Carências típicas do envelhecimento

Cálcio, vitamina D e luteína são algumas das reposições vitamínicas que se tornam comuns na terceira idade. Entenda os motivos e necessidades específicas desse público

Para a qualidade da saúde física e mental, como também à vitalidade de pele, cabelos e unhas, ter as vitaminas sempre nos índices ideais é fundamental. E, na terceira idade, há uma perda natural do corpo de algumas delas, então é importante informar-se sobre a reposição. 

A nutricionista da Clínica Halpern e do ambulatório de algia pélvica da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e especializada em Nutrição Clínica Funcional pela VP/UNICSUL, Gabriela Halpern, mostra a importância do cálcio e vitamina D, especialmente na integridade dos ossos. Junto com a nutricionista, o oftalmologista e consultor médico da Bausch+Lomb, prof. Dr. Anderson Teixeira, apontam, ainda, a importância da luteína entre idosos, com foco na saúde da visão. 

Prevenindo males do intestino

A fibra alimentar auxilia o bom funcionamento intestinal de diferentes maneiras: contribuindo para a fermentação, o volume e peso das fezes, além de estimular os movimentos intestinais. 

No entanto, apesar de todos esses benefícios, o consumo ainda é inadequado no Brasil, conforme mostra a gerente de produto de FiberMais, Lara Miranda. “A população brasileira ingere em média 50% (metade) do que se é recomendado de fibras para o dia (entre 25 e 35 g)”, afirma. 

A carência pode trazer alguns males, sendo que o mais comum é o intestino preguiçoso, também conhecido como prisão de ventre. Caso a ingestão diária de fibras não seja suficiente apenas pela alimentação, já existem suplementos específicos que podem ajudar nessa deficiência. Um exemplo é FiberMais, que auxilia no alcance da recomendação diária de fibras, de forma prática, já que não tem sabor e pode ser adicionado a qualquer alimento ou bebida.

Cálcio

Na terceira idade, há uma perda fisiológica da massa óssea, que costuma acontecer antes nas mulheres do que nos homens, em função das alterações hormonais decorrentes da menopausa (normalmente entre 50 e 55 anos de idade). Em função da perda de massa óssea, a necessidade de cálcio aumenta. A ingestão adequada para mulheres entre 19 e 50 anos de idade é de 1.000 mg, enquanto que entre 50 e 70 anos de idade a necessidade aumenta para 1.200 mg.

Onde está presente?

Na alimentação, é encontrado, especialmente, em vegetais de folhas verde-escuras, como brócolis e couve, além do leite e derivados, tofu e gergelim branco.

Idade média para reposição

A partir dos 50 anos de idade, a necessidade de cálcio aumenta, então é necessário ajustar a alimentação do paciente e, em muitos casos, considerar a suplementação.

Prejuízos com a carência

Os problemas mais comuns associados à deficiência de cálcio são a osteoporose e a osteomalácia. Os ossos e dentes são a principal forma de armazenamento de cálcio no organismo, e à medida que a alimentação é deficiente nesse mineral, o mecanismo encontrado pelo corpo para suprir essa carência é retirando do “estoque” (ossos e dentes). 

Com o passar dos anos, se a “retirada” tiver sido muito intensa, os ossos ficam porosos e se quebram. A deficiência de cálcio também pode levar a sintomas, como câimbras, palpitações cardíacas, pressão arterial elevada, queda de dentes, dores nas costas e nas pernas, insônia e desordens nervosas.

Vitamina D

Com a idade mais avançada, a vitamina D é convertida de maneira menos eficiente pelo corpo. Além disso, o uso de protetor solar, que bloqueia a ação dos raios ultravioleta (UV), e a poluição também são alguns dos fatores que influenciam na quantidade de vitamina D ativa sintetizada. 

Essa vitamina também depende do bom funcionamento do fígado e dos rins para ser convertida. A função da paratireoide deve ser igualmente acompanhada para o bom equilíbrio, tanto da vitamina D quanto do cálcio.

Onde está presente?

Ela é produzida a partir da exposição da pele aos raios ultravioleta B (UVB).

Quando a reposição é necessária?

Atualmente, em função da baixa exposição à luz solar e alta exposição à luz artificial, a deficiência de vitamina D é comum em todas as faixas etárias e, muitas vezes, a reposição é necessária antes mesmo da maturidade.

Prejuízos com a deficiência

A vitamina D regula a absorção intestinal de cálcio e fósforo e estimula a mineralização óssea. Os ossos podem ficar frágeis em decorrência da deficiência.

Luteína

É um carotenoide que protege os olhos contra os danos da luz. Junto com a zeaxantina, é o único carotenoide encontrado na lente e retina do olho humano. 

Os olhos sofrem, com o passar dos anos, os efeitos acumulados da exposição à luz (natural ou artificial) e também das toxinas ambientais, como a poluição. 

Necessidade de reposição

A reposição da luteína/zeaxantina é de fundamental importância, pois com o envelhecimento, há a perda de pigmento da mácula (região da retina responsável pela visão central). E para prevenir a Degeneração Macular Relacionada à Idade (DMRI), doença retiniana relacionada ao envelhecimento e que acomete todos os indivíduos acima de 50 anos de idade, a reposição dessas substâncias é indicada.

Onde está presente?

Vegetais verdes e folhosos (couve, espinafre, chicória, aipo e alface), legumes verdes, tubérculos vermelho-alaranjados, ervas frescas e gema de ovo, mas, em muitos casos, a suplementação é necessária.

Prejuízos com a carência

O cristalino retém e coleta luz na retina. Para que isso seja feito de forma eficiente, é necessário que a lente esteja “limpa”. Por ser um antioxidante presente no olho (mácula e lente), a luteína consegue evitar a oxidação da lente do cristalino, prevenindo, assim, a catarata e a DMRI

Vitaminas da beleza

Vitamina A

Também denominada de retinol, ela é necessária para manter a pele, a visão e o sistema imunológico saudáveis, além de ser reconhecida pelo seu poder antioxidante. Ajuda na regeneração cutânea, combatendo os sinais comuns do envelhecimento, e auxilia a pele a reter água e a se recuperar, ficando com uma aparência melhor.

Essa vitamina penetra na pele e normaliza o processo de queratinização, deixando-a lisa e macia; e auxilia no tratamento da acne e na remoção de manchas da velhice. 

Vitamina E

Também é um antioxidante responsável por destruir os radicais livres e aumentar a movimentação do oxigênio entre as células, tornando-a fundamental para fios e unhas. 

Vitaminas do complexo B

A vitamina para cabelo e unhas pode ser encontrada nas variações B6, B7 (a chamada biotina) e B12. Aliás, a biotina é a que mais favorece o fortalecimento das unhas.

Vitamina C

É um potente antioxidante. Suas propriedades melhoram a circulação do fluxo de oxigênio, fazendo dela uma ótima vitamina para cabelo e unhas.

Fontes: dermatologista membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), Dra. Alice Jaruche; e nutricionista do Hospital Moriah, Carla Teixeira Mendes de Souza