Em que posso ajudar?

Enquanto agentes de saúde, é papel dos farmacêuticos esclarecerem dúvidas sobre doenças recorrentes entre idosos. Conheça alguns problemas comuns da idade e como esses profissionais podem orientar o público

Disfunção erétil

O QUE É?

Condição multifatorial, a Disfunção Erétil (DE) pode ser de origem orgânica (física), psicogênica (alterações emocionais) ou mista, quando ambos os fatores agem conjuntamente.

A intensidade também é variável, podendo se manifestar de forma leve à completa. A DE de causa orgânica pode estar associada a uma série de alterações físicas, como problemas cardiovasculares, distúrbios neurológicos, desequilíbrios hormonais e lesões no próprio pênis.

Por outro lado, entre os fatores emocionais relacionados ao quadro, estão o estresse, os problemas profissionais, financeiros e nos relacionamentos, bem como os transtornos de ansiedade e depressão1.

ESTATÍSTICAS 

Dados da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) indicam que 59% dos homens com idade entre 40 e 69 anos têm ou já tiveram algum problema de ereção durante o ato sexual no País. Desses, 12% convivem com essa dificuldade de forma recorrente1. Entre idosos, a grande maioria dos casos se dá por problemas psicológicos2.

MÉTODOS PREVENTIVOS E DE TRATAMENTO

O citrato de sildenafila é um dos medicamentos mais usados para o tratamento de DE. Segundo dados da Pfizer, o medicamento Viagra, que contempla essa substância, por exemplo, tem rápido início da ação (de 14 a 20 minutos), tempo de duração (4 a 6 horas), grau de rigidez (máxima) e ótima tolerabilidade.

Outro atributo, segundo a empresa, é sua eficácia em todos os graus de DE, de leve à completa, de origem orgânica, psicogênica ou mista, chegando a elevado grau de eficácia nos casos de DE psicogênica.

CUIDADOS E ORIENTAÇÃO DO FARMACÊUTICO

Durante o atendimento, os profissionais da área devem lembrar os acometidos pelo problema que o uso de medicamentos para DE devem ser utilizados com o acompanhamento de um médico urologista.

Caso o medicamento já seja usado com a devida prescrição, o cuidado deve estar para a associação dos mesmos com nitratos, presentes em alguns medicamentos indicados para tratamentos cardíacos.

Explica-se, pois os nitratos provocam vasodilatação (relaxamento dos vasos) e os medicamentos para DE também. Assim, a interação entre os dois podem potencializar os efeitos e provocar uma hipotensão (queda da pressão arterial).

Deve-se, ainda, aconselhar esses pacientes para que evitem o uso de cigarros, pois muitos especialistas já associam a DE e a impotência ao tabagismo.

Fontes: 1. Pfizer; 2. Clínico geral e coordenador do Programa de Longevidade do Hospital 9 de Julho, Dr. Marcelo Levites

Diabetes

O QUE É?

Diabetes mellitus (DM) não é uma única doença, mas um grupo heterogêneo de distúrbios metabólicos que apresenta, em comum, a hiperglicemia, resultante de defeitos na ação da insulina, na secreção de insulina ou em ambas1. Em resumo, é a elevação da glicose no sangue2.

Os sintomas clássicos da doença são aumento da sede e do volume urinário, perda de peso repentina, feridas que cicatrizam com dificuldade, tontura, visão turva, entre outros. Porém, é muito frequente não aparecerem os sintomas clássicos, principalmente se o paciente já tiver o pré-diabetes, podendo surgir complicações como infarto do miocárdio ou Acidente Vascular Cerebral (AVC), formigamento nos pés e pernas ou alteração da função renal, demonstrando que o diabetes já estava instalado há algum tempo3.

TIPOS

A classificação do DM inclui quatro classes clínicas: DM tipo 1 (DM1), DM tipo 2 (DM2), outros tipos específicos de DM e DM gestacional1. No DM1, a produção de insulina do pâncreas é insuficiente, pois as células sofrem por um fenômeno chamado de destruição autoimune2.

