As doenças crônicas afetam mais de 57 milhões de brasileiros, segundo mostra a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) realizada pelo Ministério da Saúde (MS) em parceria com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Por conta de desgastes fisiopatológicos inerentes ao avanço da idade, grande parte dos acometidos por esses males, como hipertensão e diabetes, é de idosos.
Nessa etapa da vida, o acesso a certos tratamentos ou classes terapêuticas se torna ainda mais necessário para a manutenção da saúde. Ao mesmo tempo, também é durante a terceira idade que os ganhos financeiros costumam ser reduzidos em virtude da aposentadoria. Logo, equilibrar o aumento dos gastos com medicamentos a uma receita familiar mais enxuta é um desafio para milhões de brasileiros.
Por que os idosos consomem muito genérico e similar?
Aproximadamente um em cada quatro indivíduos com idade superior a 60 anos é portador de diabetes. Ao mesmo tempo, 60% dos idosos têm hipertensão. Essas e outras doenças crônicas exigem tratamento diário e contínuo, o que demanda altos gastos com medicamentos.
Para que os cuidados com a saúde não consumam todo o orçamento familiar – que, muitas vezes, é enxuto na terceira idade –, os idosos recorrem aos preços mais acessíveis dos genéricos e similares.
A confiança dos médicos na categoria vem aumentando expressivamente, o que faz com que o paciente confie na segurança do produto e tenha o entendimento de que não há por que pagar mais caro se existem opções seguras e eficazes a um menor custo.
“Prevenir ou evitar o agravamento de doenças e até mesmo internações nos permite envelhecer de forma saudável, com autonomia, disposição e por que não, felizes”, lembra a presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Medicamentos Genéricos (Pró Genéricos), Telma Salles.
O melhor caminho para que os cuidados com a saúde caibam no orçamento é o uso de genéricos e similares. Como se tratam de cópias de medicamentos de referência, apresentam preço mais acessível.
“Como alguns tratamentos são de uso contínuo crônico, opções acessíveis como genéricos garantem o acesso aos medicamentos mais importantes. Prova disso é que em torno de 35% das vendas do segmento estão concentradas em medicamentos para tratamento das doenças crônicas, mais prevalentes nas pessoas da chamada terceira idade”, afirma a presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Medicamentos Genéricos (Pró Genéricos), Telma Salles.
“Sem os genéricos, muitas pessoas não teriam condições financeiras de tomar continuamente essas medicações. Com a economia gerada, ao optar pelos genéricos, os idosos – em especial – podem efetivamente cuidar bem da saúde.”
Estudo recente realizado pelo Instituto Ipsos, em parceria com a Federação Nacional de Previdência Privada e Vida (FenaPrevi), mostra que os gastos com medicamentos são a principal preocupação dos brasileiros na aposentadoria. O item foi mencionado por 57% dos entrevistados.
Com preços em média 60% menores que os medicamentos de referência, os genéricos e os similares se tornam cada vez mais relevantes em uma população que enfrenta um processo de envelhecimento crescente.
Mesmo diante dos benefícios econômicos, a compra de medicamentos genéricos corresponde a pouco mais de 30% do total de vendas do setor farmacêutico, apontando boa oportunidade de crescimento do segmento no País.
Para que a categoria atinja todo o potencial, é importante que a população seja conscientizada de que, tanto os genéricos como os similares, possuem a mesma eficácia do medicamento de referência.
Campeões de venda
As classes terapêuticas mais buscadas entre os idosos são aquelas voltadas para o tratamento de doenças crônicas, como o diabetes, controle da Pressão Arterial (PA) e aumento do colesterol.
Devido ao aumento progressivo no número de idosos no País, os medicamentos voltados ao tratamento desses males apresentam um crescimento constante e significativo.
De acordo com dados fornecidos pela IQVIA, os medicamentos usados para o controle do colesterol, por exemplo, cresceram 38,8% entre junho de 2017 e junho de 2018, enquanto os similares 15,3%. Desempenho semelhante é observado entre as drogas diuréticas usadas no controle da hipertensão – genéricos aumentaram 24,9% e os similares 164,6% no mesmo período.
De acordo com a Pró Genéricos, o crescimento volumoso nas vendas dos genéricos fez com que a categoria ganhasse participação de mercado. Entre 2015 e 2017, as vendas de genéricos para o controle de colesterol saltou de 44% para 58% de share.
Os medicamentos para hipertensão também registraram avanços relevantes. A participação no mercado total de anti-hipertensivos saltou de 64% para 70% nos últimos três anos. Com esses resultados, o share combinado de genéricos em medicamentos para colesterol e hipertensão saltou de 61,12% em 2015 para 68,54% em 2017.
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