Um medicamento popular para diabetes acaba de receber uma nova aprovação importante — e isso pode ser um divisor de águas para milhões de pessoas em risco de insuficiência renal.
A FDA (agência americana semelhante à Anvisa) aprovou oficialmente o Ozempic como forma de ajudar a reduzir o risco de complicações renais graves em pessoas com diabetes tipo 2 e doença renal crônica.
Os riscos do diabetes
O diabetes tipo 2 é uma das principais causas de doença renal crônica, que afeta mais de um em cada sete adultos nos Estados Unidos. A nova aprovação permite que médicos do país prescrevam Ozempic especificamente para diminuir o risco de insuficiência renal, diálise e morte por problemas cardíacos nesses pacientes de alto risco.
“Nos últimos 20 anos, tem sido uma área em que os pesquisadores se esforçaram muito, mas entregaram muito pouco”, diz Stephen Gough, vice-presidente sênior de assuntos médicos globais na Novo Nordisk, a empresa que fabrica o Ozempic, ao The New York Times. “Ter algo novo é realmente empolgante e oferece esperança aos pacientes.”
Gerenciamento da doença
Médicos já usam o Ozempic para gerenciar o diabetes tipo 2 e reduzir o risco de doenças cardíacas em pacientes com diabetes. A nova recomendação, conforme relatado pelo Times, foi baseada em pesquisas que mostraram que pessoas com diabetes tipo 2 e doença renal crônica que usaram Ozempic tiveram um risco 24% menor de complicações relacionadas aos rins, como a necessidade de diálise ou transplante de órgão.
Pacientes no estudo também tiveram taxas mais lentas de declínio renal e menor propensão a morrer de problemas cardíacos.
“Quanto mais pudermos atrasar o declínio da função renal, melhor”, afirma Melanie Hoenig, especialista em rins no Beth Israel Deaconess Medical Center, em Boston.
O Ozempic é frequentemente apontado como um medicamento para “perda de peso”, mas não é oficialmente aprovado para esse propósito. Ele é usado principalmente para controlar o açúcar no sangue, mas pesquisadores suspeitam que o medicamento também possa reduzir a inflamação nos rins e no corpo como um todo.
Fonte: Estadão
Foto: Shutterstock
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