Já o DM2 pode acontecer por combinação de resistência à ação da insulina e deficiência na produção deste hormônio, além de alterações na resposta incretínica intestinal. Por isso, aumenta-se a prevalência da patologia com o envelhecimento.

De forma geral, o estilo de vida sedentário, aumento do peso corpóreo, alimentação com grandes quantidades de carboidratos e gorduras são, entre outros, colaboradores para o desenvolvimento da doença3.

ESTATÍSTICAS

Em todo o mundo, existem 642 milhões de pessoas que sofrem com diabetes, o que representa um a cada dez adultos. Estatísticas apontam, ainda, que a cada seis segundos, uma pessoa morre devido à doença.

No País, os números são igualmente preocupantes. Atualmente, 14,3 milhões de brasileiros são acometidos pela doença e 130.700 milhões morreram pela enfermidade4.

Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2015, os percentuais de prevalência da doença foram de 14,5% entre 60 e 64 anos de idade; e 19,9%, entre 65 e 74 anos de idade. Para aqueles que tinham 75 anos ou mais de idade, o percentual foi de 19,6%3.

O DM1 é mais comum em crianças, adolescentes ou adultos jovens2; já o DM2 é a forma verificada em 90% a 95% dos casos. Pode ocorrer em qualquer idade, mas é geralmente diagnosticado após os 40 anos de idade1.

TRATAMENTO

Baseia-se em mudança do estilo de vida, com prática de atividade física regular, dieta saudável e adequada. Passam a ser necessários: a redução da ingestão calórica e do consumo de carnes gordas e embutidos; o aumento do consumo de fibras; e a limitação na ingestão de bebidas e alimentos açucarados. Depois de instituída a mudança de hábitos, associam-se medicamentos, como hipoglicemiantes orais e/ou insulinas3.

PREVENÇÃO

Além das mudanças de hábito de vida, a prevenção passa pelo controle da obesidade, hipertensão arterial e dislipidemia – medidas que reduzem as chances do desenvolvimento da doença e de problemas cardiovasculares tão comuns no envelhecimento e causadores do aumento da mortalidade3.

CUIDADOS E ORIENTAÇÃO DO FARMACÊUTICO

O farmacêutico deve orientar que diabetes é uma doença silenciosa e que leva a alterações dos vasos sanguíneos, que podem trazer, como consequência, cegueira, infarto e perda da função renal. 

O diagnóstico é realizado apenas com a dosagem da glicemia e, em geral, não ocorrem sintomas. Por isso, é importante o diagnóstico precoce e o tratamento correto, com aderência à terapia medicamentosa e também, não medicamentosa.

Para ajudar no controle, por meio das práticas de assistência farmacêutica, esses profissionais podem medir, regularmente, a glicemia dos pacientes e, dependendo do caso, apontar as melhores formas de administrar a insulina. Vale, ainda, ensinar os acometidos sobre a importância dos cuidados com a hidratação da pele e atenção com feridas, especialmente nos pés5.

Fontes: 1. Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), 2015 – 2016; 2. Portal da Sociedade Brasileira de Diabetes; 3. Geriatra e nutróloga do HCor – Hospital do Coração, Dra. Patrícia Amante; 4. International Diabetes Federation (IDF) – Atlas do Diabetes 2015 – 7ª edição (adaptado pela Sociedade Brasileira de Diabetes); 5. Farmacêutico, consultor de empresas e palestrante, Pedro Dias

Problemas de visão

O QUE SÃO?

As doenças oculares mais comuns na terceira idade são a catarata, o glaucoma e a degeneração macular. Definida por uma opacificação do cristalino, a catarata provoca uma diminuição do campo visual e sensação de visão “nublada ou enevoada”. A doença progride lentamente. Além da senilidade, as causas da catarata incluem diabetes, traumas, alguns medicamentos e exposição excessiva à luz solar.

O glaucoma consiste na lesão do nervo óptico e deterioração do campo visual. A doença se manifesta, principalmente, na terceira idade e é uma das principais causas de cegueira irreversível, tendo início com quadro de perda de visão periférica.

