As 69 redes associadas à Federação Brasileira das Redes Associativistas e Independentes de Farmácias (Febrafar) continuam em ritmo de crescimento, de acordo com relatório da entidade elaborado com dados da IQVIA.
O mercado farma total Brasil faturou R$ 204,19 bilhões (considerando o CPP, ou seja, o preço das farmácias ao consumidor final), o que representa uma alta de 7,96% entre o MAT 05/23 e o MAT 05/24. O índice é relevante e, inclusive, supera o Produto Interno Bruto (PIB).
Já a grupo Febrafar registrou faturamento de R$ 32,44 bilhões, com expansão de 11,40% no mesmo período. Com esse resultado, o mercado Febrafar detém 15,9% de share do varejo farma. Em 2020, esse percentual era de 12,9%, o que mostra a trajetória de expansão.
Considerando o histórico de 2020 a 2024, o crescimento acumulado das redes ligadas à Febrafar foi de 92,7% no período, enquanto o crescimento do mercado foi de 50,7%. “Ou seja, a Febrafar mantém uma faixa de crescimento de aproximadamente 50% acima do mercado nesse período”, diz o presidente da Febrafar, Edison Tamascia.
Segundo ele, alguns fatores explicam esses resultados. “Na verdade, a Febrafar cresce acima do mercado mais ou menos nessa mesma proporção desde 2012. Isso se deve a um alinhamento melhor das nossas estratégias com as transformações do mercado”, diz.
Ele conta que houve uma época em que o mercado estava muito voltado para preço e a entidade também orientou as farmácias associadas nesse sentido.
“Neste momento, existe uma orientação muito grande para o processo de digitalização, um controle maior sobre a cesta a ser oferecida para cada consumidor e a Febrafar faz essas orientações. Ou seja, conforme o mercado se transforma, a gente também transforma as orientações. Então são farmácias mais bem estruturadas, mais bem digitalizadas, com melhor nível de estoque. Isso faz com que a gente aumente a venda”, afirma Tamascia.
Categorias em potencial
Na performance de vendas dos 13 grupos de produtos analisados – medicamentos genéricos; higiene pessoal, perfumaria e cosméticos (HPC); MIPs; conveniência; entre outros –, o grupo Febrafar tem índice de crescimento acima do total Brasil em 10 categorias, entre o MAT 05/23 e MAT 05/24.
Por exemplo, os genéricos cresceram 9,11% no total Brasil, enquanto na Febrafar 14,59%; HPC aumentou 18,77% no período, mas no grupo Febrafar, a alta foi de 24,28%; e Medicamentos Isentos de Prescrição (MIPs) cresceram 15,57% no total Brasil, e 22,54% na Febrafar.
Na visão de Tamascia, o maior potencial está nos não-medicamentos. “Estamos num processo de evolução, de crescimento, de aumento de participação de share nos não- medicamentos, como na área de beleza, de produtos para a saúde, MIPs, dermocosméticos e todas as categorias de vitaminas que surgem e são relevantes para a farmácia. Então, aí está uma grande oportunidade de crescer”, afirma.
Entretanto, a venda de genéricos continua forte. “Devem ocorrer muitas quebras de patente nos próximos anos e a tendência é de crescimento; nós estamos olhando para tudo. A prescrição é extremamente importante. Temos feito, inclusive, uma reorganização de mix de produto, dando uma importância maior para os de prescrição. Tudo isso se reflete nos resultados”, finaliza Tamascia.
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