Suplementação em crianças: quando é necessária?

Na busca de complementar a refeição dos filhos que se alimentam mal, são muitas as mães que recorrem a algumas fórmulas capazes de suprir essas carências

A preocupação das mães com a alimentação de crianças é bastante legítima. Afinal, fazer com que tenham uma dieta balanceada parece uma verdadeira missão impossível. 

“A maior parte da recusa se dá a alimentos, como vegetais, legumes, frutas e alguns tipos de carne. Dessa forma, nutrientes, como ferro, vitaminas (C, D, E, B) e minerais (zinco, selênio) são comumente ingeridos em parcela inferior do que a considerada indicada para o bom funcionamento do corpo”, comenta a gerente médica de Medicamentos Isentos de Prescrição (MIP) do Aché, Dra. Fernanda Dacache.

Assim, a criança que costuma rejeitar certos tipos ou grupos de alimentos está mais propensa a deixar de ingerir nutrientes vitais e necessários para um crescimento saudável. “Quando não há uma nutrição apropriada, podem-se detectar problemas no crescimento e desenvolvimento cognitivo, como também menos energia no dia a dia, além de prestarem menos atenção na escola e ficarem mais doentes”, comenta a gerente científica da Divisão Nutricional da Abbott no Brasil, Patrícia Ruffo.

A preocupação aumenta entre as mães ao passo em que a criança, por falta de nutrientes, passa a apresentar os sintomas enumerados pela especialista da Abbott, e que são somados a outros problemas, como cabelo fraco e quebradiço, palidez cutânea, pele seca e fraqueza muscular. E quando não são tratados corretamente, os riscos podem ser ainda maiores. 

“As dificuldades alimentares são capazes de acarretar consequências graves aos pequenos, como sérias repercussões físicas, incluindo complicações de crescimento, aumento das doenças crônicas, risco em desenvolver um distúrbio alimentar, baixa imunidade e dificuldades de cicatrização”, adverte Patrícia.

Segundo a médica pediátrica do pronto-socorro do Hospital São Camilo – unidade Santana, Dra. Priscila Zanotti Stagliorio, a desnutrição é responsável por 55% das mortes de crianças no mundo inteiro. “Na anemia, por exemplo, há o abastecimento insuficiente de oxigênio ao corpo, o que pode levar à sensação de fraqueza ou fadiga. Outras consequências poderão incluir maior propensão a infecções, tonturas, dificuldade em respirar, dores de cabeça, palidez, dores no peito, entre outras”, alerta. 

A gerente médica da Bayer Consumer Health, Dra. Paula Cardim, reforça como algumas carências nutricionais podem agir negativamente no desenvolvimento infantil. “No caso da vitamina C, a deficiência pode causar retardo na cicatrização, sangramento, alterações nos ossos e nos dentes, anemia, propiciar infecções, entre outros problemas. Por outro lado, a deficiência da vitamina D pode provocar raquitismo, alterações no crescimento e nos ossos, além de reduzir a imunidade. Já uma criança com carência do zinco pode ter seu crescimento e desenvolvimento afetados, além de baixa imunidade”, exemplifica.

Inúmeras soluções

Hoje, o mercado oferece alguns suplementos alimentares que podem ajudar na tarefa de reposição dos nutrientes, e estão disponíveis em forma de pó, líquido, cápsulas ou gomas. 

A formulação tende a ser bastante completa. Nutren Kids, por exemplo, complemento alimentar da Nestlé desenvolvido especialmente para crianças, contém 26 vitaminas e minerais essenciais para o crescimento e desenvolvimento infantil. Esses produtos devem ser preparados com água ou leite, dependendo da formulação, e não são substitutos de refeições. 

“Complementos alimentares podem ser encontrados em supermercados e farmácias e, embora não seja necessário a prescrição médica, orientamos consultar o pediatra ou nutricionista”, reforça a Consumer Marketing Manager para a Nestlé Health Science, Fernanda Tartarella. 