Já a Degeneração Macular Relacionada à Idade (DMRI) ocorre, geralmente, a partir dos 60 anos de idade, ocasionando danos irreversíveis à visão. A doença afeta a mácula (estrutura localizada na parte posterior do olho, na retina, responsável pela visão central). Surge com o embaçamento visual e distorção das formas, evoluindo para perda gradual e irreversível da visão1

ESTATÍSTICAS

A catarata é a maior causa de cegueira reversível do mundo, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) e estatísticas apontam que 85% dos casos acontecem em pessoas com mais de 50 anos de idade (a doença chega a afetar 75% das pessoas com mais de 70 anos de idade). Ainda segundo a OMS, há 45 milhões de pessoas cegas mundialmente, 40% delas relacionadas à catarata.

Em relação ao glaucoma, estima-se que atinja 900 mil brasileiros. A patologia acomete 4% da população acima de 40 anos de idade e é mais comum entre pessoas negras, com alta miopia, com histórico familiar e usuários de medicamentos com corticoides. Já a DMRI afeta 2,9 milhões de brasileiros acima dos 65 anos de idade1.

FORMAS DE PREVENÇÃO

Os cuidados com saúde ocular e as consultas regulares com o oftalmologista são as principais formas de proteger a visão em todas as fases da vida. Porém, à medida que os anos passam, a atenção com a saúde dos olhos precisa ser redobrada.

Nos casos de catarata, vale proteger-se da radiação solar com óculos com proteção ultravioleta. Deve-se, também, atentar para as causas secundárias como o diabetes e o fumo.

Para quadros de glaucoma, por se tratar de uma doença insidiosa (não apresenta sintomas) e irreversível, é indicado iniciar a rotina com consulta oftalmológica a partir dos 45 anos de idade em pacientes com histórico familiar, e a partir dos 60 anos de idade para todas as pessoas. Um simples colírio pode impedir a evolução da patologia.

Para prevenir-se da DMRI, a indicação é optar por uma dieta saudável, rica em alimentos com alto teor de ômega 3, além de vegetais de folhas verdes. Também é indicado não fumar, praticar exercícios físicos e evitar radiação solar, protegendo-se com óculos escuros com proteção ultravioleta1.

TRATAMENTO

Quando a deficiência visual impacta as atividades e a autonomia do paciente, a correção cirúrgica é a única alternativa para recuperar a capacidade visual em casos de catarata.

Já o glaucoma é uma doença crônica  e que não tem cura. Porém, quando diagnosticada precocemente e iniciado o tratamento adequado, é possível impedir ou retardar a perda visual. O tratamento é realizado com colírios hipotensores e a cirurgia é indicada quando o tratamento clínico não apresenta resultados satisfatórios.

Assim, como o glaucoma, DMRI é uma doença crônica, de progressão lenta. Em casos iniciais, é realizado aporte nutricional (complexos multivitamínicos de uso oral), aconselhamento nutricional em relação aos hábitos alimentares e orientação quanto à exposição solar. Para quadros mais avançados, existem os medicamentos antiangiogênicos que agem nas hemorragias formadas abaixo da retina1.

CUIDADOS E ORIENTAÇÃO DO FARMACÊUTICO

Caso o paciente relate perda visual, o farmacêutico pode realizar uma anamnese para verificar se existe algum histórico de doenças que podem estar relacionadas com a queixa. O farmacêutico pode redigir uma carta de encaminhamento para o médico, explicando todas as queixas e o quadro do paciente2.

Fontes: 1. Oftalmologista do Hospital CEMA, Dr. Leonardo Niccioli; 2. Farmacêutico, consultor de empresas e palestrante, Pedro Dias

Hipertensão

O QUE É?

A Pressão Arterial (PA) é aquela exercida pelo sangue dentro dos vasos sanguíneos, com a força proveniente dos batimentos cardíacos. Quando o corpo vai envelhecendo, os vasos se tornam, gradativamente, mais endurecidos, fazendo com que haja um aumento da pressão. Esta é, inclusive, a causa mais comum de hipertensão no mundo – chamada de hipertensão arterial primária. Também contribuem para esse tipo de hipertensão a genética, a obesidade, o sedentarismo e a alimentação.

