como a vacina da farmacêutica Sanofi Medley, com previsão de conclusão de estudo em setembro de 2022, com análise sendo realizada nos Estados Unidos, em Honduras, na Austrália e no Brasil.

Ainda da Sanofi Medley, há também o estudo do medicamento Sarilumabe, que ao ser concluído e possivelmente aprovado, poderá ser utilizado em pacientes hospitalizados com Covid-19.

A lista completa de medicamentos e vacinas em estudos pode ser conferida aqui.

Medicamentos já autorizados pela Anvisa contra a Covid-19

Até o momento, três medicamentos já receberam o aval da Anvisa para serem utilizados no tratamento de pacientes contaminados pelo novo coronavírus.

A saber, todos foram aprovados entre março e maio de 2021 e já são aplicados por profissionais da saúde.

Remdesivir

O medicamento teve o registro concedido em 12 de março de 2021.

Trata-se de um antiviral injetável produzido no formato de pó para diluição, produzido pelo laboratório Gilead.

A Anvisa explica que a substância impede a replicação do vírus no organismo, diminuindo o processo de infecção.

O Remdesevir é indicado para o tratamento da doença em adultos e adolescentes.

“O medicamento somente será administrado para pacientes com pneumonia que precisam de oxigênio extra para ajudá-los a respirar, mas que não estejam sob ventilação artificial”, explica a Anvisa.

Quanto a aplicação, a agência afirma que o medicamento não deve ser vendido em farmácias:

É indicado para uso hospitalar, onde os pacientes podem ser devidamente monitorados pela equipe médica.

Casirivimabe e imdevimabe

Os medicamentos são a associação de anticorpos monoclonais, produzidos pelas farmacêuticas Regeneron e Roche, administrados juntos, em dose única.

Ambos tiveram o registro aprovado, então, em 20 de abril deste ano.

Indicados para quadros leves e moderados da doença, em adultos e pacientes pediátricos com infeção por Sars-CoV-2 confirmada por laboratório.

E que possuem alto risco de progredir para formas graves da doença.

“Isso inclui pacientes com 65 anos ou mais, ou que têm certas condições médicas crônicas”, diz a Anvisa.

A aplicação deve ocorrer em ambiente hospitalar, administrados, então, juntos por infusão intravenosa.

A Anvisa reitera que os medicamentos não devem ser utilizados para uso em pacientes internados devido à Covid-19.

Ou que necessitam de oxigênio de alto fluxo e ventilação mecânica em seus tratamentos.

“De acordo com dados do estudo clínico, os anticorpos não demonstraram benefício em pacientes internados, podendo até estar associados a desfechos clínicos piores quando usados”, disse a Anvisa.

Banlanivimabe e etesevimab

Aprovado para uso emergencial em 13 de maio deste ano, são administrados juntos, em dose única.

O coquetel é a associação de anticorpos monoclonais, ou seja, substâncias produzidas em laboratório que, quando injetadas no organismo.

Atuam como todos os outros anticorpos presentes no corpo humano, identificando e neutralizando agentes invasores nocivos à saúde, conforme esclarece a Anvisa.

Também é indicado para formas leve e moderada da Covid-19, em adultos e crianças com 12 anos ou mais e que pesem pelo menos 40 quilos.

“Esses pacientes devem apresentar ainda alto risco de progressão da doença para a forma grave ou que possa levar à necessidade de internação. A associação não deve ser usada em pacientes que já estejam hospitalizados com Covid-19 ou que precisem de oxigênio ou ventilação mecânica”, diz a Anvisa.

Contudo, o medicamento não pode ser vendido em farmácias e deve ser aplicado, portanto, em ambiente hospitalar por infusão intravenosa.

O que significa, então, que não é uma aplicação em seringa, mas similar às soroterapias.

“A infusão deve ser feita dentro de três dias do teste viral positivo e até dez dias após o início dos sintomas”, explica a Anvisa.

Fonte: CNN

Foto: Shutterstock

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