O Brasil já registrou mais de 10 mil casos de febre Oropouche em 2025, um aumento de mais de 50% em relação ao mesmo período do ano passado. Segundo dados do Ministério da Saúde, em apenas cinco meses o país se aproxima do total registrado ao longo de todo o ano de 2024, quando 13 mil pessoas foram infectadas pela doença.
O Espírito Santo lidera os números, com mais de 6,1 mil casos e a primeira morte confirmada nesta semana. Em seguida, aparecem Rio de Janeiro, Minas Gerais, Paraíba e Ceará. Embora o Ministério da Saúde registre apenas um caso em investigação, as secretarias estaduais do Espírito Santo e do Rio de Janeiro confirmaram oficialmente quatro mortes pela doença: três no Rio e uma no Espírito Santo.
Até o ano passado, não havia registro de mortes por febre Oropouche no país. Com o aumento expressivo de casos em 2024, o Brasil passou a enfrentar também uma escalada no número de óbitos associados à infecção.
O que é a febre e como ela é transmitida?
A Febre Oropouche é transmitida principalmente por mosquitos. Depois de picarem uma pessoa ou animal infectado, os mosquitos mantêm o vírus em seu sangue por alguns dias. Quando esses mosquitos picam outra pessoa saudável, podem passar o vírus para ela.
Segundo o Ministério da Saúde, a doença tem dois ciclos de transmissão:
- Ciclo Silvestre: Neste ciclo, os animais, como bichos-preguiça e macacos, são os portadores do vírus. Alguns tipos de mosquitos, como o Coquilletti diavenezuelensis e o Aedes serratus, também podem ser portadores do vírus. Mas o mosquito Culicoides paraenses, conhecido como maruim ou mosquito-pólvora, é considerado o principal transmissor nesse ciclo.
- Ciclo Urbano: Aqui, os humanos são os principais portadores do vírus. O maruim também é o vetor principal. Além disso, o mosquito Culex quinquefasciatus (o famoso pernilongo ou muriçoca), comum em ambientes urbanos, também pode ocasionalmente transmitir o vírus.
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Quais são os sintomas?
Ainda segundo o Ministério da Saúde, os sintomas da doença são parecidos com os da dengue e da chikungunya:
- dor de cabeça,
- dor muscular,
- dor nas articulações,
- náusea
- e diarreia.
Existe tratamento?
A Febre Oropuche não possui tratamento específico – assim como a dengue. O Ministério da Saúde recomenda que os pacientes descansem, recebam tratamento para os sintomas e sejam acompanhados por médicos.
E para prevenir a doença, são aconselháveis as mesmas medidas de prevenção à dengue:
- Evitar áreas com muitos mosquitos, se possível.
- Usar roupas que cubram o corpo e aplicar repelente nas áreas expostas da pele.
- Manter a casa limpa, eliminando possíveis locais de reprodução de mosquitos, como água parada e folhas acumuladas.
O diagnóstico da doença é difícil porque clinicamente os sintomas se parecem com os da dengue, por exemplo. Por isso, é importante que ao ter os indícios, procure um médico para o acompanhamento.
Embora a Febre do Oropouche (FO) possa causar complicações sérias, como meningite ou encefalite, que afetam o sistema nervoso central, esses casos são raros.
Os números da doença no Brasil
Desde o início do ano, o país já acumula mais de 10.076 casos da doença. O número reflete um aumento de 56% com relação ao ano passado.
Para se ter ideia, em 2024, até maio, foram registrados 6,4 mil casos da doença. Em todo o ano passado, foram pouco mais de 13 mil casos.
Veja a relação de casos por estado:
- Amapá: 80
- Bahia: 5
- Ceará: 573
- Espírito Santo: 6.123
- Minas Gerais: 682
- Mato Grosso do Sul: 1
- Pará: 1
- Paraíba: 640
- Pernambuco: 2
- Piauí: 1
- Paraná: 10
- Rio de Janeiro: 1.900
- Rondônia: 7
- Roraima: 1
- Santa Catarina: 9
- São Paulo: 36
- Tocantins: 5
Fonte: G1
Foto: Shutterstock
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