Parâmetros internacionais dos medicamentos fitoterápicos

Apesar de terem a flora bem menos rica do que a brasileira, países como Alemanha e Japão são muito mais desenvolvidos no mercado de fitoterápicos

Na disputa pelo mercado externo de medicamentos fitoterápicos, o Brasil ainda precisa conquistar muito espaço. Apesar de toda a riqueza da flora nacional, reconhecida mundialmente, o País ainda fica atrás de outras nações, como Alemanha e Japão, no uso da fitoterapia.

De acordo com a gerente de produto da Momenta, Cristina Nalini, são diversos os motivos que levaram para essa realidade. Ela explica, por exemplo, que a Alemanha possui a mais desenvolvida indústria de medicamentos à base de vegetais e, além disto, as regras de registro e produção permitem condições competitivas similares entre os produtos fitoterápicos e os farmoquímicos.

Já no Japão, grande parte dos médicos prescreve produtos fitoterápicos embasados na tradicional medicina japonesa. “Outro ponto que acreditamos ser um fator que colaborou para o desenvolvimento dos mercados alemão e japonês está relacionado ao fato de grandes farmacêuticas desses países terem adquirido pequenas empresas de fitoterápicos, visando dar mais destaque a esses produtos em um mercado que, na época, centrava as atenções nos medicamentos sintéticos”, afirma Cristina.

Escolha pelo tradicional

A Resolução de Diretoria Colegiada (RDC) 26, de 13 de maio de 2014, destaca que os produtos tradicionais fitoterápicos não podem se referir a doenças, distúrbios, condições ou ações consideradas graves. Portanto, limita-se a possibilidade de indicação do produto, conforme comenta Cristina.

“Como o uso de fitoterápicos em outros países é mais estabelecido e mais antigo, existem mais opções de medicamentos e, consequentemente, mais indicações para tratamento de patologias”, afirma.

Assim, no mercado brasileiro, o que se observa é o uso de medicamentos fitoterápicos para tratamentos de doenças leves e mais comuns e, de acordo com a especialista da Momenta, essa concentração se deve a maior facilidade de registrar ou notificar os produtos tradicionais.

“Os produtos tradicionais fitoterápicos são aqueles obtidos com emprego exclusivo de matérias-primas ativas vegetais, cuja segurança e efetividade sejam baseadas em dados de uso seguro e efetivo publicados na literatura técnico-científica e que sejam concebidos para serem utilizados sem a vigilância de um médico para fins de diagnóstico, de prescrição ou de monitorização”, acrescenta.

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