Diferente das projeções de outros institutos, a Close-Up International calcula que a penetração das vendas digitais no canal farma é de 7,1%, considerando o dado YTD (Year to Date) abril 2023 até abril de 2024.
O número foi apresentado no evento “Getting the Strategy 2024”, realizado pela Close-Up, no dia 13 de junho, em São Paulo (SP), reunindo convidados da indústria e do varejo farmacêutico. O Guia da Farmácia também esteve presente para acompanhar as novidades.
O diretor de serviços e insights ao varejo e distribuição da Close-Up, Ivan Engel, explicou que os números de vendas digitais do setor farma podem apresentar distorções, porque as bases de dados contêm informações de lojas online especializadas em beleza (que não são farmácias) e que aí sim tem penetração muito forte no digital.
Segundo ele, a Close-Up está amadurecendo a sua base de digital, com dados de novos informantes e em breve terá informações mais robustas sobre as vendas online.
Farmácia cada vez mais digital
Superapp, clique e retire, delivery, WhatsApp… como estão as vendas online das farmácias? Quais são os desafios de estoque, atendimento, tecnologia e dados que o setor vem enfrentando para atender à crescente demanda digital?
Durante o evento, Engel conduziu um debate sobre este tema com a participação do diretor comercial da Farmarcas, Fabio Chacon; do diretor de canais digitais da Pague Menos e Extrafarma, Rafael Cipriano, e da responsável pelas áreas de vendas online e BI (Business Intelligence) da Nestlé, Patricia Antoneli.
Segundo Chacon, a Farmarcas tem a digitalização no seu planejamento estratégico, tanto que já investiu R$ 15 milhões no seu app. “A Farmarcas não nasceu com essa característica do digital e nossa estratégia pré pandemia estava voltada ao transacional, em um modelo de baixo de custo para trabalhar em cima de preço. Depois da pandemia e com as mudanças no nosso planejamento estratégico, começamos a operar de uma maneira que a farmácia possa implantar seu estoque e precificação, de forma que seja factível trabalhar dentro do nosso modelo no digital também”, disse Chacon.
“Nossa visão é que o varejo farma já nasceu digital, com a venda pelo telefone”, afirmou Cipriano, da rede Pague Menos e Extrafarma. Segundo o executivo, hoje a empresa disponibiliza os canais que o cliente quer: site, app, televendas (que é muito forte no Nordeste), proximidade (a carteira de clientes da própria loja que ganhou força na pandemia) e via terceiros, como Rappi e Ifood”.
Ele também destaca a modalidade Clique e Retire, que hoje é muito forte no canal farma por causa da capilaridade, ou seja, da grande quantidade de pontos de venda, e porque um dos atritos que o cliente encontra em sua jornada de compra é o frete. “O clique retire também traz o benefício de levar tráfego para a loja física”, afirmou. Cipriano contou que os canais mais fortes para Pague Menos e Extrafarma são e-commerce, site, app e clique e retire.
Como os fornecedores podem ajudar as farmácias no digital?
Segundo Patricia, da Nestlé, a indústria pode apoiar com seu expertise em entendimento do shopper (ex: como ele consome o produto, o que busca, o que leva à conversão, etc.), além de apoiar com conteúdo, mídia digital e conhecimentos sobre as melhores práticas para vender online.
“A diferença entre o online e o offline é a segmentação, o poder de segmentar o consumidor. A indústria tem um conhecimento muito grande que pode suportar essa segmentação de forma que ela seja mais assertiva e tenha mais retorno de investimento do que é feito pelas farmácias online”, disse Patricia, complementando que é essencial ter dados tanto para traçar as estratégias digitais segmentadas como para acompanhar a evolução do retorno do investimento.
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Farmácia do Futuro 2024 – Ivan Engel – Close-up International