Consumo Crescente

Embora ainda esteja longe da realidade norte-americana, que já tem vitaminas e suplementos incorporados ao dia a dia da população, adesão brasileira aumenta a passos largos

Suplementos esportivos, vitaminas, polivitamínicos, nutricosméticos, cosmecêuticos, shakes… são apenas alguns dos produtos entre os diversos itens que compõem a categoria de suplementos e vitaminas.“No Brasil, esse mercado cresceu nos últimos anos e, segundo dados recentes da IMS Health Brasil, ocupa a segunda posição de vendas no total do mercado de Medicamentos Isentos de Prescrição (MIPs), ficando à frente de outras categorias importantes, como gripes e resfriados, dermatológicos e gastrointestinais”, comenta o gerente de vendas nacional da Millipharma, Silvio Pecora. E esse mercado cresce e se fortalece no País graças ao aumento da demanda dos brasileiros por inúmeras finalidades. 

Melhora do desempenho em atividades esportivas; perda ou ganho de peso; cuidados com a beleza; e prevenção a doenças são alguns dos motivos que levam a população a recorrer a esses artigos. Até mesmo o novo estilo de vida, mais atribulado e com pouco tempo para compor uma boa refeição, tem sido um alicerce para o bom desempenho desses produtos no mercado.

“As pessoas têm se conscientizado de que não consomem a quantidade necessária de frutas e verduras todos os dias, principalmente devido à correria da vida moderna e a um aumento no consumo de itens industrializados. Essa conscientização sobre a importância de se alimentar bem tem feito com que as pessoas busquem aliados para uma nutrição completa”, analisa a diretora de marketing da Pfizer Consumer Healthcare, Cristina Viana da Fonseca. 

Os diversos motivos para uso desses produtos faz com que eles atraiam um grande público e bastante variado em sexo, idade e preferências. “Qualquer pessoa que procure complementar sua alimentação, suprindo nutrientes em insuficiência, ou até deficiência, pode fazer uso dos itens. São bastante procurados por praticantes de atividade física, atletas que necessitam de reposição de nutrientes, ou pessoas com carências e restrições alimentares”, enumera o diretor da unidade de Marcas da EMS, Luiz Fernando Dias.

O segmento de multivitamínicos, por exemplo, hoje conta com mais de 200 marcas e é o top 6 do mercado de MIPs em reais, segundo dados fornecidos pela Pfizer. “O mercado cresceu, nos últimos anos, índices de dois dígitos, porém passa por uma desaceleração no curto prazo, relacionada ao momento macroeconômico do País. Mas a previsão é de que o crescimento também siga a retomada econômica nacional”, pondera Cristina.

A categoria de suplementos esportivos têm, igualmente, apresentado números expressivos no Brasil. O diretor de marketing da Integralmédica, Carlos Tomaiolo, justifica, como alavanca para os bons resultados do setor, a realização de grandes eventos do segmento por aqui, como o Arnold Classic, uma das maiores feiras esportivas do mundo; além do grande aumento do número de academias e de praticantes de atividades físicas.      

“A atuação de influenciadores e celebridades que divulgam o estilo de vida saudável e esportivo, além do apelo estético destas personalidades, estimulam as pessoas comuns. Além disso, atualmente, a forte presença das redes sociais com temas que abordam saúde, dietas e exercício físico incentivam, fortemente, as pessoas a entrar neste universo da nutrição esportiva”, acrescenta Tomaiolo.

Embora esse crescimento seja real, o mercado brasileiro de suplementos e vitaminas ainda está muito aquém da realidade de países, como os Estados Unidos. “Um dos grandes entraves para o crescimento da categoria no País pode ser a falta de informação, principalmente porque essa cultura de suplementos e polivitamínicos ainda é muito recente por aqui”, pondera Dias. 

O mercado norte-americano tem uma cultura diferente. Lá, as pessoas já são impactadas pelo uso de suplementos desde crianças. “As famílias entendem a necessidade e o sistema de saúde incentiva o uso por meio de disseminação de conhecimento”, comenta o executivo da Integralmédica. 

