Clínicas privadas têm acordo para 5 milhões de doses de vacina indiana

Após aval da Anvisa, as clínicas poderão adquirir um mínimo de 2 mil doses e no máximo 400 mil doses da vacina Covaxin

A Associação Brasileira das Clínicas de Vacinas (ABCVAC) e a importadora Precisa Medicamentos concluíram as negociações para a compra de 5 milhões de doses da vacina Covaxin, da farmacêutica
Bharat Biontech, da Índia, e já estão negociando com as clínicas privadas brasileiras a venda do imunizante.

As clínicas poderão adquirir um mínimo de 2 mil doses e no máximo 400 mil doses da vacina.

Os valores, no entanto, vão depender do montante adquirido e serão pagos diretamente à importadora.

Assim, as clínicas que comprarem entre 2 mil e 7,2 mil doses do imunizante pagarão US$ 40,78, por unidade.

Já aquelas que optarem por uma encomenda de 7.201 a 12 mil doses, o preço unitário cai para US$ 38.

Nos casos de compras de 12.001 a 50 mil doses, o preço é de US$ 36.

Entre 50.001 a 100 mil, o custo é de US$ 34,43 e acima de 100 mil doses, US$ 32,71.

As clínicas têm somente até esta sexta-feira para fecharem seus pedidos com a importadora.

O comunicado da ABCVAC sobre a disponibilizada da vacina da Índia foi enviado a suas associadas no último dia 23.

Reserva de lote

As empresas interessadas precisam pagar 10% do valor do contrato como adiantamento para reservar seu lote, sendo que a quantia será devolvida caso o imunizante não seja aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) ou ocorra outro percalço.

Todavia, no período de aprovação pela Anvisa e de liberação da licença de importação, serão cobrados mais 50% – os demais 40% serão pagos na entrega da vacina.

A expectativa da Bharat Biontech é que a vacina esteja disponível no mercado particular em abril, após aprovação de registro definitivo na Anvisa.

Fase da vacina Covaxin

Atualmente, o imunizante está na fase 3 dos ensaios clínicos com 26 mil pessoas na Índia.

Assim, a intenção do grupo farmacêutico é terminar essa etapa de estudos até o dia 25 de fevereiro e, em seguida, entrar com pedido de registro definitivo na Anvisa.

Pelas regras atuais da agência reguladora, as vacinas com pedido de uso emergencial não podem ser compradas pelo setor privado. Ainda há, portanto, o risco de a Anvisa exigir que Bharat faça testes clínicos no Brasil.

O governo também está negociando com a Bharat Biotench um lote de 50 milhões de doses, mas anda aguarda o término das pesquisas clínicas.

Os envolvidos na importação da Covaxin têm argumentado que, em abril, a imunização dos grupos prioritários na rede pública estará concluída ou bastante adiantada e não vai gerar questionamentos tão acirrados da sociedade.

Negociações das clínicas privadas interessadas na compra da vacina indiana

Desde o fim do ano passado, as clínicas particulares de vacinação e empresas vêm, então, tentando adquirir vacinas contra a Covid-19 com argumentações diversas.

A mais recorrente é que a vacinação pelo setor privado seria complementar ao programa de imunização do governo, que está deixando a desejar.

No entanto, especialistas de saúde alertam sobre o risco de pessoas com condições financeiras serem imunizadas tendo em vista a falta de vacinas no mundo.

A Precisa Medicamentos informou que “todas as negociações são desenvolvidas dentro de um ambiente privado e cobertas por termos de confidencialidade. Todas as estratégias e condições comerciais são discutidas exclusivamente dentro do ambiente legítimo, e cobertas por contratos entre as partes, envolvendo apenas clientes e fornecedores. Não reconhecemos nenhum documento que esteja fora do ambiente formal das negociações”.

Covaxin: o que se sabe sobre a vacina indiana contra a Covid-19 

Fonte:  Valor Econômico

Foto: Shutterstock

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