Dezembro Vermelho e as perspectivas na prevenção do HIV/AIS

Data é importante para levantar a bandeira das medidas de prevenção ao contágio reforçar a necessidade da busca pelo tratamento

O dezembro vermelho foi criado para chamar a atenção para a importância do diagnóstico e do tratamento precoce do paciente portador do vírus HIV. Ele serve também para apagar o estigma em torno do paciente portador do HIV, levantar a bandeira das medidas de prevenção ao contágio e o mais importante, reforçar a necessidade da busca pelo tratamento, que pode garantir uma vida muito próximo da normalidade ao paciente.

No último dia 24 de novembro completaram-se 30 anos que uma das vozes mais icônicas do rock mundial se calou. Há exatas três décadas o mundo chorava e despedia-se de Freddie Mercury, vítima de uma doença pouco conhecida à época, a Síndrome da Deficiência Imunológica Adquirida/AIDS. A exemplo de vários outros artistas, personalidades e pessoas comuns, a morte de Freddie carregava o estigma de uma doença que tinha no seu diagnóstico uma quase sentença de morte. Ainda pouco se sabia sobre sua patologia, seus mecanismos, e como o vírus destruía de forma avassaladora o sistema de defesa do organismo.

Uma prova de como a CIÊNCIA produz efeitos fantásticos quando os esforços são coordenados, reflete-se na figura de uma segunda estrela que também teve sua vida tocada pelo HIV. Trata-se de Magic Johnson, ídolo dos Los Angeles Lakers e do Dream Team do EUA. Ele acaba de completar 60 anos e alega aproveitar de uma vida absolutamente normal, exceto pelo fato de utilizar os medicamentos de controle do HIV de forma contínua e comprometeu-se a ser “o rosto do HIV no mundo”. No mesmo ano que perdíamos Freddie Mercury, Johnson comunicava para o mundo a sua condição de portador do vírus HIV. O que torna essas duas histórias diferentes apesar de ligadas? A forma como a doença pôde ser controlada em um espaço curto de tempo.

Enquanto nos primeiros anos os diagnósticos para HIV traziam, como dito, uma quase sentença de morte, em alguns anos tanto o diagnóstico quanto tratamento para a AIDS tiveram enormes avanços. Os chamados “coquetéis” prometiam reduzir a carga viral e mitigar os efeitos sobre o sistema imunológico do paciente, de forma a impedir que infecções oportunistas levassem grande parte das pessoas portadoras do HIV a óbito em um curto espaço de tempo. Posteriormente, efeitos muito positivos foram alcançados com as gestantes, que quando usavam estes medicamentos, praticamente eliminavam as chances de transmitir o vírus para o recém-nascido.

Combate ao HIV

Como exemplo recente desse avanço contínuo, foi aprovado há algumas semanas o BYKTARVY®, um medicamento que associa em uma única pílula, três princípios ativos, contendo um novo inibidor de integrase (INSTI), o BYKTARVY®, além de antirretrovirais de outras classes: entricitabina e tenofovir alafenamida (TAF). Além de melhor eficácia, este tratamento promete muito menos efeitos colaterais e melhor qualidade de vida em relação aos tratamentos originais.

Diagnóstico:  A portaria SVS/MS n° 29, de 17 de dezembro de 2013 estabeleceu a criação de um Manual Técnico para Diagnóstico de Infecção pelo HIV em Adultos e Crianças. Este manual passa por revisões que podem ser semestrais, no sentido de se atualizar as diretrizes para o diagnóstico relacionado ao HIV. De forma resumida, ele estabelece diretrizes e fluxogramas para a testagem, seja na triagem em campanhas, nos postos de saúde, ou no ambiente laboratorial nos testes complementares.

Assim como ocorreram avanços no campo do tratamento, este fenômeno também se replica no campo do diagnóstico, na medida em que já é possível a realização de triagens em grandes grupos populacionais utilizando Testes Rápidos (imunoensaios), utilização de autotestes, que são testes rápidos, mas que são realizados pelo próprio indivíduo, seja utilizando uma gota de sangue ou a sua saliva. Há ainda os testes complementares, realizados no ambiente laboratorial, sendo os principais o Western Blot, o Imunoblot e imunoensaios de linha. Mais recentemente passaram a ser usados também os testes que utilizam a biologia molecular, com melhor acurácia. Por fim, restam os testes de detecção direta do HIV.

No caso específico do HIV, há que se utilizar de todos os mecanismos já existentes para que se elevem os níveis de testagem, e naturalmente trazer para o sistema de saúde o quanto antes o paciente para o início do tratamento. Não se pode esquecer do reforço aos protocolos de prevenção, seja do sexo seguro, não compartilhamento de seringas e monitoramento constante das gestantes. Somente assim, poderemos controlar de forma satisfatória esta doença enquanto uma cura definitiva não se apresenta.

Como funcionam os testes pós-vacinais oferecidos pelas farmácias? 

Foto e fonte: diretor comercial POC Farma na Eco Diagnóstica, Fabiano Queiroz, com exclusividade para o Guia da Farmácia.

Deixe um comentário