Casos de chikungunya crescem quase 2.900% no estado de SP

Foram mais de 7 mil casos da doença até 22 de junho deste ano, contra 254 casos no ano passado inteiro

Os casos de chikungunya cresceram quase 2.900% no estado de São Paulo neste ano.

Até 22 de junho, foram registrados 7,6 mil casos.

Em todo o ano passado, tinham sido apenas 254 casos. Os dados são da Secretaria Estadual de Saúde.

Em 2019, por exemplo, o número de casos também foi muito menor — 315 notificações no ano inteiro.

Tanto em 2019 quanto no ano passado não houve mortes pela doença. Mas, neste ano, já são contabilizados, então, três óbitos.

O médico sanitarista e professor de Saúde Pública e Epidemiologia do Centro Universitário São Camilo, Sergio Zanetta, explica que entre novembro e março ocorre o período de maior transmissão da doença por conta do aumento das chuvas.

“Somado a isso, houve, então, a diminuição do combate aos focos do mosquito com a pandemia. Agentes comunitários não entraram na casa das pessoas por conta do isolamento e houve falta de campanha de comunicação para esse controle”, afirma.

Surto

Zanetta explica também que o surto no estado teve início na Baixada Santista.

“Os casos foram concentrados nos municípios dessa região, e a Baixada tem um nível de contato muito grande com o restante do estado por meio do transporte de pessoas e cargas. A chance de disseminação para capital e interior é muito grande. Era previsível que isso subisse a serra”, explica o médico sanitarista.

E foi o que aconteceu. Na capital, o recorde histórico de casos de chikungunya em um ano já foi batido antes mesmo do final do primeiro semestre. Foram 57 casos até 22 de junho.

Antes disso, o ano que registrou mais casos havia sido 2016, então, com 50 notificações.

No ano passado, então, a cidade registrou apenas um caso.

Os casos de dengue também apresentaram alta. Eles mais que triplicaram na cidade de São Paulo — são 6.408 casos até junho, ante 2.009 casos no ano passado inteiro.

Em todo o estado, já são 109.600 casos de dengue e 30 mortes. Em 2020, foram 194.415 casos e 142 óbitos.

Tanto a dengue quanto a chikungunya têm como vetor de transmissão o mosquito Aedes aegypti.

A saber, em nota, a Secretaria Estadual da Saúde afirma que 80% dos criadouros do mosquito estão nas residências.

E, dessa maneira,  alerta para a importância do cuidado com o acúmulo de água, que favorece a proliferação do Aedes.

Enfrentamento contínuo da chikungunya por toda SP

Ainda de acordo com a nota, o enfrentamento ao Aedes é, portanto, uma tarefa contínua e coletiva.

As principais medidas de prevenção são deixar a caixa d’água bem fechada e realizar a limpeza regularmente, retirar dos quintais objetos que acumulam água, cuidar do lixo, mantendo materiais para reciclagem em saco fechado e em local coberto.

Além de  eliminar pratos de vaso de planta ou usar um pratinho que seja bem ajustado ao vaso e descartar pneus usados em postos de coleta da prefeitura.

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Fonte: G1

Foto: Shutterstock

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