
Medicamentos injetáveis como Saxenda, Ozempic, Wegovy e Mounjaro protagonizaram uma verdadeira revolução no tratamento da obesidade. Cada vez mais sofisticadas, as moléculas presentes nesses medicamentos, apresentados em forma de canetas, alcançaram resultados surpreendentes – segundo estudos clínicos, a perda de peso pode chegar a 22%.
Mas os efeitos atraíram um público que não tem diabetes nem obesidade – as condições para as quais as canetas são realmente indicadas.
Esse uso puramente estético preocupa especialistas, já que os efeitos em longo prazo nesse público são desconhecidos. Sem falar que, para suprir uma demanda que não para de crescer, nasceu um mercado paralelo envolvendo clínicas de estética e farmácias de manipulação.
Ao apostar em produtos de origem desconhecida, mais uma vez muitas pessoas se colocam em risco.
Como canetas agem e quais os efeitos
Maria Edna de Melo, coordenadora da Comissão de Advocacy da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e Síndrome Metabólica (Abeso), explicou durante o podcast Dois Pontos, promovido pelo Estadão, a como esses remédios injetáveis auxiliam no tratamento do diabetes e da obesidade.
Segundo ela, os efeitos colaterais mais intensos são raros – e normalmente vistos em indivíduos que fazem o uso inadequado, sem orientação.
A nutricionista Desire Coelho, especialista em transtornos alimentares e que também participou do debate no podcast, frisou que, para os pacientes que realmente precisam, os medicamentos são revolucionários. “É importante a gente entender que (esse tipo de remédio) muda a história de uma pessoa.”
Desfechos em saúde
Estudos indicam que os remédios injetáveis não trazem impactos só em termos de perda de peso: eles também podem reduzir o risco cardiovascular e a gordura no fígado, por exemplo.
Maria Edna comentou que novas pesquisas devem trazer informações sobre a relação entre essas medicações e demência. Desire aponta que, mesmo quando a perda de peso não é tão expressiva, as melhoras em saúde continuam acontecendo. “Mas a gente tem que cuidar não só da perda de peso, mas da qualidade desse emagrecimento. Porque são duas coisas diferentes”, afirmou Desire.
Obesidade precisa ser tratada
Maria Edna explicou como é, em geral, o diagnóstico de obesidade e a importância de intervir no quadro desde o início. “As pessoas precisam ter um monitoramento de seu peso, porque é uma medida de saúde, assim como a pressão arterial.”
Fonte: Estadão
Foto: Shutterstock
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