Vida longa

Além de serem mais ativos, os idosos de hoje em dia estão mais preocupados em manter bons hábitos de vida para envelhecer com saúde e bem-estar

Uma onda de atenção com a saúde, a alimentação e a prática de exercícios físicos tomou conta do Brasil. O País já ocupa a segunda posição entre as nações com maior número de academias – só perde para os Estados Unidos –, segundo o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). A intenção de reduzir o consumo de refrigerantes, frituras e alimentos industrializados em geral e substituí-los por alternativas mais naturais fez com que o mercado de alimentação saudável triplicasse em dez anos, de acordo com o Euromonitor.  

As notícias são boas, já que manter hábitos saudáveis é fundamental para envelhecer com saúde e vitalidade. Principalmente, em relação à alimentação, pois os idosos fazem parte da faixa etária que mais sofre de carência de vitaminas e minerais.  

Com o passar da idade, o corpo passa por transformações que dificultam a absorção de certos nutrientes. “O idoso sofre com um processo natural da idade, chamado atrofia da mucosa gástrica. O pH estomacal sofre mudanças, se tornando mais básico e afetando a incorporação de alguns nutrientes. Essa alteração do pH é chamada de hipocloridria e preojudica principalmente a absorção de cálcio, ferro e vitamina B12”, explica a nutricionista voluntária do Horas da Vida, Dra. Mariane Savassi.   

Além dessa falha na captação dos nutrientes, a idade avançada também altera o paladar, o que propicia uma diminuição da quantidade de alimentos ingeridos, logo uma possível carência alimentar. “Sem contar que existe risco de interferência na absorção de vitaminas e minerais quando se consome uma grande quantidade de medicamentos”, complementa. 

Até alguns anos atrás, havia pouca informação e acesso a tratamentos inovadores, por isso os idosos tinham uma aparência mais abatida e senil. Hoje em dia, existe uma gama variada de produtos que garante mais vitalidade e qualidade de vida, como vitaminas, polivitamínicos e suplementos alimentares. Deve-se fazer reposição, assim que constatado o déficit em exames de rotina, sempre respeitando a indicação médica.  

“Existem tabelas que nos dizem a quantidade ideal que cada pessoa de determinado gênero e idade deve consumir para que essas deficiências não existam, chamamos de Ingestão Diária Recomendada (IDR); a partir do momento em que o consumo de determinada vitamina e/ou mineral mesmo pela alimentação não é atingido, é necessário que o idoso inicie uma suplementação”, detalha a Dra. Mariane. 

As carências nutricionais tipicamente relacionadas ao envelhecimento são de vitamina D, vitaminas do complexo B e proteínas em geral. A geriatra do Hospital Santa Paula, Dra. Maristela Soubihe, destaca que todas as vitaminas são importantes nesta etapa da vida, mas que algumas merecem maior atenção devido à função que desempenham no organismo. “Na prática clínica, buscamos repor vitamina D, que está relacionada à osteoporose e fragilidade, além das vitaminas do complexo B, que se ocupam em formar as células vermelhas do sangue e interferem na condução nervosa do sistema nervoso central e periférico.” 

Como agem  

Com a busca por uma vida saudável em alta, as prateleiras das farmácias estão lotadas de opções que prometem energia e vitalidade. Mas é preciso entender a função de cada um desses medicamentos para orientar o consumidor da melhor maneira possível. Vitaminas são substâncias essenciais para o bom funcionamento do nosso corpo que precisam ser consumidas diariamente na forma de alimentos. Quando no formato de medicamento, os compostos se apresentam de uma forma mais concentrada. 

Já os suplementos alimentares combinam vitaminas e minerais, que servem para complementar a dieta diária de qualquer pessoa saudável que não atinge a recomendação da IDR por meio da alimentação. Os polivitamínicos também são considerados suplementos alimentares, só que na apresentação de cápsulas ou comprimidos que possuem algumas vitaminas em específico ou não.  

Suplementos alimentares podem ajudar na saúde do idoso, mas vale deixar bem claro que eles não podem substituir os alimentos, nem devem ser considerados como dieta exclusiva. No Brasil, os suplementos precisam conter apenas vitaminas e/ou minerais, com no mínimo 25%, e no máximo, até 100% da IDR, os suplementos alimentares podem ser encontrados na forma de pó e acrescidos em bebidas ou nas refeições.  

Vida saudável

Confira quais são as vitaminas essenciais na terceira idade e a importância de cada uma delas para o organismo:

Cálcio: é um mineral importante para prevenção de osteoporose. Pessoas idosas absorvem cerca de apenas 26% do mineral ingerido. A acidez gástrica também interfere na sua absorção. Em mulheres na menopausa, a recomendação de cálcio é aumentada, sendo necessária, em alguns casos, a suplementação para evitar maiores perdas de cálcio nos ossos. 

Vitamina D: a ingestão inadequada dessa vitamina aumenta a perda óssea e o risco de osteoporose. Em idosos, essa diminuição da vitamina está relacionada com a baixa ingestão e falta de exposição a luz solar. A vitamina D previne fraturas, melhora a força muscular. 

Ferro: a deficiência de ferro está relacionada à anemia e, geralmente, ocorre em idosos que possuem doenças inflamatórias crônicas. 

Vitamina B12: idosos podem apresentar deficiência desta vitamina devido a alteração de pH que acontece no estômago e pelo uso de vários medicamentos. Sua deficiência pode estar relacionada ao desenvolvimento da doença de Alzheimer. 

Zinco: está muito relacionado à qualidade do sistema imunológico. Estresse, traumatismo, perda muscular e medicamentos podem contribuir para que a deficiência ocorra. 

Nutracêuticos, nutricosméticos e cosmecêuticos são produtos que podem ajudar a manter a vitalidade dos idosos, por possuir em sua composição nutrientes com algum benefício comprovado cientificamente, de forma isolada. Conheça a diferenças entre eles para fazer a indicação correta ao cliente. 

Nutracêuticos: são indicados para a prevenção e/ou tratamento de certas doenças, pois possuem um apelo mais terapêutico  

Nutricosméticos: têm um apelo mais estético. 

Cosmecêuticos: têm uma aplicação tópica, geralmente na forma de filtros solares, hidratantes e clareadores. 

Fonte: nutricionista voluntária do Horas da Vida, Dra. Mariane Savassi 

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