Genéricos geram ganhos em todas as pontas

Na mesma proporção em que os consumidores são beneficiados pela economia na hora do tratamento, a indústria também se beneficia com um mercado que se fortalece cada vez mais no País

Além de gerar economia aos brasileiros, os genéricos geram ganhos em todas as pontas e foram fundamentais para fortalecer e renovar o complexo industrial da saúde no Brasil. Segundo afirma a presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Medicamentos Genéricos (PróGenéricos), Telma Salles, com os genéricos, o parque fabril das indústrias se modernizou, milhares de empregos foram gerados e ampliaram-se os investimentos em pesquisa e desenvolvimento de novos produtos.

“Hoje, mais de 120 laboratórios possuem linhas dedicadas à produção de genéricos no mercado brasileiro. São mais de 3.800 registros de medicamentos genéricos disponíveis em 21,7 mil apresentações disponíveis para os consumidores, cobrindo praticamente todas as doenças conhecidas”, pontua.

Ainda segundo dados da PróGenéricos, as dez marcas de medicamentos mais vendidas no País possuem versões genéricas. Hoje, existem, no Brasil, medicamentos dessa classe para tratar mais de 95% das doenças conhecidas.

Crescimento consistente

Acompanhe, a seguir, os últimos resultados e investimentos da indústria de genéricos no País.

EUROFARMA:

A Unidade Genéricos da Eurofarma lançou dez moléculas no mercado em 2018, sendo duas exclusivas. “O lançamento de produtos segue sendo a maior alavanca de crescimento da empresa. Diferenciar-se em um mercado altamente competitivo e comoditizado como o de genéricos passa pela oportunidade de sair na frente da concorrência, manter um portfólio abrangente, uma política comercial saudável, um bom relacionamento com a cadeia de distribuição e uma boa imagem e reputação junto aos profissionais de saúde e consumidores”, disse a companhia, em resposta institucional. Hoje, a Eurofarma possui 186 apresentações de genéricos no portfólio.

EMS:

O laboratório farmacêutico EMS prevê 11 lançamentos de genéricos em 2019, incluindo medicamentos inéditos. Apenas com os novos medicamentos – entre eles, contraceptivos, anti-hipertensivos e anti-inflamatórios –, o laboratório deve atingir mais de 24 milhões de pacientes por ano.

A companhia pretende aumentar a sua participação em 10% em unidades comercializadas nesse mercado até o fim do ano e planeja investir mais de R$ 50 milhões em ações de marketing para a promoção do seu pipeline de genéricos, incluindo os lançamentos.

A EMS também pretende disponibilizar mais de 240 milhões de unidades (caixas de medicamentos) na categoria em 2019 – praticamente 30 milhões acima do volume total atingido no ano anterior. Com isso, a empresa prevê ampliar de 18 para 20 milhões o número de consumidores com acesso a esse tipo de medicamento por mês. A Unidade de Genéricos representa 33% dos negócios da companhia hoje.

BIOLAB:

Com 21 anos de história dedicados à produção de medicamentos de referência, a Biolab lançou, oficialmente, neste ano, a Biolab Genéricos, linha de medicamentos do setor que traz, consigo, o desafio de chegar ao mercado com um portfólio de produtos exclusivos e semiexclusivos. A entrada da Biolab em genéricos é resultado da compra da Actavis Brasil, empresa que pertencia à israelense Teva, maior fabricante de genéricos do mundo.

“Hoje, estamos com aproximadamente 35 moléculas e, até a metade do ano, estaremos com 60 moléculas. Vamos manter nossa linha de prescrição e seguiremos, em paralelo, com a linha de genéricos”, conta o CEO da Biolab, Cleiton de Castro Marques.

Hoje, na área de prescrição, a especialidade da farmacêutica se dá na área de cardiologia. Como consequência, os genéricos em cardiologia tendem a ser destaque na empresa, além do segmento de Sistema Nervoso Central (SNC), especialidade da Actavis.

Somado a este investimento, a Biolab anunciou a abertura de uma nova fábrica em Minas Gerais (MG), com aporte de R$ 450 milhões, que será responsável tanto por medicamentos de marca quanto genéricos, categoria que o executivo reforça ser uma realidade no País.

“Os genéricos atingem um mundo diferente do mercado de medicamentos de prescrição, que hoje está muito relacionado às grandes redes. Portanto, é uma oportunidade para entrarmos em novos mercados e atingirmos novos públicos. Pretendemos trazer mais capilaridade para os nossos produtos”, sinaliza Marques.

NEO QUÍMICA:

A empresa responde por cerca de um terço do faturamento líquido da Hypera Pharma, e os genéricos da marca representam cerca de 10% do faturamento líquido total da companhia.

“A Neo Química tem um amplo pipeline de lançamentos para os próximos anos, e é um grande desafio garantir a execução com excelência de nossos lançamentos futuros. Neste ano, temos planos para lançar 16 novos produtos”, aponta a diretora-geral da unidade de negócios Neo Química, da Hypera Pharma, Ana Biguilin.

SANDOZ: divisão do Grupo Novartis, está entre as líderes globais em genéricos e biossimilares. No Brasil, a Sandoz possui, atualmente, um portfólio de 90 moléculas e 254 apresentações, com os genéricos representando 65% do faturamento da empresa.

Segundo comenta o gerente de marketing da Sandoz, Renato Suzuki, 2018 foi um ano marcado por uma instabilidade significativa no País e, por conta desse cenário, a empresa teve um início de ano mais lento do que o previsto, que depois rumou para um crescimento.

“Apenas em 2018, a Sandoz lançou novas apresentações em diversas áreas, como SNC, cardiologia, anti-infecciosos e gastro”, comenta Suzuki, acrescentando que, se analisado o histórico da Sandoz Brasil, percebe-se que, nos últimos três anos, a companhia dobrou as vendas, crescendo acima do mercado em todos os anos, ampliando a presença nas farmácias e atendendo mais pacientes.

“O mercado brasileiro é muito expressivo e ainda tem muito para crescer, e a Sandoz continua investindo fortemente. Para os próximos cinco anos, a expectativa é de lançar 42 produtos, sendo 38 genéricos e quatro biossimilares”, revela o executivo da empresa.

GRUPO CIMED:

Hoje, a CIMED possui mais de 100 apresentações diferentes no portfólio de genéricos, com moléculas que atendem às mais diversas classes terapêuticas, segundo descreve o gerente de genéricos da empresa, Rafael Godas.

“A linha de genéricos da CIMED cresceu 34% no ano de 2018 em unidades vendidas segundo o IQVIA PMB. Esse crescimento veio por meio de diversos lançamentos, 11 no total, divididos em diversas classes terapêuticas”, conta.

Foto: Shutterstock