CoronaVac: saiba tudo sobre a vacina contra a Covid-19 que chegou em São Paulo

Prevista para começar a ser aplicada na população do Estado de São Paulo dia 25 de janeiro de 2021, a vacina ainda não foi aprovada pela Anvisa

Desenvolvida pelo Instituto Butantan em parceria com biofarmacêutica Sinovac Life Science, a Coronavac começará a ser aplicada na população de São Paulo a partir de janeiro.

O anúncio foi feito ontem, dia 7, pelo governador do estado, João Doria. A compra de 46 milhões de doses da vacina Coronavac está pautado para o próximo dia 16, no Supremo Tribunal Federal (STF).

Um plano de vacinação urgente foi montado devido aos números de casos estarem aumentando, o que levou o Estado de São Paulo a voltar para a fase amarela, cumprindo, assim, mais restrições.

Confira dúvidas e respostas sobre a vacina.

O que é a CoronaVac?

CoronaVac é uma vacina contra a Covid-19 sendo desenvolvida pela companhia biofarmacêutica chinesa Sinovac Biotech. A vacina utiliza uma versão quimicamente inativada do SARS-CoV-2, o tipo de coronavirus que causa Covid-19, ou seja, criada com base no próprio vírus.

Os pesquisadores da Sinovac Biotech criam uma cultura do vírus em laboratório, o deixam inativo e aplicam em pacientes. Com isso, a produção de anticorpos é estimulada pelo organismo humano, o que pode prevenir os sintomas graves da Covid-19, que podem causar a morte. Com anticorpos específicos para a infecção, o organismo pode, dessa maneira, combater de forma mais eficiente o coronavírus, de modo, então, a não causar grandes danos à saúde.

Atualmente ela se encontra na fase III dos ensaios clínicos, começada em julho de 2020 no Brasil, e está sendo testada em mais de 10 mil voluntários, em parceria com o Instituto Butantan.

Qual é a eficácia da vacina?

vacina Coronavac é segura e tem capacidade de produzir resposta imune no organismo 28 dias após sua aplicação em 97% dos casos, de acordo com a revista científica Lancet Infectious Diseases. Os resultados desse estudo contam com revisão de diversos cientistas. 

Na prática, se uma vacina tem 90% de eficácia, isso significa dizer que a pessoa tem 90% menos chance de pegar a doença se for vacinada do que se não for.

A CoronaVac foi testada no Brasil?

Sim. Os testes no Brasil estão sendo coordenados desde julho pelo Butantan em 16 centros de pesquisa científica espalhados em sete estados brasileiros e no Distrito Federal, com 13 mil voluntários envolvidos.

A CoronaVac já está no Brasil?

No dia 19 de novembro, o estado de São Paulo recebeu as primeiras 120 mil doses da vacina. Já no dia 3 de dezembro, outro lote, com 600 litros de matéria-prima para a fabricação da CoronaVac chegou ao estado.

A produção 100% local, no entanto, só deve acontecer a partir de 2022, com a conclusão da obra da fábrica que terá capacidade de produzir até 100 milhões de doses da vacina por ano. Até lá, o Butantã receberá doses prontas da China ou matéria-prima para que a produção seja apenas finalizada no Brasil.

E quem não quiser tomar a vacina?

Até o momento, o governador João Doria disse  que a vacina será obrigatória em todo o estado. De acordo ele, somente quem tiver um atestado médico que comprove que ele não pode ser imunizado será liberado.

Já o presidente Bolsonaro afirmou que o Ministério da Saúde também oferecerá uma vacina contra a Covid-19 – ainda sem definir qual, mas “sem impor ou tornar a vacina obrigatória”.

Porém, uma solução intermediária está sendo cogitada no Supremo Tribunal Federal (STF) para resolver a polêmica sobre a obrigatoriedade da vacinação contra a Covid-19.  Quem não quiser ser imunizado, ficaria sujeito a uma série de restrições – não poderia, por exemplo, realizar viagens nacionais e internacionais em transportes públicos, ou entrar em estabelecimentos comerciais.

O que falta para a Anvisa aprovar a vacina?

Os testes da vacina CoronaVac já chegaram em sua fase final (3) e seus resultados serão analisados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), ainda sem previsão de conclusão. No entanto, assinada em fevereiro pelo presidente Jair Bolsonaro, a lei 13.979 pode permitir ao governador de São Paulo, João Doria, a determinar a vacinação dos paulistas com a CoronaVac, mesmo sem aprovação da agência.

Quem receberá a vacina primeiro?

De acordo com o Governo de São Paulo, a primeira fase da vacinação será feita da seguinte forma:

Cronograma estadual de vacinação contra a Covid-19, segundo governo de SP

Trabalhadores da saúde, indígenas e quilombolas 25 de janeiro 15 de fevereiro
75 anos ou mais 08 de fevereiro 1° de março
70 a 74 anos 15 de fevereiro 08 de março
65 a 69 anos 22 de fevereiro 15 de março
60 a 64 anos 1° de março 22 de março

 

Fonte: Guia da Farmácia com informações da Agência Brasil, Estadão, G1, Migalhas e Veja

Foto: Shutterstock

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