Coronavírus: ventilar ambiente é mais importante do que passar álcool em tudo

A capacidade do coronavírus entrar no organismo e provocar estragos a partir de uma superfície contaminada é bem menos comum do que se imaginava

Os especialistas estão cada vez mais convencidos de que para se evitar uma contaminação pelo coronavírus é preciso ventilar o ambiente.
A capacidade de o coronavírus entrar no organismo e provocar estragos a partir de uma superfície contaminada é bem menos comum do que se imaginava.
Os especialistas estão cada vez mais convencidos de que a capacidade de o coronavírus entrar no seu organismo e provocar estragos a partir de uma superfície contaminada é bem menos comum do que se imaginava.
Contudo, isso não significa que é impossível pegar o Sars-CoV-2 ao colocar a mão numa maçaneta e, depois, na boca ou nos olhos. 
“A questão é que a probabilidade é muito baixa, e higienizar as mãos de forma correta já é suficiente para bloquear essa via de transmissão”, assim, aponta o médico e pesquisador do Centro de Pesquisa Clínica e  Epidemiológica do Hospital Universitário da Universidade de São Paulo, Marcio Sommer Bittencourt.

O que diziam os estudos

Nos primeiros meses de 2020, muito se falou sobre como o material genético do vírus era encontrado em diferentes superfícies, e como permanecia ali por um tempo considerável.
Daí veio aquela preocupação mais do que natural de limpar bem as superfícies e qualquer coisa que entrasse na casa, como as compras.
Entretanto, com o andar da carruagem, os cientistas foram definindo com mais clareza o real risco de infecção a partir dessa via.

Em maio, os Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos já avisavam que tocar superfícies contaminadas não era o canal mais importante da transmissão.

Hoje há uma convicção de que detectar partes do vírus em algum objeto não é necessariamente motivo de preocupação.
“É preciso considerar diversas circunstâncias, como a carga viral depositada em cada superfície, o material em questão, o tempo de permanência ali, as condições climáticas e por aí vai”, pontua o virologista da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Jônatas Abrahão.
Às vezes, é só a carcaça do Sars-CoV-2 que está ali, sem qualquer capacidade de invadir o organismo, replicar-se e desencadear os sintomas da Covid-19.
“E mesmo que ele esteja viável, só será realmente preocupante se houver quantidade suficiente para contaminar quem colocar as mãos ali e levá-las ao rosto”, destaca Bittencourt.

Medidas prudentes para conter a transmissão do coronavírus, além de ventilar o ambiente

O ponto principal para evitar uma possível infecção através de uma superfície contaminada é lavar as mãos sempre que possível e ficar colocando-as no rosto. 
Se você está trazendo compras para casa ou se chegou alguma encomenda, higienize as mãos antes e depois de manipulá-las.
E, independentemente de estarmos ou não numa pandemia, vale limpar coisas que entram em contato direto com a boca.
O bocal de latinhas de refrigerante é um exemplo.
Além disso, o contato com superfícies em locais onde possivelmente há mais pessoas infectadas, como hospitais, merece uma atenção redobrada.
Nessa situação específica, o vírus tende a estar presente em concentração mais alta.

Sistema imunológico

Indivíduos com o sistema imunológico fragilizado também podem conversar com seus médicos sobre o assunto.

No mais, locais que são tocados por muitas pessoas diferentes (barras de ônibus, maçanetas de salas de aula) merecem cuidado. Após encostar neles, você pode recorrer ao álcool em gel, por exemplo.
Agora, os especialistas recomendam mesmo é concentrar esforços na prevenção da principal via de transmissão da Covid-19: a respiratória.
Portanto, sabe-se que a infecção por coronavírus ocorre, na grande maioria das vezes, por gotículas e aerossóis expelidos no ar quando alguém tosse, espirra ou fala.
Daí porque o uso correto de máscara e o distanciamento social são cada vez mais valorizados.
Também é importante evitar ambientes fechados e ventilar ao máximo os cômodos, porque o vento dissipa as partículas contaminadas.
Ou seja, a carga viral infectante que poderia chegar a alguém fica menor. 
Fontes: Revista Veja e Rádio Planalto
Foto: Shutterstock

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