Nos Estados Unidos, segundo Tomaiolo, até mesmo a indústria alimentícia é responsável por aproximar as pessoas dos suplementos, já que vários tipos de alimentos são acrescidos de proteínas, vitaminas e minerais. “Os rótulos dos produtos fazem com que as pessoas se acostumem a essa cultura desde muito cedo”, reforça. 

Relevantes  ao canal farma

Segundo dados da Integralmédica, estima-se que, hoje, o Brasil contemple mais de seis mil pontos de vendas de suplementos, divididos entre: 

Canal
Confiável
: as farmácias constituem espaços especializados em saúde, que contam com a presença de farmacêuticos e balconistas.

Orientação: nesses canais, pode-se contar com a presença de profissionais que estão aptos a orientar os shoppers sobre os diversos tipos de vitaminas, minerais e suplementos.

Atendimento: 87% dos shoppers do canal farma consideram o atendimento ótimo ou excelente (pesquisa IMS Health, nível nacional, 850 respondentes, shoppers do canal farma, homens e mulheres, classe ABC, 18-55 anos de idade).

Sortimento: metade da categoria vitaminas, minerais e suplementos são Medicamentos Isentos de Prescrição (MIPs) e, portanto, somente a farmácia podem comercializá-los. 

Evolução: o canal farma vem cada vez mais se especializando para atender melhor o shopper. Isso pode ser notado em várias iniciativas, desde a ampliação do portfólio de produtos, visando atender às necessidades específicas de quem procura essa categoria; funcionários cada vez mais capacitados e treinados para esclarecer dúvidas sobre os benefícios ou qual o produto mais indicado; e melhoria da comunicação dentro da loja, facilitando a experiência do
shopper.

Crescimento expressivo nos últimos cinco anos

Vitaminas, considerando minerais, monovitaminaas, multivitamínicos, etc.  +45,62%

Produtos à base de fibras alimentares,que contemplam farinha de linhaça, gergelim, produtos de soja e para perda de peso +95,85%

Energéticos esportivos +148,21%

em valor (r$), no mesmo período, os dados do ims health apontam:

Produtos a base de fibra alimentar +354,99%

Outros produtos nutricionais +184,60% 

Energéticos +78,17%

Vitaminas +61,94%

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Crescimento em larga escala

Em volume (unidades), segundo dados do IMS Health, tiveram destaque em desempenho a categoria que engloba cápsulas “seca barriga”, óleos de frutas e castanhas; além de cápsulas de alho, abacaxi, açaí, goji berry, guaraná, chia, etc., denominadas, pelo levantamento, de “outros produtos nutricionais”. Entre esses itens, houve um crescimento de 184,60% no acumulado de julho de 2012 para julho de 2016. 

O gerente sênior de marketing da divisão Consumer Health do IMS Health, Rodrigo Akio Kurata, reforça o progresso da categoria nos últimos cinco anos. “O desenvolvimento pode ser notado pela entrada de novas marcas no mercado e pelo portfólio completo disponível em diversas farmácias no Brasil, principalmente em se tratando das grandes redes”, comenta, acrescentando que outro fator importante é a conscientização da população sobre a prevenção de problemas de saúde por meio das vitaminas, minerais e suplementos. 

No entanto, segundo Kurata, mesmo com o movimento evolutivo e desenvolvimento do mercado, o atual cenário econômico brasileiro fez com que o consumidor diminuísse o investimento nas compras de produtos com foco em prevenção, pois ainda não fazem parte da sua cesta essencial de compras. 

Dias, da EMS, reforça o problema da falta de informação do brasileiro sobre esses produtos e cita que o maior equívoco que prejudica as vendas, hoje, é o fato de as pessoas ainda acreditarem que os suplementos engordam. Ele enfatiza, assim, a importância de esclarecer esse mito. 

“Esses nutrientes, em sua maioria, não têm qualquer constituinte energético, logo, não têm calorias. Dessa forma, não engordam. O que acontece é que algumas vitaminas podem ajudar a aumentar o apetite, por exemplo a B1 e a B2, mas isso só ocorre em caso de consumo excessivo”, explica.

Para Kurata, além da informação, outros pontos importantes que podem ser explorados pela categoria são: a oportunidade de aumentar a distribuição dos produtos; melhorar do mix ofertado; bem como ampliar a comunicação sobre os benefícios das vitaminas no ponto de venda.

Autor: kathlen ramos

 

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