Em julho de 2024, a diretoria colegiada da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou o projeto-piloto para implementação da bula digital de medicamentos no Brasil. De acordo com a proposta, um QR Code deve ser incluído nas embalagens de medicamentos específicos para leitura rápida da bula. O projeto terá vigência até 31 de dezembro de 2026. Uma modernização que traz mudanças e impactos não somente para a população – com o ganho em acessibilidade – como também para o varejo e claro, para a indústria que precisa se adaptar e buscar soluções tecnológicas que atendam a essa demanda.
Solução em nuvem
Desenvolvida pela SIS Innov & Tech, a SmartBula é uma solução SaaS (Software as a Service) em nuvem voltada para a indústria. Com o sistema, as empresas farmacêuticas conseguem cadastrar e atualizar, de forma simples e intuitiva, as bulas de seus medicamentos e se adaptar às novas normas estabelecidas pela Anvisa para bulas digitais com a Resolução RDC 885/2024, em vigor desde setembro de 2024.

“A ferramenta disponibiliza um protótipo pré-definido que ainda facilita a geração do QR Code que deve ir nas embalagens dos remédios. Ao inserir as informações dos medicamentos no sistema, o código é gerado automaticamente já no formato adequado, conforme exigências da ANVISA”, conta o CSO e COO da SIS Innov & Tech, José Lopes.
Ele explica que é possível colocar também no sistema conteúdos extras, como Libras (Língua Brasileira de Sinais), vídeos e arquivos de texto em formato compatível com leitor de tela. “Com isso, a SmartBula garante a conformidade com a norma de forma mais simples e fácil, reduzindo o uso de papel e outros materiais, alinhando as empresas farmacêuticas com práticas mais sustentáveis e contribuindo para um futuro mais verde”, pontua.
Impactos da bula digital
Para Lopes, o principal impacto para os consumidores é a acessibilidade, uma vez que o serviço inclui um público mais amplo, como deficiência auditiva ou visual, e a contribuição às práticas de ESG (Ambiental, Social e Governança). “Eles terão a certeza de que estarão com informações atualizadas e consumindo os medicamentos de forma correta com vídeos e arquivos complementares”, comenta.

Além da garantia da conformidade com a RDC 885/2024 da ANVISA, as farmacêuticas ganham ao conseguir atualizar, em tempo real, as informações dos medicamentos, eliminando a necessidade de impressão e produção de novas embalagens e bulas. “Isso também facilita a rotina das farmácias com organização de estoque, uma vez que a tendência é que não seja necessária a troca dos medicamentos apenas por mudanças nas informações em embalagens e bulas. Com essa reorganização, as equipes podem dedicar mais tempo ao atendimento, melhorando a experiência do consumidor”, destaca Lopes.
Expectativas para adoção das bulas digitais
A expectativa da empresa é de que a adoção das bulas digitais no Brasil represente um avanço na modernização e transformação digital do setor de saúde, alinhando-se às tendências globais.
“A implementação da ferramenta visa aprimorar a acessibilidade e personalização das informações de saúde para os usuários de estabelecimento de saúde, profissionais ou pacientes que necessitem, garantindo o acesso inclusivo às informações. Esperamos que a adoção das bulas digitais melhore o acesso e a compreensão das informações sobre medicamentos e promova um canal de comunicação mais eficiente e seguro dos profissionais de saúde com os usuários”, afirma.
Lopes ressalta que uma transição para a bula digital pode apresentar desafios, como o acesso desigual à tecnologia, especialmente em regiões com conectividade limitada, e a necessidade de capacitação de populações menos familiarizadas com recursos digitais. “Então, prevemos um processo gradual, para que todos os usuários continuem tendo acesso às informações necessárias sobre os medicamentos, tanto pela forma tradicional como pela bula digital”, finaliza.
Foto de capa: Shutterstock
Fotos: Divulgação/ SIS Innov & Tech
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