Semelhante aos achados de outras vacinas, os autores observam que as respostas imunológicas entre crianças e adolescentes foram maiores que em adultos de 18 a 59 anos e também em idosos com 60 anos ou mais.
Porém, nenhuma diferença significativa na resposta imune foi detectada em uma análise por grupo de idade.
Na maioria dos casos, as reações adversas foram ligeiras ou moderadas, sendo a dor no local da injeção o sintoma mais comum.
Apenas uma reação adversa grave foi relatada no grupo de controle – um caso de pneumonia,
No entanto, não estava relacionado à vacinação.
Ponderações
Os cientistas ressaltaram algumas limitações do estudo.
Como o pequeno número de participantes e a falta de dados sobre segurança e resposta imunológica de longo prazo.
O pesquisador da Sinovac Qiang Gao também ponderou que os participantes eram todos da etnia Han, destacando a necessidade de estudos maiores em outras regiões.
E envolvendo, então, populações multiétnicas.
“Nossa descoberta de que CoronaVac foi bem tolerada e induziu fortes respostas imunológicas é muito encorajadora, e sugere que estudos adicionais em outras regiões, envolvendo populações multiétnicas maiores, podem fornecer dados valiosos para estratégias de imunização envolvendo crianças e adolescentes”, disse Qiang Gao.
Gao lembrou também que apesar da maioria das crianças desenvolver infecções leves da Covid-19 ou ser assintomáticas.
Ainda há uma pequena parte desta população que desenvolve as formas graves da doença.
Além disso, crianças e adolescentes também transmitem o coronavírus.
Daí, portanto, a importância da imunização em massa também envolver os menores de idade.
Vírus inativado
A CoronaVac utiliza a tecnologia do “vírus inativado”.
Vacinas inativadas são compostas, portanto, pelo vírus morto ou por partes dele.
Esses vírus não conseguem nos deixar doentes, mas isso é suficiente para gerar uma resposta imune e criar no nosso organismo uma memória de como nos defender contra uma ameaça.
A tecnologia é bastante tradicional e foi desenvolvida há cerca de 70 anos. Veja abaixo:
Aprovação na China
A China aprovou a CoronaVac para crianças e adolescentes de 3 a 17 anos no dia 4 de junho, se tornando o primeiro do mundo a aprovar uma vacina contra a Covid para crianças.
A saber, além da CoronaVac, a China também está aplicando as vacinas da Sinopharm e da CanSino.
A da CanSino é dada em apenas uma dose; a CoronaVac e as da Sinopharm têm duas doses. Ambas somente em adultos.
A CoronaVac e a vacina da Sinopharm fabricada em Pequim já têm autorização de uso emergencial da Organização Mundial da Saúde (OMS) em adultos.
A vacina da Pfizer já é autorizada para quem tem 12 anos ou mais na:
Europa, nos Estados Unidos, no Reino Unido e no Canadá, com a mesma dose que os adultos: 30µg.
No Brasil, a empresa fez, então, um pedido de autorização de uso à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Pfizer realiza testes em bebês
No dia 12 de junho, a Pfizer anunciou que também ampliaria para até 4,5 mil o total de crianças e adolescentes menores de 12 anos que participam dos testes de sua vacina nos Estados Unidos, Finlândia, Polônia e Espanha.
A Pfizer vai testar também um esquema de duas doses de 10µg (microgramas) em crianças entre 5 e 11 anos.
E de 3µg para bebês e crianças de 6 meses a 5 anos.
Portanto, na fase anterior, foram testadas, a segurança e a tolerabilidade.
Além da resposta imunológica gerada por 144 bebês e crianças, de 6 meses a 11 anos, em um estudo de fase 1.
O esquema vacinal foi, portanto, de duas doses, com 3 diferentes dosagens da vacina: 10, 20 ou 30µg para cada faixa etária.
A CoronaVac e a vacina da Pfizer estão entre as quatro que estão sendo usadas no Brasil.
A terceira e quarta são, então, a vacina de Oxford/AstraZeneca e a da Johnson/Janssen.
Fonte: G1
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