Um estudo realizado pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) durante a pandemia mostrou que a saúde mental dos brasileiros está em estado de alerta. Os dados, levantados entre 20 a 25 de março e 15 a 20 de abril, apontam que os casos de crise aguda de ansiedade subiram de 8,7% para 14,9%; os de estresse agudo, de 6,9% para 9,7%; e os de depressão, de 4,2% para 8,0%. Uma outra pesquisa, divulgada em setembro pela Kantar, mostrou que os analgésicos e multivitamínicos passaram a compor mais de 70% do volume da cesta de Medicamentos Isentos de Prescrição (MIPs), sendo que a preocupação em aumentar a imunidade aparece como um dos principais fatores para esse desempenho.
O levantamento indica, ainda, as vitaminas e os multivitamínicos ganharam mais de 1,7 milhão de novos lares compradores no segundo semestre de 2020, em comparação com o primeiro. O levantamento da Kantar também mostra, que antes da quarentena, em fevereiro, os shoppers com mais de 50 anos de idade eram os principais responsáveis pelo consumo de suplementos vitamínicos, com um gasto médio mensal de R$ 52,00, o que representa quase metade do faturamento da categoria.
ATUAÇÃO NO ORGANISMO
Por que as pessoas recorreram aos multivitamínicos? De que forma eles podem contribuir com a melhora nos sintomas de estresse ou cansaço? O farmacêutico, doutor em farmacologia e diretor de novos negócios na Airela Indústria Farmacêutica, Dr. Rodrigo Rebelo Peters, explica que as vitaminas são importantes e a deficiência delas e dos minerais faz com que o corpo não consiga desempenhar suas funções adequadamente.
“Isso ocorre quando o corpo não consegue absorver ou decompor certas vitaminas ou minerais. Estes quadros, quando prolongados, aliados à deficiência de vitaminas e à má alimentação, contribuem para a baixa energia do corpo”, explica, acrescentando que o estresse em demasia causa fadiga crônica.
Principais vitaminas presentes nos multivitamínicos
Ferro
Como componente essencial da hemoglobina, é responsável pelo transporte de oxigênio para os tecidos do corpo, e outras proteínas e enzimas.
Vitamina B12
É um micronutriente pertencente ao grupo das vitaminas que formam o complexo B. Ela é uma coenzima para importantes enzimas que estão relacionadas com o metabolismo dos macronutrientes, como lipídios, aminoácidos e carboidratos.
Potássio
É um dos principais eletrólitos do corpo, responsáveis por carregar carga elétrica através dos fluídos corporais, como o sangue. A maior parte o potássio presente no organismo está localizado no interior das células e é responsável pelo diferencial do potencial elétrico de células, nervos e músculos, mantendo sua funcionalidade normal.
Magnésio
É importante em todos os processos enzimáticos onde há geração de energia (ATP) e no metabolismo dos ácidos nucléicos, bem como auxilia na estabilização das estruturas de macromoléculas como DNA e RNA. Está relacionado com o metabolismo de cálcio e potássio.
Ômega-3
É um composto de ácido alfa-linolênico (ALA), ácido eicosapentaenoico (EPA) e ácido docosahexaenoico (DHA), não produzido pelo organismo e encontrado em diferentes fontes, como peixe e oleaginosas (linhaça, canola, girassol e castanhas). Fundamental para suprir as carências nutricionais, auxiliando, principalmente, na manutenção de níveis saudáveis dos triglicerídeos.
Ácido fólico
Conhecido como vitamina B9 ou folato, faz parte das vitaminas do complexo B e participa de várias funções do organismo, em especial na formação do DNA. É importante para a manutenção do sistema imune e da saúde do sistema nervoso e vascular.
Vitamina D
Considerada um hormônio esteroide, é um nutriente importante na absorção e sintetização de cálcio, magnésio e fósforo no organismo, auxiliando na manutenção e integridade dos ossos e do sistema cardiovascular.
Vitamina C
Incapaz de ser sintetizada pelo organismo, são obtidas de diferentes formas através da ingestão de alimentos e suplementos. Também é um potente antioxidante.
Fonte: farmacêutico, doutor em farmacologia e diretor de novos negócios na Airela Indústria Farmacêutica, Dr. Rodrigo Rebelo Peters
“Sentir-se cansado constantemente e ao mesmo tempo desmotivado, com falta de concentração, pode indicar fadiga crônica, principalmente se estes sintomas persistirem por mais de seis meses”, diz.
EXPOSIÇÃO PLANEJADA
Ao trabalhar com a categoria no ponto de venda (PDV), o foco, na opinião do diretor da Unidade de Negócios Farma na União Química, Paulo Marques Pinto, deve ser no trade marketing. “A estratégia de exposição, comunicação e organização das gôndolas são oportunidades para alavancar a categoria e precisam ser aprimoradas no PDV”, diz.
Ele orienta expor os produtos considerando as subcategorias com espaços que facilitem a localização pelo cliente e o entendimento das indicações. “O mais importante é que o PDV tenha um bom mix multivitamínicos, minerais, vitaminas de A a K, ômega 3, entre outros para atender às diversas necessidades do consumidor.
O shopper de vitaminas tem dificuldade de navegar pelas categorias, por isso a comunicação no PDV pode trazer maior segurança e maior autonomia para a escolha”, diz. Vale ainda explorar pontos extras, corredores de alto tráfego e outras áreas que facilitem o cross-merchandising.
“É recomendado, sempre que possível, deixar expostos por indicação, multivitamínicos, vitamina C, cálcio, ômega, e assim por diante, agrupados para que o shopper tenha uma experiência de compra mais adequada”, finaliza Pinto.
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