Suplementação dirigida

Algumas doenças crônicas exigem reposição nutricional específica, como para pacientes com câncer ou diabetes. Igualmente, pessoas que passaram por cirurgia bariátrica merecem atenção especial

 Não é somente a falta de uma dieta equilibrada que leva à deficiência vitamínica. Algumas doenças também podem culminar nesse problema e precisam, assim, de um acompanhamento médico mais frequente. Pacientes com diabetes constituem um grupo que pode ter algumas necessidades vitamínicas características da  enfermidade. ” Os diabéticos têm como deficiências mais comuns a vitamina B12, a qual pode ter sua absorção diminuída devido ao uso crônico de metformina”, sinaliza a endocrinologista do Centro de Obesidade e Diabetes do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, Dra. Tarissa Petry.

Eles também podem apresentar deficiência de vitaminas como a B1, a B2 e até mesmo a vitamina D, conforme afirma a gerente científica da Divisão Nutricional da Abbott no Brasil, Patrícia Ruffo. 

“A vitamina B1, por exemplo, ajuda a prevenir as possíveis complicações da doença, como problemas de visão, doenças cardiovasculares e renais. Ela também protege as células contra os efeitos recorrentes dos níveis muito elevados de glicose. Já no caso da vitamina D, estudos mostram que ela pode melhorar a utilização da glicose e a saúde dos ossos”, aponta a especialista. 

Por isso, é importante que os portadores façam uma dieta equilibrada e completa, o que ocasionalmente pode incluir o uso de um suplemento nutricional.

Pessoas com câncer também podem ter necessidades vitamínicas especiais, dependendo do tipo da doença e do tratamento. “Pacientes com diminuição de apetite tendem a consumir apenas um grupo de alimentos que mais lhes apetecem, o que aumenta o risco de deficiências vitamínicas”, alerta a Dra. Tarissa. E além da falta de apetite, que pode ter origem durante o próprio tratamento, por conta da quimioterapia, a condição da enfermidade pode levar o paciente a um estado de catabolismo, que consome o organismo e o deixa debilitado. “Dependendo do tipo e do grau da doença, também faz parte do tratamento do paciente a ingestão de alguns suplementos, especialmente com foco em proteínas e carboidratos, por conta de perda de peso e de massa muscular. Essa necessidade aumenta em pacientes em fase mais avançada da doença ou quando existe metástase”, acrescenta a especialista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.

Os males que acometem o estômago também podem gerar algumas carências vitamínicas. São exemplos os casos de Doença do Refluxo Gastroesofágico (DRGE) ou pacientes que passaram por cirurgia bariátrica. 

“Estudos mostraram que o uso prolongado de medicações para reduzir a secreção de ácido no estômago, como o omeprazol, utilizados por pacientes com DRGE, reduz a absorção de vitamina B12. Além disso, pessoas que tiveram o estômago reduzido, como na cirurgia bariátrica, também têm diminuição de sua absorção”, aponta a especialista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.

Ela acrescenta que, em pacientes com bariátrica, devido à diminuição do estômago e ao desvio da primeira porção do intestino, também há maior chance de desenvolver deficiência de outras vitaminas, como D, A, além de ferro. “Para prevenir, orientamos o uso de polivitamínicos pelo menos nos primeiros dois anos de pós-operatório”, acrescenta.

A Dra. Tarissa, reforça, entretanto, que qualquer suplementação só deve ser feita caso o paciente tenha deficiência de uma determinada vitamina; ou apresente queixas que podem estar relacionadas à insuficiência vitamínica e os índices, de fato, se encontrarem em níveis baixos ou normais tendendo a baixos. 

Soluções da indústria

Diante da deficiência nutricional de pacientes por conta de certas enfermidades, algumas indústrias passam a desenvolver linhas específicas de suplementação. A Abbott, por exemplo, desenvolveu Glucerna, que proporciona uma nutrição completa e balanceada, cientificamente desenvolvida para ajudar na redução dos picos de glicose no sangue como parte de um plano de gestão do diabetes.

“Glucerna é rico em MUFA (ácidos graxos monoinsaturados – como ômega-3) que tem demonstrado ser benéfico na melhoria dos níveis de lipídios, no controle glicêmico e de insulina”, mostra a gerente científica da Divisão Nutricional da Abbott no Brasil, Patrícia Ruffo.

Os suplementos especializados que auxiliam no controle glicêmico têm um papel muito importante no controle do diabetes, uma vez que 74% das pessoas com a doença não conseguem controlar a glicemia apenas com medicação*. 

*Leal LO, Santo RRP, Cardona LT, et al. Dietary habits and nutrient intakes of a cohort of healthy children in Spain. Open Nutr J. 2012;6:123-130.