O estudo, que será duplo cego e controlado por placebo, está sendo feito em 24 centros em todo o País e com pacientes acima de 18 anos
Pesquisadores do Hospital Israelita Albert Einstein estão testando um medicamento de artrite para pacientes internados sem ventilação mecânica com Covid-19.
Grave complicação que pode ocorrer em pacientes com a Covid-19, a tempestade de citocinas, reação exacerbada do sistema imunológico que pode afetar o funcionamento de órgãos vitais, é, assim, um dos eventos que agrava o estado do paciente, sendo capaz de levá-lo à morte.
Para tentar evitar esse quadro de tempestade inflamatória, pesquisadores do Hospital Israelita Albert Einstein estão realizando, dessa maneira, um estudo em pacientes leves a moderados que estão internados com um medicamento para artrite reumatoide que tem a capacidade de modular o sistema imunológico.
“É um imunomodulador para evitar a tempestade de citocinas. Ele inibe uma das vias mais importantes da imunomodulação que são conhecidas nas doenças, como a jak”, afirma o diretor da Academic Research Organization (ARO) do Einstein, Otávio Berwanger.
Assim, eles vão analisar a evolução de 289 pacientes internados com sintomas como febre e pneumonia, mas que não necessitam de ventilação mecânica nem internação em Unidade de Terapia Intensiva (UTI).
O medicamento
O remédio utilizado é o Tofacitinibe, vendido pelo nome comercial Xeljanz, da farmacêutica Pfizer.
“Resolvemos usar alguma medicação mais sofisticada para modular o sistema imunológico e evitar a exacerbação. É uma droga que teve muito sucesso em artrite reumatoide e colite ulcerativa, já tem eficácia comprovada e tem a vantagem de ser uma droga via oral, que pode ser controlada.”
Embora seja uma medicação conhecida, Berwanger alerta que, mesmo que os resultados contra a tempestade de citocinas se comprovem, o medicamento não deve, portanto, ser tomado em casa.
Estudo
O estudo, que será duplo cego e controlado por placebo, está sendo feito em 24 centros em todo o País e com pacientes acima de 18 anos.
Ele teve início em outubro e os últimos pacientes já foram incluídos este mês.
” e a gente conseguir provar que consegue, vamos reduzir, então, a mortalidade e a necessidade de suporte de oxigênio mais intenso para tratar as pessoas e fazer com que elas saiam, dessa maneira, bem e sem sequelas.” Os pacientes serão acompanhados por 30 dias após a inclusão no estudo e os resultados devem ser publicados entre fevereiro e março.
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Fonte: Estadão
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