Diversos avanços na medicina, como melhorias na eficácia dos antibióticos, ampliação do acesso às vacinas e a difusão de exames diagnósticos mais precisos, permitiram que o brasileiro passasse a viver mais.
A expectativa média de vida hoje é de 75,8 anos de idade, mas aqueles que têm oportunidade de cuidar da saúde e do estilo de vida conseguem ir muito além. Atualmente, o País conta com mais de três milhões de idosos com mais de 80 anos de idade.
Além de viver por mais tempo, a maioria dos idosos está em busca de viver com mais qualidade. Para isso, não há segredo. Por mais que a ciência tenha conquistado muitos avanços, a prática de exercícios e a alimentação saudável ainda são o melhor caminho para se alcançar uma longevidade saudável.
As Vitaminas e suas funções
• Vitamina D
É importante para a formação e reconstituição dos ossos e dentes, é também importante para o equilíbrio das funções neurológicas e cardíacas e para a coagulação sanguínea.
• Cálcio
A tua na composição estrutural dos ossos e dentes, é necessário na contração dos músculos, além de estabilizar a frequência cardíaca e a pressão arterial.
• Vitamina C
Fortalece o sistema imunológico e participa da formação de colágeno, que é essencial no metabolismo do tecido conjuntivo, ósseo, cartilaginoso, bem como nos processos de cicatrização.
• Ferro
Tem como função o transporte de oxigênio, produção de energia, proteção do organismo e prevenção de anemia.
• Luteína
Possui funções importantes, como proteção dos olhos e pele aos danos decorrentes da exposição à luz do dia e iluminação artificial dos ambientes, além de ser um relevante antioxidante que fornece proteção contra danos oxidativos de radicais livres.
• Zinco
As suas principais funções estão relacionadas à produção de energia, manutenção da pele saudável; participa da estrutura mineral de ossos e dentes, no sistema imunológico, na produção de anticorpos; e atua na preservação do paladar, olfato e visão.
Fonte: nutricionista e especialista em Prescrição de Fitoterápicos e Suplementação Clínica Nutricional e Esportiva, Jordana Grazielle Lopes Braga
No entanto, à medida que a idade progride, ter um estilo de vida adequado pode não ser suficiente para garantir que os nutrientes cheguem ao organismo. “A população idosa apresenta um risco à desnutrição devido ao declínio das funções cognitivas e fisiológicas que prejudicam o consumo e o metabolismo dos nutrientes”, explica a clínica geral, Dra. Karina Kiso.
Em qualquer estágio da vida, as vitaminas têm um papel de suma importância na manutenção do bom funcionamento do organismo, pois estão presentes nos processos de transferência e armazenamento de energia do corpo, na proteção e no reforço do sistema imunológico, principalmente na defesa do organismo contra o ataque de invasores externos (vírus e bactérias), na formação de ossos e tecidos, entre outros fatores.
Na terceira idade, todos esses benefícios são ainda mais necessários. “A importância das vitaminas vai além das funções nutritivas e da prevenção de doenças ocasionadas por sua deficiência. Esses micronutrientes desempenham papel fundamental na manutenção da saúde, especificamente na redução do risco de desenvolvimento de patologias crônicas, como doenças cardiovasculares e câncer, além de ajudar a retardar o envelhecimento precoce e combater o estresse”, comenta a nutricionista e especialista em Prescrição de Fitoterápicos e Suplementação Clínica Nutricional e Esportiva, Jordana Grazielle Lopes Braga.
Todos esses benefícios são de extrema importância para se alcançar um envelhecimento com saúde, mas justamente quando as vitaminas se mostram essenciais, o organismo sofre com um desequilíbrio nas quantidades necessárias desses nutrientes.
“A diminuição da densidade óssea presente nessa fase leva ao aumento das necessidades em cálcio e vitamina D; a diminuição da função imunitária acarreta no aumento das necessidades em vitamina B6, vitamina E e zinco; o aumento do estado de estresse oxidativo eleva, consequentemente, as necessidades em betacaroteno, vitamina C e vitamina E”, relata Jordana.
