A pandemia do novo coronavírus trouxe diversas mudanças no varejo e também no comportamento do shopper. Não sabemos se essas mudanças serão passageiras ou se permearão no futuro, mas o diretor de negócios do IPSOS, Rafael Lindemeyer, falou sobre essas tendências e expectativas.
“Muitos países já vivem de maneira intensa a adaptação entre a nova realidade de cuidados com a segurança e a saúde, com a necessidade de buscar um retorno às atividades cotidianas. Neste cenário, ficam evidentes as mudanças comportamentais que já nos acompanham há algum tempo: o medo do futuro, a consciência de que voltar a normalidade não está sendo voltar ao que era antes e o surgimento de novos comportamentos para contribuir individualmente nesse novo momento de vida de cada pessoa”, pontuou Lindemeyer.
De acordo com o IPSOS, o perfil da população mudou, criando uma relação mais forte com o lar, uma maior gestão dos gastos e um aumento das experiências digitais. “O médico e o paciente de ontem não são os mesmos que os de hoje. Ambos se digitalizaram. A jornada de compra que já estava acentuada pelo digital, foi mais impactada ainda. Além disso, a visibilidade do profissional de saúde também está ainda mais positiva”, destacou o especialista.
Comportamento do cliente no novo normal
Uma pesquisa do instituto que avaliou a aprovação dos órgãos públicos e privados quanto ao trabalho realizado conta a Covid-19 mostra que enfermeiros, farmacêuticos e médicos como os principais profissionais interlocutores nos quais as pessoas veem mais veracidade nas suas falas.
Outro ponto é a complexidade da jornada de compra, que vem se dando ao longo do tempo de maneira muito mais forte, e neste momento se torna ainda mais complexa.
“A jornada antes era complexa, mas não existiam tantos pontos de contato que interferiam conjuntamente dentro do acesso do shopper até a compra. Hoje um shopper que tem a necessidade de comprar um medicamento ou um dermocosmético, por exemplo, passa por muitos e muitos pontos de contato. Não é mais apenas o canal de compra, as redes sociais e todo o ambiente digital interferem nessa decisão e, obviamente, um desafio hoje é que a jornada de compra no ponto de venda tenha uma estratégia ajustada para um app de compra e para o digital de uma forma muito mais forte do que no passado”, explica Lindemeyer, ressaltando que a forma como a loja deve ser comunicar com o consumidor, o tipo de mensagem e o tom utilizado também são pontos de muita atenção neste momento, porque a mensagem pode parecer oportunista.
O conteúdo foi parte do terceiro dia do curso do Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos (Sindusfarma), o workshops on-line explorando a temática “Desafios do Trade Marketing no ‘Novo Normal’”.
Fonte: Guia da Farmácia
Foto: Shutterstock