Genéricos: Cenário promissor

O mercado de medicamentos genéricos continua a crescer no Brasil e, em 2021, foi responsável por puxar a expansão da indústria farmacêutica

Atualmente, no Brasil, há 93 fabricantes de genéricos, responsáveis por mais de 3.325 registros de medicamentos e mais de 4.610 apresentações comerciais. Os dados são da Associação Brasileira das Indústrias de Medicamentos Genéricos e Biossimilares (ProGenéricos).

Ainda segundo informações da entidade, entre as 10 maiores farmacêuticas instaladas no País, nove contam com linha de fabricação de genéricos. Além disso, o rigor regulatório que garante a qualidade desses medicamentos já demandou investimentos superiores a R$ 1,5 bilhão nos últimos 10 anos, tanto em ampliação como em construção de unidades fabris.

Para 2022, novos investimentos devem acontecer, uma vez que novas moléculas e classes terapêuticas de genéricos devem ser lançadas. O mercado brasileiro já conta com medicamentos genéricos para o tratamento de inúmeras patologias, como: doenças do sistema cardiocirculatório, aparelho digestivo e metabolismo, sistema urinário e sexual, Sistema Nervoso Central (SNC), doenças respiratórias, anemia, além de anti-inflamatórios hormonais e não hormonais, dermatológicos, anti-infecciosos, oftalmológicos, antitrombóticos, anti-helmínticos e parasitários, oncológicos e contraceptivos, segundo enumera a ProGenéricos.

Ainda de acordo com a entidade, no Brasil, os genéricos respondem por 35% das vendas em unidades no conjunto do mercado farmacêutico. Em países como Espanha, França, Alemanha e Reino Unido, onde o mercado de genéricos já se encontra mais maduro, a participação desses medicamentos é de 51%, 62%, 57% e 74%, respectivamente. Nos Estados Unidos, mercado onde os genéricos têm mais de 50 anos de existência, o índice é de aproximadamente 60% de participação em volume.

Os genéricos são o motor da indústria farmacêutica no Brasil e o principal instrumento e acesso a medicamentos no País. “Em 2021, foram 1.748 bilhão de unidades comercializadas, volume 5,94% maior que o verificado em 2020. O mercado farmacêutico total apresentou expansão de 4% no mesmo intervalo”, diz Telma.

Ela afirma que entre os fatores que tornaram esse resultado positivo estão os preços menores, com qualidade e eficácia garantidas, uma combinação que faz bem para o bolso e para a saúde do consumidor.

“Desde que chegaram ao mercado, em 2000, os genéricos já proporcionaram uma economia de R$ 205 bilhões em gastos com medicamentos para os brasileiros. Este conjunto de fatores explica o sucesso dos genéricos”, comenta.

Os medicamentos genéricos são, por lei, 35% mais baratos que os de referência. “Entretanto, a concorrência impõe flexibilidades e, com isso, os preços variam significativamente, fazendo com que o consumidor se beneficie podendo escolher pelo produto de menor preço”, avalia Telma.

Resultados e projeções

Relatório divulgado pela ProGenéricos, a partir de dados da IQVIA, apontou que os genéricos encerraram 2021 com 35,36% de participação sobre varejo farmacêutico, em unidades. Em valor, esses medicamentos registraram vendas no varejo de R$ 14,2 bilhões, patamar 21,53% maior que o verificado em 2020.

Neste ano, a combinação de baixo crescimento econômico, desemprego e inflação está levando os consumidores a serem mais seletivos em seus gastos, trazendo aos genéricos ainda mais vantagem competitiva.

“Isso torna os genéricos essenciais na cesta de medicamentos das famílias. Graças aos genéricos, muitos brasileiros conseguem dar seguimento a seus tratamentos, mesmo em momento de dificuldades. Acreditamos que essa conjuntura deve continuar impulsionando as vendas do segmento também em 2022”, diz Telma.

Além dos genéricos, o resultado do mercado privado de biossimilares (medicamentos usados para o tratamento de doenças complexas), também foi positivo e fechou 2021 com crescimento de 21,21% no número de unidades comercializadas, segundo levantamento da ProGenéricos. De acordo coma entidade, foram 1,182 milhão de unidades em 2021 contra 975 mil em 2020. O valor movimentado com venda de biossimilares chegou a R$ 331 milhões, crescimento de 35,94% frente ao mesmo período do ano anterior.

Fonte: Guia da Famácia
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