A queda no termômetro pode trazer algumas doenças na nossa pele, que fica bem mais sensível no outono, por exemplo.
A umidade relativa do ar cai, o que favorece o ressecamento. E certos comportamentos, como tomar banho quente e prolongado, pioram a situação.
A dermatologista da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), Dra. Maria Paula Del Nero, explica que a hidratação é responsabilidade de uma camada de gordura que reveste a pele.
E o ressecamento danifica essa barreira protetora, abrindo caminho para infecções, inflamações e infecções. A seguir, saiba quais são as doenças que mais se aproveitam dessa fragilidade e como preveni-las.
Dermatite seborreica
A popular caspa atinge especialmente a cabeça, mas pode chegar também a outras regiões peludas, como axilas, peitoral e costas. Aqui, a questão não é o ressecamento, mas o oposto dele.
É que, para compensar a secura e a temperatura quente do chuveiro, as glândulas sebáceas da pele produzem mais oleosidade.
“E isso é sentido onde temos mais fios, pois é ali que tais glândulas estão presentes em maior quantidade”, ensina a dermatologista.
Para piorar, um fungo oportunista se alimenta desse sebo e se multiplica, agravando a inflamação local e provocando coceira – além das famosas cascas brancas.
Para evitar, o ideal é lavar e secar o cabelo constantemente em temperatura morna. Se for o caso, com xampus especiais. Fuja das toucas, gorros e bonés, que favorecem a oleosidade.
Dermatite atópica
A mais clássica do outono/inverno, capaz de atingir até 10% das crianças, especialmente as que têm outras alergias, como rinite, bronquite e sinusite. Mas, pode também aparecer em adultos.
Sintomas são pele avermelhada, coceira, prurido e descamação. Eles são mais notados nas regiões das dobras, como atrás do joelho.
“A dermatite que mais piora com o ressecamento e o banho quente e prolongado, pois a perda da barreira protetora deixa a pele suscetível a agentes irritantes, como aditivos químicos”, aponta Dra. Maria Paula.
Em pessoas que já são sensíveis, essas agressões podem facilitar as crises de dermatite. Então, o segredo é hidratar muito a pele, às vezes com produtos específicos.
Atenção! A médica explica ainda que se o hidratante comum causar ardência é sinal de que algo está errado.
Portanto, a recomendação é fugir de produtos muito coloridos ou cheirosos demais – sinais de que podem conter aditivos químicos em excesso.
Dependendo da extensão do quadro, é preciso, então, passar antialérgicos e até tomar remédio.
Psoríase
O mal é a falta de sol, que alivia as crises de quem sofre com a doença crônica.
Por isso, o jeito é procurar manter a exposição sempre que possível – fora dos horários de risco para o câncer de pele, claro – e buscar, portanto, outros tipos de tratamento.
Mas, como a falta de hidratação piora a coceira – um dos incômodos associados à psoríase além de suas placas avermelhadas – o ideal, então, é seguir as orientações gerais e manter a pele bem nutrida.
Ictiose vulgar
Mais rara, ela é uma manifestação extrema da pele seca. A derme fica mais grossa, descamativa e craquelada – o aspecto pode até lembrar escama de peixe.
Acomete especialmente pessoas de mais idade, pois com o tempo perdemos parte da camada protetora da pele.
Logo, idosos devem investir em cuidados especiais.
“O ideal, então, é passar o hidratante logo depois do banho e, se a pele estiver muito ressecada, até mais de uma vez ao dia”, completa a médica.
Já a ducha diária precisa ser rápida (no máximo, deve durar sete minutos) e morna – com temperatura de até 37ºC, o equivalente à temperatura corporal.
Dessa maneira, esses hábitos, vale para todos, assim como a delicadeza na hora de passar sabonete no corpo – buchas e esfoliantes nessa época não são indicados.
Como manter uma rotina de cuidados com a pele?
Fonte: Dra. Maria Paula Del Nero, dermatologista da Sociedade Brasileira de Dermatologia
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