Dose de reforço em idosos será feita exclusivamente com vacina da Pfizer na cidade de SP

Prefeitura aplicava vacina disponível, apesar de o Ministério da Saúde recomendar Pfizer. A decisão começa a valer a partir de hoje

A cidade de São Paulo aplicará ,a partir desta quarta-feira (15), exclusivamente a vacina da Pfizer como dose de reforço a idosos que já tomaram as duas doses da vacina contra Covid-19.

Isto, de acordo com informações da Secretaria municipal da Saúde da capital.

A vacina da Pfizer é a recomendada pelo Ministério da Saúde (MS) para dose de reforço, mas, até então, não era priorizada pela prefeitura, o que mudará a partir desta quarta.

Nesta semana, o estado de São Paulo começou a aplicar a dose de reforço em idosos de 85 a 89 anos que já tenham tomado a segunda dose ou a dose única há pelo menos seis meses.

Calendário estadual

A aplicação do reforço começou a ser feita em 6 de setembro na população com 90 anos ou mais, conforme calendário estadual.

Durante esta terça-feira, os postos de vacinação da cidade de São Paulo registraram desabastecimento de doses da vacina da Pfizer contra a Covid-19.

Já que a vacina também é aplicada como segunda dose alternativa a quem tomou a primeira de AstraZeneca, que está em falta nas unidades de saúde do estado.

A prefeitura tinha se comprometido a priorizar o uso da Pfizer em doses de reforço depois que recebesse novas remessas do imunizante pelo MS.

O que já estava previsto, então, para ocorrer nesta quarta.

Num primeiro momento, foram utilizadas as doses de vacina que havia disponível.

Resposta imune para idosos

O pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Júlio Croda, considera que a decisão do governo estadual de não utilizar a Pfizer como primeira opção para os idosos é errada.

Croda já foi membro do grupo de cientistas que assessorava a gestão Doria nas decisões sobre a pandemia.

O Centro de Contingência foi dissolvido no último dia 16, na véspera do fim das medidas de restrição de horários e público no estado – decisão que também foi criticada pelos especialistas.

O pesquisador destacou o estudo publicado na revista The Lancet que mostrou uma resposta 10 vezes superior na produção de anticorpos neutralizantes com um reforço da fabricante Pfizer, na comparação com um reforço feito com CoronaVac.

A pesquisa, vinculada à Universidade de Hong Kong, foi feita com 93 profissionais de saúde que haviam recebido anteriormente duas doses da vacina CoronaVac.

Diminuição de mortes

Embora a CoronaVac já tenha se provado efetiva na diminuição das internações e mortes pela Covid-19, o estudo comparativo com a vacina da Pfizer aponta melhor resultado justamente na população idosa, em que é mais difícil alcançar maior resposta imunológica.

No entanto, os médicos não abordaram os diferentes estudos sobre as combinações possíveis para a dose de reforço.

No Brasil, há pelo menos quatro estudos em andamento que avaliam a possibilidade de uma dose de reforço para as vacinas contra Covid-19.

Esses estudos avaliam as seguintes possibilidades:

  • Duas doses de Pfizer, seguidas de outra dose de Pfizer.
  • Duas doses de AstraZeneca, seguidas de uma outra dose de uma nova versão da AstraZeneca.
  • Duas doses de AstraZeneca (AZD1222), seguidas de uma outra dose da mesma versão da AstraZeneca.
  • Duas doses de CoronaVac, seguidas de um dos quatro imunizantes a seguir: Pfizer, AstraZeneca, Janssen e CoronaVac.

 

Reforço com a CoronaVac

No entanto, não há estudos que avaliem a aplicação de um reforço com CoronaVac em pessoas imunizadas com Pfizer e AstraZeneca.

Por exemplo, o que poderia ser o caso de diversos idosos que devem receber a dose adicional em setembro no estado de São Paulo.

Fonte: G1
Foto: Shutterstock

Deixe um comentário