Considera-se normotensão quando as medidas da PA são ≤ 120/80 mmHg. A pré-hipertensão caracteriza-se pela presença de Pressão Sistólica (PAS) entre 121 e 139 mmHg e/ou Pressão Diastólica (PAD) entre 81 e 89 mmHg.

Pessoas com esses resultados têm maior probabilidade de se tornarem hipertensas e maiores riscos de desenvolvimento de complicações cardiovasculares, necessitando de acompanhamento periódico. Acima desses valores, são considerados hipertensos.

De modo geral, é uma doença silenciosa e que, se não diagnosticada e tratada precocemente, pode levar a danos em alguns órgãos (chamados órgãos-alvo, como coração, rins, olhos, vasos e cérebro) e estes, começarem a dar sintomas1.

ESTATÍSTICAS

Hoje, 32,5% de adultos no País convivem com a hipertensão2, que é responsável por 40% dos infartos, 80% dos Acidentes Vasculares Cerebrais (AVCs) e 25% dos casos de insuficiência renal. Calcula-se, ainda, que em 2025, haverá 1,6 bilhão de pacientes com a doença de forma global2. A incidência de hipertensão está relacionada com a idade. Aos 80 anos, 80% dos indivíduos têm hipertensão1.

MÉTODOS PREVENTIVOS E DE TRATAMENTO

O tratamento (e também prevenção) da PA elevada inclui medidas não medicamentosas, como mudança do estilo de vida, contemplando evitar alimentos muito gordurosos, frituras, doces e muito salgados; evitar a ingestão de bebidas alcoólicas; parar de fumar; e evitar o estresse. O tratamento também inclui o uso de fármacos anti-hipertensivos.

A decisão terapêutica deve basear-se não apenas no nível da PA, mas considerar também a presença de fatores de risco, como associação da doença com diabetes, dislipidemia, etc.; lesão de órgão-alvo e/ou doença cardiovascular estabelecida1.

CUIDADOS E ORIENTAÇÃO DO FARMACÊUTICO

O farmacêutico deve alertar o paciente que a hipertensão é uma doença silenciosa, capaz de levar a consequências, como infarto e Acidente Vascular Cerebral (AVC) quando não bem controlada. O diagnóstico deve ser feito somente por meio do acompanhamento da PA. É importante, ainda, a orientação médica, para o adequado tratamento farmacológico.

Como forma de assistência, os farmacêuticos podem aferir, periodicamente, a PA do público idoso, alertando-os para resultados que podem indicar hipertensão; ou como forma de controle da doença2. É preciso lembrar, aos acometidos, que embora estejam se sentindo bem com o uso de medicamentos para hipertensão, o tratamento não pode ser abandonado, a fim de evitar complicações3.

Fontes: 1. Cardiologista pela Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), Dra. Daniele Rezek; 2. Sociedade Brasileira de Hipertensão (SBH); 3. Farmacêutico, consultor de empresas e palestrante, Pedro Dias

PERDA DOS DENTES

O QUE É?

As principais causas que levam à perda dentária são: doença periodontal (inflamação e infecção da gengiva e osso) causada por precária ou total falta de higienização com escova e fio dental; tabagismo; e uso de determinados medicamentos ou radioterapia no tratamento de câncer, que levam à xerostomia (diminuição da saliva), tornando os dentes vulneráveis ao desenvolvimento de cárie.

Além disso, com o avançar da idade, a gengiva tende a retrair mesmo na ausência de inflamação, tornando os dentes mais alongados e propensos à cárie na raiz que, se não tratada, também culmina na perda dentária1.

ESTATÍSTICAS

Estudos apontam que quase 80% dos idosos brasileiros têm menos de 20 dentes na boca, lembrando que uma dentição completa é composta por 32 dentes.

