Canabidiol para o tratamento da dor crônica: realidade mais próxima dos pacientes

Neurocirurgião do Hospital 9 de Julho explica os benefícios do canabidiol quando usado no tratamento da dor crônica

Com a recente regulamentação da Agência Nacional de Saúde Suplementar (Anvisa) para a comercialização do canabidiol para fins medicinais, uma nova janela de oportunidades se abre para pacientes de dor crônica, cujas terapias convencionais não fazem mais efeito.

Envolto em polêmicas, o uso do canabidiol para o tratamento da dor crônica e outras doenças ainda gera muitas dúvidas por parte da população. De acordo com o neurocirurgião e coordenador do Centro de Dor do Hospital 9 de Julho, Dr. Claudio Corrêa, o esclarecimento é importante, começando por desassociar a relação da droga ilícita com a medicação.

“É preciso entender que os componentes extraídos da planta, e concentrados no medicamento para uso medicinal, excluem os princípios ativos da droga alucinógena. Dessa forma, são direcionados para fins específicos dentro de diferentes doenças e seus mecanismos de ação”, afirma.

Além disso, o médico explica que o uso deste novo elemento para cuidar de quadros dolorosos atua no sistema nervoso central, especialmente no complexo supressor da dor, mudando sua percepção pelo córtex – onde é estabelecido o processo de comunicação deste estímulo.

Dentre os perfis de pessoas que se beneficiarão com o fármaco, estão pacientes de dor neuropática, como os diabéticos, oncológicos, de doenças reumatológicas como artrites e artroses, entre outros.

Como ter acesso ao canabidiol para a dor crônica

Embora a regulamentação do canabidiol pela Anvisa represente um avanço importante, a medicação ainda não será de fácil acesso, seja pelo custo, pelo volume de fabricantes ou distribuidores disponíveis no mercado para atender a demanda.

A próxima etapa da regulamentação é permitir o cultivo da planta para a extração da substância. Porém, a Anvisa julga ser um passo que depende de uma fiscalização que o Brasil ainda não tem estrutura para atender.

“Também é importante explicar que o medicamento atual só poderá ser comprada mediante prescrição médica”, pontua o neurocirurgião.

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Foto: Shutterstock
Fonte: Dr. Claudio Corrêa

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