Atendendo a pedidos

Polivitamínicos chegam ao mercado personalizados para diversos públicos, como homens, mulheres, entre outros perfis. Entenda esses produtos e conheça as principais deficiências nutricionais da população  

As vitaminas e os minerais são parte fundamental de uma alimentação saudável e estão presentes em dietas adequadas e ricas, especialmente, de frutas, verduras e legumes. No entanto, nem sempre as refeições são como deveriam ser. “É sabido que grande parte da população brasileira não se alimenta corretamente e, desta forma, não ingere as quantidades necessárias de vitaminas e minerais para manter o organismo saudável”, comenta a gerente de produtos da Unidade Quadra da Eurofarma, Cristina Nalini. Somadas à falta de tempo para se alimentar, diversas outras condições favorecem o desenvolvimento de deficiências nutricionais, como idade mais avançada, cirurgias bariátricas, gravidez e lactação, prática de atividade física intensa, dietas muito restritivas, estresse intenso, tabagismo, entre outros.

De acordo com a pesquisa Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel 2014), do Ministério da Saúde (MS)*, apenas um quarto da população brasileira (24,1%) consome a quantidade de frutas e hortaliças recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em cinco ou mais dias da semana.

Diante dessas necessidades, a indústria apresenta os polivitamínicos (ou multivitamínicos) que, sob a forma de líquidos, cápsulas, pós ou comprimidos, trazem os nutrientes necessários para o bom funcionamento do organismo. “Um polivitamínico é um suplemento alimentar que traz um mix de vitaminas, contendo, no mínimo, 25% e, no máximo, 100% da Ingestão Diária Recomendada (IDR) de vitaminas”, descreve a nutricionista e coordenadora de P&D do Grupo Natulab, Amanda de Miranda Cardoso.

Esse mercado tem crescido no Brasil e, hoje, constitui uma fatia importante dentro da categoria de Medicamentos Isentos de Prescrição (MIPs/OTC). “Há alguns anos, os polivitamínicos já se posicionam no ranking dos maiores mercados OTC, tanto em valor, como em unidade. Contudo, ainda apresenta uma significativa oportunidade de crescimento, pois o brasileiro acredita que se alimenta bem”, comenta a gerente de produto Centrum (Pfizer Consumer Healthcare), Priscila Gama.

Elementos essenciais

“As vitaminas trazem diversos benefícios ao organismo, como bom funcionamento dos sistemas imunológico, neurológico e nervoso. Auxiliam na produção de hormônios e energia e, também, na formação e saúde do sangue e do coração. Apresentam, ainda, efeito antioxidante e ajudam no combate ao envelhecimento precoce”, resume a nutricionista e coordenadora de P&D do Grupo Natulab, Amanda de Miranda Cardoso. Acompanhe, a seguir, a função de algumas delas, segundo indicação da gerente de produto Centrum (Pfiser Consumer Healthcare), Priscila Gama:

• Vitamina A: contribui para a manutenção da visão normal.

• Vitamina D: propicia a melhor absorção e utilização do cálcio.

• Vitamina E: atua como agente antioxidante.

• Vitamina K: auxilia na coagulação normal do sangue.

• Vitaminas do complexo B: contribuem para várias cadeias bioquímicas produtoras de energia.

• Vitamina C: favorece o funcionamento normal do sistema imunológico e atua como agente antioxidante.

• Ácido fólico: contribui para o metabolismo dos aminoácidos e para a formação normal das hemácias.

• Cálcio: é necessário para a manutenção de ossos normais.

• Magnésio: atua para o funcionamento muscular.

• Ferro: é importante para formação de glóbulos vermelhos.

• Zinco: auxilia o funcionamento do sistema imunológico e a manutenção de pele, unhas e cabelos normais.

Nutrição para os olhos

A terceira idade é uma fase que exige muita atenção no que diz respeito à saúde. Doenças oculares são um dos problemas com grande prevalência nesse público, principalmente a Degeneração Macular Relacionada à Idade (DMRI). Dados da Sociedade Brasileira de Retina e Vítreo (SBRV) apontam que, atualmente, cerca de 30 milhões de pessoas no mundo sofrem dessa enfermidade. Por ser um problema degenerativo, ainda não existe cura definitiva. No entanto, há formas de prevenção, por meio da luteína e zeaxantina. “Há um estudo de cinco anos, publicado em 2013*, que envolveu pacientes com DMRI e demonstrou resultados favoráveis para a suplementação com luteína e zeaxantina na redução da progressão para DMRI avançada”, afirma a gerente de marketing da linha farma da Bausch+Lomb, Aline Reichel.

*Estudo denominado The Age-Related Eye Disease Study 2 (AREDS2), desenvolvido pelo The National Eye Institute.