Sabe-se, ainda, que as pessoas mais propensas a perder os dentes são aquelas com baixa escolaridade, que não receberam informações sobre como prevenir doenças bucais e que demoraram mais de três anos para ir ao dentista ou foram apenas em situações de emergência.

Outro dado alarmante é que, aproximadamente, 35% dos idosos que precisam de dentadura não têm acesso a ela. A falta dos dentes, principalmente nas pessoas com menos de 20 dentes na boca, além de interferir na estética, compromete, funcionalmente, a mastigação e a fonação2.

TRATAMENTO

O tratamento varia de acordo com o do estágio da inflamação presente na boca. Na maioria das vezes, a perda óssea é irreversível e o controle da doença para evitar sua progressão depende, além do tratamento realizado por um profissional da área, também da cooperação do próprio idoso e/ou de seu cuidador no caso do paciente ser incapaz1.

CUIDADOS E ORIENTAÇÃO DO FARMACÊUTICO

Cabe ao farmacêutico, lembrar aos seus clientes que a melhor forma de cuidado dentário é a prevenção, que contempla retomar os conceitos da importância da escovação após as refeições e procurar sempre o dentista para prevenção de cáries e outras patologias3.

O farmacêutico pode, ainda, mostrar aos usuários de próteses totais ou parciais que eles precisam fazer a higienização diariamente de suas próteses, da boca e da língua após as refeições, evitando, assim, o mau hálito, inflamação da mucosa de suporte da prótese e a proliferação de doenças como candidíase (sapinho).

Para a limpeza da prótese, existem escovas apropriadas, mas na ausência destas, ela pode ser realizada com a escova dental utilizando creme dental ou sabão neutro.

Este profissional pode, ainda, explicar que existem diversas marcas de fixadores de próteses vendidas em farmácias. São materiais que devem auxiliar na adesividade da prótese junto à mucosa bucal, proporcionando maior segurança e conforto no ato mastigatório e ao falar1.

Esses fixadores podem ser encontrados em diferentes apresentações, como adesivos, pó e películas. Todos possuem ingredientes adesivos que, em contato com a umidade, ativam a adesividade, fixando as próteses nas gengivas.4

Fontes: 1. Dentista do Porto Seguro Odontológico, Jane Tonani; 2. Pesquisa realizada pela Faculdade de Saúde Pública, em 2010, publicada no site do Conselho Federal de Odontologia, e fornecida por Jane Tonani; 3. Farmacêutico, consultor de empresas e palestrante, Pedro Dias; 4. Gerente de Marketing da Combe, Priscila Ariani

Incontinência urinária

O QUE É?

É a perda involuntária da urina. Nos homens, a principal causa é o aumento da próstata. Já nas mulheres, o problema se dá, mais comumente, pelo rebaixamento da bexiga1.

Existem alguns tipos de incontinência urinária. Entre as mais comuns, estão a incontinência urinária de esforço (perda da urina que ocorre ao tossir, espirrar, caminhar, correr, pular); a incontinência urinária de urgência (perda de urina associada a um desejo súbito e urgente de urinar, que ocorre porque o indivíduo não consegue chegar ao banheiro a tempo); a incontinência urinária mista (acontece quando o acometido tem sintomas que podem ser dos dois tipos já citados); e a incontinência urinária paradoxal (que se dá quando a bexiga está extremamente cheia e a perda urinária ocorre por uma espécie de transbordamento)2.

ESTATÍSTICAS

A doença está presente no dia a dia de, aproximadamente, 5% da população mundial e de 10 milhões de brasileiros, de todas as idades e sexos, sendo duas vezes mais comum no sexo feminino.

Pesquisas apontam que 40% das mulheres com mais de 50 anos de idade apresentam algum nível de escape de urina. Segundo a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), a disfunção afeta cerca de 5% dos homens que são submetidos à cirurgia de próstata3.

MÉTODOS PREVENTIVOS E DE TRATAMENTO

A incontinência urinária é caracterizada como um problema que, quando não tratado, pode atrapalhar a autonomia e prejudicar a qualidade de vida do paciente1. Mas os tratamentos são possíveis e mudam de acordo com o quadro clínico de cada paciente.

