Higiene Íntima: Cuidado essencial

A higiene íntima tem papel fundamental na saúde e no bem-estar da mulher. Uma rotina deve ser seguida, mas sem exageros, pois o excesso pode ser tão prejudicial quanto a falta desse cuidado

Segundo a Associação de Obstetrícia e Ginecologia do Estado de São Paulo (SOGESP), a parte externa da vagina, que compreende a vulva, é uma região que acumula suor, gordura, umidade, células mortos e urina, muito propensas ao mau cheiro e complicações, como fungos e bactérias, que causam coceiras e corrimentos.

O que reforça a necessidade de uma rotina diária de cuidados com a higiene da região.
“A correta higiene íntima pode prevenir algumas doenças, como infecções urinárias e as vulvovaginites, os famosos corrimentos. A higiene íntima adequada é muito importante.

Detalhes como usar o papel higiênico ‘da frente para trás’ após usar o banheiro já fazem toda a diferença”, diz a ginecologista do Hospital Moriah, Dra. Maitê Covas.

Ela explica que, após urinar ou evacuar, o ideal é utilizar o papel higiênico primeiro na região da uretra (saída do xixi) e puxá-lo em direção ao ânus, para evitar a contaminação da vagina e da uretra com as bactérias do intestino, por exemplo. “Urinar após a relação sexual também é uma forma de higiene íntima que ajuda a prevenir infecções urinárias, por exemplo”, orienta a Dra. Maitê.

A higiene durante o período menstrual também é outro detalhe importante. É preciso trocar os absorventes externos a cada quatro ou seis horas e os internos a cada oito horas no máximo. “Vale lembrar que é preciso lavar as mãos antes e depois da troca do absorvente”, alerta a Dra. Maitê.

Rotina de cuidados

De acordo com a SOGESP, se por um lado, os descuidos com a higiene íntima podem causar doenças, o excesso de limpeza também pode ser perigoso, colocando em risco a proteção natural da vagina, expondo-a ao ataque de germes, responsáveis pelas infecções que podem levar à infertilidade.

A entidade destaca que a falta ou o excesso de higiene íntima podem ser prejudiciais à saúde da vagina, desequilibrando o grau de acidez (pH) que controla a ação de bactérias e, consequentemente, resultando em inúmeras doenças.

Segundo a Dra. Maitê, o mais importante é lavar apenas a área externa, a vulva. “O canal vaginal é ‘autolimpante’, não devemos lavar com água e sabão, nem fazer duchas higiênicas dentro da vagina. Isso desequilibra o pH e a flora vaginal, favorecendo o aparecimento de infecções genitais”, destaca.

Vale dizer que a higiene da vulva pode ser feita com sabonete líquido de glicerina, de preferência sem perfume, para minimizar o risco do aparecimento de alergias. Os sabonetes íntimos também são uma opção. “Eles geralmente buscam manter um pH mais ácido, o que seria semelhante ao pH da região genital”, finaliza a Dra. Maitê.

Foto: Shuttestock
Fonte: Guia da Farmacia