Atenção à finalidade

É essencial salientar que os suplementos não substituem a alimentação. Eles atuam como coadjuvantes para suprir as necessidades nutricionais de quem não consegue consumir as doses diárias de nutrientes.

Fonte: gerente de produto Centrum, Priscila Gama

Necessidades nutricionais em cada fase da vida

A nutricionista e coordenadora de P&D do Grupo Natulab, Amanda de Miranda Cardoso, lembra que a deficiência de vitaminas reflete em sintomas como cansaço, dermatites, alguns tipos de anemias, cegueira noturna, dores nas gengivas, entre outros. “Para mulheres gestantes e lactantes, idosos e praticantes de atividade física, na presença de doenças ou consumo de medicações que dificultam a absorção de vitaminas, a necessidade vitamínica torna-se aumentada e o aporte por meio da suplementação se faz imprescindível”, diz. Acompanhe, a seguir, a importância das vitaminas em algumas fases da vida.

Fases da vida Necessidades nutricionais
Infância Nesse período, é importante a manutenção das funções vitais e do organismo, o crescimento, o desenvolvimento do sistema nervoso e da estrutura óssea. Assim, os nutrientes necessários são carboidratos, proteínas e lipídeos, ferro, cálcio, zinco, betacaroteno, vitaminas A, D e C.
Adolescência Nessa idade, é fundamental crescer adequadamente. Assim, é necessário consumir proteínas, cálcio, fósforo, ferro e vitaminas A e C.
Adulta Manutenção e defesa do organismo são foco nesse momento, e as necessidades variam de acordo com o estado de saúde. Com destaque para as mulheres, a vitamina D e o magnésio devem estar presentes, pois auxiliam na fixação desse mineral nos ossos. E, na fase que antecede a menopausa, é importante incluir fontes de isoflavona para minimizar os sintomas comuns nesse período. Outra carência do corpo que se dá na fase adulta (a partir dos 25 anos) é a diminuição da produção de colágeno.
Terceira idade As alterações relacionadas ao envelhecimento (sensoriais, digestivas, metabólicas, psicológicas/afetivas e sociais) têm relação direta com o estado nutricional, principalmente pelas modificações alimentares impostas por patologias e condições do organismo. Assim, há grande necessidade de suplementação de cálcio, vitamina D e vitamina B12, nutrientes comumente deficientes nos idosos, aumentando o risco de osteoporose. Os idosos podem ser suscetíveis à deficiência de proteína, porque possuem dificuldades de mastigação.
Gestação A fase gestacional é o período de maior vulnerabilidade biológica do ciclo reprodutivo da mulher e traz diversas alterações para o organismo materno, não só fisiológicas e físicas, mas emocionais, comportamentais e alimentares. Todas essas alterações trazem reflexos para a saúde da gestante e do bebê. Os principais nutrientes nessa fase são os ácidos graxos essenciais (ômega 3, 6 e 9), ferro, zinco, cálcio, vitamina D, vitamina C, ácido fólico, B12 e B6 e iodo.

Fontes: nutricionista do Check-up Unidade Avançada Cidade Jardim – HCor Diagnóstico, Juliana Dantas; nutricionista do Hospital e Maternidade São Cristóvão, Cintya Bassi; nutricionista da Nutrawell, Alessandra Luglio

Busca pela personalização

Além da evolução em número de vendas, nota-se um desenvolvimento considerável nas formulações dos polivitamínicos. Com o passar dos anos, a composição desses produtos levou em consideração, também, as necessidades nutricionais por faixa etária ou até mesmo as individuais, o que se tornou uma tendência mundial na categoria. “O mercado norte-americano tem isso já bem estruturado, com suplementos específicos para cada idade, sexo, comportamento e perfil do consumidor. É um mercado grande e bem segmentado. A previsão é de que sejam cada vez mais frequentes os suplementos vitamínicos associados a alimentos funcionais, que combatam doenças como o colesterol ou que auxiliem na reposição hormonal, por exemplo”, afirma o diretor da unidade de medicamentos de marca da EMS, Luiz Fernando Dias.

E, no Brasil, a atenção se volta para esse mercado, que se mostra bastante promissor e pode trazer cada vez mais opções ao consumidor. “Acredito que encontrar nichos é uma tendência, pois isso facilita a identificação do consumidor com a marca e a consequente decisão de compra no ponto de venda”, avalia a gerente de marketing da linha farma da Bausch+Lomb, Aline Reichel. A Pfizer Consumer Health (PCH), por exemplo, está permanentemente focada nas inovações de suas linhas de produtos e um dos objetivos é a especificidade, adequando os produtos ao consumidor. “A marca Centrum tem um multivitamínico para cada necessidade”, reforça Priscila.