É possível que uma mesma pessoa faça uma combinação de vários procedimentos para tratar a incontinência urinária. Os principais métodos de tratamento são: treinamento da bexiga e exercícios do assoalho pélvico, uso de medicamentos, cirurgias minimamente invasivas (implante de sling, esfíncter urinário artificial, marca-passo da bexiga e aplicação de toxina botulínica)3.

CUIDADOS E ORIENTAÇÃO DO FARMACÊUTICO

Esses profissionais podem orientar pacientes que relatam esse problema a procurar ajuda médica para diagnosticar as causas da incontinência, pois existe uma série de tratamentos disponíveis que podem solucionar o problema. Podem orientá-los, ainda, na escolha de produtos que podem ajudá-los a manter a qualidade de vida, como fraldas, absorventes e roupa íntima, que ajudam a conviver com a incontinência urinária no dia a dia, mantendo discrição, limpeza e conforto.

Caso o farmacêutico acredite que o paciente esteja com problemas relacionados ao convívio social ou constrangimento por conta da doença, a sugestão de ajuda psicológica também é válida4.

Fontes: 1. Clínico geral e coordenador do Programa de Longevidade do Hospital 9 de Julho, Dr. Marcelo Levites; 2. Sociedade Brasileira de Urologia (SBU); 3. Bigfral; 4. Farmacêutico, consultor de empresas e palestrante, Pedro Dias

Osteoporose

O QUE É?

A perda de calcificação dos ossos acontece de maneira lenta e progressiva durante o envelhecimento, mas a osteoporose se caracteriza como uma baixa densidade mineral óssea, aquém da esperada para a idade.

As principais causas são: menopausa; diabetes; deficiência de vitamina D; uso de álcool e cigarro; falta de atividade física; uso de medicamentos, como os corticoides, anticonvulsivantes, antirretrovirais; desnutrição; artrite reumatoide; imobilidade; e doenças hepáticas e renais.

Também são causas possíveis, o hipogonadismo (diminuição anormal dos hormônios sexuais, como a testosterona) e hiperparatireoidismo (produção excessiva do hormônio paratireoide). A osteoporose quase nunca tem sintomas, mas o principal sinal são as fraturas1.

ESTATÍSTICAS

Hoje, dez milhões de brasileiros sofrem de osteoporose. No País, a cada ano, ocorrem em torno de 2,4 milhões de fraturas decorrentes da doença; e duzentas mil pessoas morrem, todos os anos, em decorrência destas fraturas2.

Estatísticas apontam, ainda, que entre 6% e 16% dos homens sofrem dessa patologia. Entre as mulheres, essa porcentagem sobe para 22% a 33%, já que a doença aumenta muito mais com a menopausa. No geral, quanto mais a idade avança, maiores são as chances de desenvolver a doença1.

PREVENÇÃO

A prevenção da osteoporose envolve atividade física, principalmente as feitas em solo, que são capazes de estimular a calcificação óssea. Também são atitudes preventivas uma alimentação rica em cálcio; tomar sol para estimular a produção de vitamina D; evitar bebidas alcoólicas e cigarro; e controlar bem as doenças, como diabetes e tireoide.

TRATAMENTO

São muitos os tratamentos para aumentar a densidade mineral do osso, de comprimidos a injeções. Existem os bisfosfonados, que se constituem como o tratamento mais antigo, e que agem impedindo a descalcificação natural.

Existem, ainda, os análogos do hormônio paratireoideo, moduladores dos receptores de estrogênio, e o denosumab, que age no tratamento da perda óssea e da osteoporose. Há, também, medicamentos ricos em cálcio e vitamina D. Todos devem ser usados sob recomendação médica.

CUIDADOS E ORIENTAÇÃO DO FARMACÊUTICO

Uma informação importante a ser esclarecida aos pacientes é que a osteoporose é uma doença muito confundida com a artrose. O farmacêutico pode explicar que a osteoporose é a perda de massa óssea com consequente fragilidade dos ossos e facilidade de fraturas.

