A aromaterapia é uma das práticas integrativas e complementares (PICs) incorporadas ao rol de tratamentos oferecidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS), desde 2018. O Conselho Federal de Farmácia (CFF) regulamentou essa prática terapêutica, em 2022, por meio da Resolução CFF nº 732, que regulamenta a atuação do farmacêutico em PICs reconhecidas pelo SUS. Isso inclui as 29 práticas listadas pela Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC), do Ministério da Saúde, e todas que vierem a ser incluídas futuramente.
A farmacêutica pesquisadora em produtos naturais de plantas medicinais da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Wania Cristina da Silva, explica que a prática clínica da aromaterapia está se desenvolvendo bastante no Brasil. “Isso tem se dado graças a esforços pontuais de profissionais de saúde que se capacitam para utilizar óleos essenciais com segurança em seus pacientes”.
Wania Cristina observa que a aromaterapia é uma excelente prática complementar a ser ofertada pelo farmacêutico, pois pode ser associada a outras terapias e tratamentos medicamentosos.
“É considerada um braço da fitoterapia, já que se utiliza de óleos essenciais extraídos de diferentes partes das plantas medicinais aromáticas, e, nos últimos anos, a procura por essa terapia teve um crescimento expressivo no Brasil”, afirma a farmacêutica.
Mercado
Ainda de acordo com a pesquisadora da UFMG, que também é membro da Associação Francesa de Aromaterapia Clínica (AFAC), o aumento da prática, no Brasil, chama atenção para um mercado que tem superado muitas expectativas, tanto de comercialização interna quanto de exportação desses óleos aromáticos.
“O Brasil é um importante ator na cadeia de produção e comercialização desses óleos essenciais. O País oferta esses insumos, há quase 100 anos, ao mercado internacional, com destaque para espécies como menta, laranja, lima, limão, eucalipto, capim-limão, pau-rosa, copaíba, andiroba e café”, destaca Wania Cristina.
Eficácia comprovada
Doutora em Medicamentos e Assistência Farmacêutica, Wania Cristina explica que existem alguns grupos de profissionais independentes que incluíram a aromaterapia na prática clínica e, também, profissionais que atuam nas universidades realizando pesquisa clínica em hospitais e centros de saúde, em diversas partes do País.
Neste sentido, num ensaio clínico realizado no Hospital das Clínicas da UFMG, a farmacêutica fez a coordenação do ensaio, a qualificação dos fornecedores, o controle de qualidade da matéria prima e do produto acabado, além da negociação de contrato, todas ações inerentes à profissão. O estudo foi apresentado no Primeiro Encontro de Aromaterapia Clínica, em Lyon/França, em 2023.
Trata-se de um estudo comparativo que contou com três grupos de participantes com queixas de ansiedade, estresse e insônia, que utilizaram os óleos essenciais.
O Grupo 1 usou óleo de marjolaine; o Grupo 2 usou uma sinergia de óleos contendo essências de mandarina, citrus reticulata (casca), laranja, citrus auratium dulcis (casca), Ylang-ylang, Cananga odorata (flores), Patchouli Pogostemon cablin, Tansy Tanacetum annum anual (capitulum); e o Grupo 3 usou o óleo carreador de coco, uma substância inerte.
Como resultado dessa experiência, a pesquisa apresentou evidências estatisticamente significativas do efeito benéfico da aromaterapia clínica.
Os pesquisadores conseguiram avaliar a eficácia da aromaterapia nos desfechos de estresse, ansiedade e melhora da qualidade do sono dos participantes.
“Foi importante compreender que a via de administração olfativa para os óleos essenciais traz um benefício à esfera emocional e ajuda a melhorar alguns sintomas como ansiedade, dor, fadiga e náusea, além de melhorar a concentração e foco para os estudos”, apontou a pesquisa.
Fonte: Conselho Federal de Farmácia (CFF)
Foto: Shutterstock
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1 comentário
Sou farmacêutica, faço uso dos óleos essenciais, e minha saúde melhorou muito depois que conheci esta alternativa, aprovo totalmente