Por conta dessas ocorrências, a chegada da terceira idade demanda um ajuste, tanto em termos qualitativos como quantitativos, no consumo de carboidratos, proteínas, lipídios, vitaminas e sais minerais. O organismo também precisa de quantidades balanceadas de fibras, sódio e que sejam de fácil digestão.
A primeira medida deve ser ajustar a dieta alimentar. No entanto, características específicas da terceira idade, às vezes, prejudicam o aproveitamento de todos os benefícios dos nutrientes vindos de frutas, legumes, verduras e carnes.
O desgaste natural do organismo de pessoas com idade avançada leva, muitas vezes, a um comprometimento da capacidade de absorção das vitaminas pelo trato digestivo – a chamada Síndrome de Má Absorção.
A chegada da terceira idade também traz uma diminuição das capacidades sensoriais, como do olfato ou do paladar, o que faz cair o interesse de provar sabores e aromas diferenciados por meio de uma alimentação diversificada.
Há ainda a possibilidade de que o uso de certos medicamentos interferiram no processo de absorção das vitaminas, assim como a falta de exposição ao sol e queda na qualidade do sono.
Todos esses fatores fazem com que a relação entre idosos e vitaminas demande atenção e acompanhamento constante. De acordo com o Inquérito Nacional de Alimentação, realizado com a população acima de 60 anos de idade no Brasil, foram observadas elevadas prevalências de inadequação de vitamina D, cálcio e magnésio em idosos de ambos os sexos.
Para esses micronutrientes, as taxas de inadequação foram próximas ou acima de 80%, o que pode ser muito prejudicial, uma vez que a vitamina D e o cálcio possuem papel fundamental para manutenção da funcionalidade no idoso.
O déficit está relacionado diretamente à fratura óssea, força muscular reduzida em membros inferiores e ao pior desempenho físico, além de doenças cardiovasculares, inflamação e doenças infecciosas.
O mesmo estudo destaca ainda as prevalências de inadequação de tiamina, vitamina C e piridoxina, em ambos os sexos, cujos valores situaram-se entre 37% e 57%, e de vitamina A, com percentuais situados entre 68% nas mulheres e 83% nos homens, de acordo com a Dra. Karina.
Suplementação como aliada
Contornar carências vitamínicas com uma adequação na dieta alimentar deve ser sempre a primeira alternativa. No entanto, quando isso não é possível, por conta de fatores inerentes à terceira idade, a saída é suprir as substâncias que o corpo precisa por meio da suplementação.
“Os suplementos vitamínicos tornam-se formas práticas de ingestão de vitaminas para a população. É importante um profissional de saúde, médico ou nutricionista para indicar o uso desses produtos”, destaca Jordana.
Uma pesquisa realizada pela Universidade da Aarhus, na Dinamarca, identificou que idosos que tomam suplementos de cálcio e vitamina D, por exemplo, podem ter uma expectativa de vida maior do que aqueles que não ingerem quantidades suficientes dos nutrientes. Os suplementos reduzem em até 9% as chances de mortalidade em um período de três anos entre pessoas com idade média de 70 anos.
Atualmente, as opções presentes no mercado são inúmeras e cada vez mais direcionadas a carências comuns a determinados grupos populacionais, entre eles os idosos.
“Existem suplementos alimentares que contêm vários nutrientes diários necessários (polivitamínico e minerais) e existem suplementos que contêm uma quantidade muito maior de proteínas, carboidratos ou outros componentes para atender a uma necessidade específica do paciente”, garante o gerente médico do Aché Laboratórios, Dr. Stevin Zung.
Além dos suplementos vitamínicos que ajudam a manter o bom funcionamento das mais diversas funções do organismo, os nutricosméticos, nutracêuticos e cosmecêuticos podem ajudar a amenizar os sinais da idade que ficam aparentes na pele e cabelo. “As vitaminas atuam em diversos mecanismos protetores do processo de envelhecimento. Podem exercer papel de antioxidantes”, conta Jordana.
As vitaminas A e E, por exemplo, são agentes responsáveis pela inibição e redução das lesões causadas pelos radicais livres nas células no envelhecimento da pele. Já a vitamina C participa da formação de colágeno, que é essencial no metabolismo do tecido conjuntivo, ósseo e cartilaginoso.
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