O diagnóstico é realizado por meio de exames e só o médico deve orientar qual o melhor tratamento. O farmacêutico deve lembrar, sempre, aos pacientes, que a principal forma de prevenção da doença é uma alimentação balanceada e exposição ao sol, para produção de vitamina D.

Para pacientes que já apresentam a doença, vale orientar sobre os cuidados para evitar quedas3.

Fontes: 1. Médica geriatra do Hospital Santa Cruz, Dra. Sumika Mori Lin; 2. Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM); 3. Farmacêutico, consultor de empresas e palestrante, Pedro Dias

Entenda a artrite e a artrose

A artrose é uma doença degenerativa crônica, que provoca o desgaste das cartilagens dos ossos. Conforme explica o ortopedista com especialização em cirurgia de joelho, artroscopia e próteses pela Escola Paulista de Medicina (Unifesp) e coordenador da equipe médica do Hospital São Luiz (unidade Itaim), Dr. Sérgio Costa, trata-se da degeneração da cartilagem articular, com uma mudança subsequente nas superfícies articulares ósseas.

Isso gera o desenvolvimento de osteófitos (conhecidos como “bicos de papagaio”) e de sinovite moderada (inflamação da membrana sinovial, uma fina camada de tecido conjuntivo que reveste estruturas, como tendões musculares).

De acordo com a Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT), há 10 milhões de casos registrados no Brasil. A doença é considerada a terceira causa de afastamento de trabalho no País, segundo o Ministério da Previdência Social e do Instituto Nacional de Seguro Social.

As áreas mais afetadas são as articulações que suportam peso, como mãos, coluna, quadris e joelhos. A artrose está relacionada com a idade, se desenvolvendo com mais frequência após os 35 anos, e atingindo quase todas as pessoas acima dos 60 anos.

“Segundo a Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR), pelos 75 anos de idade, 85% das pessoas têm evidência radiológica ou clínica da doença, mas somente 30% a 50% dos indivíduos com alterações observadas nas radiografias queixam-se de dor crônica”, sinaliza o Dr. Costa, acrescentando que o principal sintoma da artrose é a dor, com inchaço no local, resultando na dificuldade de movimentação.

Em relação ao tratamento, o especialista da Unifesp explica que há medicamentos capazes de retardar o processo e amenizar os sintomas, como anti-inflamatórios, analgésicos, opioides e, também, a glucosamina, a condroitina e a diacereina, e outras substâncias capazes de interferir na evolução da doença.

Aliadas ao tratamento medicamentoso, algumas mudanças de hábitos são igualmente importantes. “A redução de peso, o fortalecimento da musculatura, a atividade física regular e o tratamento fisioterapêutico são excelentes formas de combater a doença”, esclarece o médico.

Já a Artrite Reumatoide (AR), segundo informações da Bristol-Myers Squibb, é uma doença inflamatória autoimune, de evolução crônica, cuja principal característica é a inflamação das articulações, embora outros órgãos também possam estar comprometidos.

É uma condição em que o sistema imunológico, que normalmente defende o corpo de infecções (vírus e bactérias), passa a atacar o próprio organismo (no caso, o tecido que envolve as articulações, conhecido como sinóvia). Se não for tratada de forma adequada, pode levar à destruição das juntas, o que ocasiona deformidades e limitações.

A Bristol-Myers Squibb explica que o principal sintoma da AR é dor e inchaço das articulações, geralmente acompanhadas de rigidez para movimentá-las, principalmente pela manhã, e que pode durar horas até melhorar. O cansaço (fadiga) também é uma manifestação frequente.

Geralmente, a artrite acomete os dois lados do corpo, principalmente mãos, punhos e pés, e pode ir evoluindo para articulações maiores e mais centrais, como cotovelos, ombros, tornozelos, joelhos e quadris. As mãos são acometidas em, praticamente, todos os pacientes.

Em relação ao tratamento, a Bristol reforça que quando ele se dá de forma adequada e precoce, pode prevenir a ocorrência de deformidades e melhorar a qualidade de vida dos acometidos.

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