Papel social dos MIPs

Como grandes aliados da população no tratamento de males e doenças de menor gravidade, os Medicamentos Isentos de Prescrição também cumprem uma função pública importante ao desafogarem o sistema de saúde

Que os Medicamentos Isentos de Prescrição (MIPs) cumprem um papel importante para o tratamento de males menores, é um fato incontestável. Mas esses medicamentos também se destacam pelo papel social que desempenham no País, ao diminuírem, substancialmente, os custos e as demandas para o sistema de saúde.

Segundo dados da Associação Brasileira da Indústria de Medicamentos Isentos de Prescrição (Abimip), atualmente, cerca de 350 mil médicos são responsáveis por prescrever os em torno de 64% que representam os medicamentos vendidos sob prescrição médica.

Mas não seria possível que esses mesmos médicos dessem vazão também ao atendimento de males menores, que podem ser resolvidos hoje pelos MIPs.

De acordo com a entidade, se todos os medicamentos precisassem de receita, isto demandaria um aumento de 56% no volume de médicos (em torno de 196 mil a mais), o que causaria um inchaço no sistema de saúde brasileiro que já é deficitário.

Dados fornecidos pela Consumer Healthcare Products Association (CHPA), de 2012*, constatam que, para cada US$ 1 gasto com medicamentos sem prescrição nos Estados Unidos, o sistema de saúde economiza de US$ 6 a US$ 7.

Ainda de acordo com a CHPA, sem os MIPs, 60 milhões de americanos ficariam sem tratamento para males menores, sendo que oito em cada dez americanos usam esses produtos para aliviar pequenos sintomas sem ter de recorrer ao médico.

“No mundo inteiro, os MIPs são utilizados para pequenos problemas, já que não há necessidade de movimentar toda a cadeia para tratá-los. Com isso, gera-se uma economia para todo o complexo da saúde”, diz o presidente executivo do Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos no Estado de São Paulo (Sindusfarma), Nelson Mussolini.

A vice-presidente executiva da Abimip, Marli Sileci, comenta que o Brasil carece de dados que meçam o impacto econômico dos MIPs para o País, mas há estudos em desenvolvimento que poderão refletir a realidade nacional em breve. De qualquer forma, segundo a executiva da entidade, por aqui, há o agravante do inchaço do sistema de saúde.

“Os recursos públicos que são usados no tratamento de doenças menores precisam ser dirigidos para as mais graves, que têm um grande impacto sobre a população”, adverte.

tarjas mipsENTENDA AS DIFERENÇAS PELA EMBALAGEM 

 

Medicamentos sem tarja: chamados também de Medicamentos Isentos de Prescrição (MIPs), podem ser tomados e adquiridos sem prescrição médica. Destinam-se a situações corriqueiras para tratar sintomas menores e conhecidos. Em geral, não possuem efeitos adversos importantes e/ou significativos. Caso os sintomas persistam, o uso deve ser interrompido e o médico deve ser procurado.

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Medicamentos tarja vermelha:
necessitam de receita médica para comercialização, já que se destinam a quadros clínicos que exigem maior cuidado e controle. Alguns deles precisam, além da apresentação da receita, que ela fique retida pelo farmacêutico. Esses são conhecidos como medicamentos controlados e psicotrópicos, que podem causar dependência e trazer muitos efeitos colaterais e contraindicações.

 

tarjas mips 3Medicamentos tarja preta: também necessitam de prescrição médica para ser comercializados e ingeridos. A diferença deles para os de tarja vermelha é que necessitam de um maior controle, já que podem apresentar mais efeitos colaterais e reações adversas, e possuem ação sedativa ou com impacto no Sistema Nervoso Central (SNC), podendo levar à dependência. A sua venda é condicionada à apresentação de receita especial na cor azul.

Fonte: Associação Brasileira da Indústria de Medicamentos Isentos de Prescrição (Abimip)

 E os MIPs exercem um papel fundamental para desafogar o sistema, pela grande variedade de classes terapêuticas oferecidas. Entre elas: produtos para gripes e resfriados, analgésicos, laxantes, antiespasmódicos, anti-histamínicos, medicamentos para distúrbios hepáticos, escabicidas, azia e má digestão, calmantes, antirreumáticos, antissépticos, anti-helmínticos e tônicos, entre outros. 

 

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