Já a Abbott apresenta o PediaSure® Complete (em pó), que contém 12% de proteínas, 53% de carboidratos e 35% de gorduras; e PediaSure® pronto para beber, que possui 30 vitaminas e minerais, ferro, zinco, além de ser fonte de vitamina D e E. A linha é indicada para crianças de quatro a dez anos de idade.

Para ajudar na adesão ao tratamento, alguns produtos trazem apresentações com sabores que ajudam a atrair o público infantil. “Estudos mostram que, devido ao sabor adocicado, as crianças costumam preferir frutas a legumes e verduras. Nesse sentido, identificar sabores que agradam ao paladar desse público é fundamental para adesão ao tratamento de diversas disfunções de saúde, sejam elas nutricionais ou não. No caso da nutrição, mais especificamente da suplementação, produtos adocicados nos sabores chocolate, baunilha e morango costumam ser bem-aceitos pelas crianças”, justifica Patrícia, da Abbott.

Outro exemplo é Redoxitos®, linha de suplementos vitamínicos da Bayer, recomendada para crianças a partir dos quatro anos de idade. “Essa linha, em formato de gominha, ajuda na aceitação das crianças, assim como os sabores, como laranja, uva, morango e frutas tropicais para Redoxitos® com vitamina C, e laranja, morango e papaia para Redoxitos®+, com as vitaminas C, D e zinco”, mostra a Dra. Paula. 

Além do sabor diferenciado, até mesmo personagens relacionados com o público infantil têm sido usados para facilitar o tratamento.“Recomendado como um complemento da ingestão de micronutrientes não obtidos nas refeições, DayVit Kids 1+ acompanha copo e seringa dosadora, folheto educativo e a presença do personagem Mickey Mouse para tornar a ‘hora da vitamina’ mais informativa e divertida para as crianças. Ainda tem sabor de tutti-frutti, não contém açúcar e glúten”, resume a Dra. Fernanda, do Aché. 

Retorno rápido e eficaz

Quando utilizados de forma correta, e com a orientação de um especialista, as respostas do organismo tendem a ser bastante satisfatórias com esses produtos. “O uso de suplementos traz inúmeros benefícios para a saúde das crianças, resultando no aprimoramento das funções cognitivas e no desenvolvimento motor, proporcionando também com que elas tenham mais energia e mantenham o crescimento adequado”, aponta Patrícia.

E os resultados tendem a ser rápidos. “Os suplementos começam a surtir efeito após um mês de uso, normalmente”, acrescenta a Dra. Priscila.

Apesar de todos os benefícios que esses produtos prometem trazer, a pediatra alerta para a importância de se buscar auxílio médico, já que os suplementos são recomendados apenas para crianças que realmente tenham alguma deficiência. 

“A suplementação alimentar só deve ser indicada pelo médico pediatra após uma detalhada avaliação nutricional. É importante que a criança, desde o seu nascimento, seja acompanhada por um pediatra de confiança da família, mensalmente, no primeiro ano de vida; trimestralmente, até os três anos; e semestralmente, até a adolescência”, lembra a especialista do Hospital São Camilo. Nessas consultas, o pediatra irá avaliar a história e verificar os sinais físicos de desnutrição ou de deficiência vitamínica. 

Outro alerta fica para o tipo de suplemento que vai ser utilizado. “Esses produtos não devem ser confundidos com multimisturas, que é apenas uma farinha elaborada a partir de subprodutos alimentares e que contém características químicas muito próximas, senão similares, a outros farelos e cereais, não possuindo qualquer atributo que possa garantir a riqueza nutricional alegada por seus adeptos”, finaliza a pediatra. 

Mais de  70% das mães relatam que seus filhos não consomem verduras e legumes*  

Em torno de 45% afirmam que os filhos não se alimentam adequadamente com frutas* 

Entre crianças, a ingestão diária de cálcio e ferro está, pelo menos, 50% abaixo da recomendada** 

No Brasil, até 50% das crianças são seletivas com a sua alimentação**

Fontes: *pesquisa de mercado “Hábitos de consumo”, encomendada pela Abbott e realizada por Resulta, junho de 2012. Estudo desenvolvido com quase mil mães sobre as principais dificuldades alimentares em crianças brasileiras; e **Nestlé Health Science


Deixe um comentário