Muitas vezes chamada de “pílula da felicidade”, a fluoxetina é um medicamento que equilibra a quantidade de serotonina no cérebro, atuando no tratamento a depressão, transtornos alimentares, transtorno obsessivo-compulsivo, entre outras patologias psiquiátricas.
Contudo, apesar da promessa da vida mais feliz como mágica, deve-se utilizar o fármaco com responsabilidade e indicação médica para que não seja prejudicial ao paciente.
Saiba mais sobre como a fluoxetina funciona, contraindicações e efeitos colaterais!
O que é a fluoxetina?
Um antidepressivo feito com o composto de cloridrato de fluoxetina.
Qual o efeito?
O cloridrato de fluoxetina é um inibidor seletivo da recaptação do neurotransmissor serotonina (substância sedativa e calmante que participa da comunicação das células do cérebro). Assim, havendo desequilíbrio na quantidade de serotonina, a depressão pode ocorrer ou se acentuar.
Ademais, a fluoxetina tem como função aumentar a serotonina do cérebro, ajudando a controlar os sintomas da depressão, ao paciente sentir-se melhor. Além disso, a fluoxetina é bem absorvida após administração oral e atinge a concentração máxima dentro de 6 a 8 horas.
Qual é a indicação?
A fluoxetina é indicada para o tratamento não apenas da depressão associada ou não com ansiedade, como também da bulimia nervosa (transtorno alimentar), do transtorno obsessivo-compulsivo (TOC) e do transtorno disfórico pré-menstrual (TDPM), incluindo tensão pré-menstrual (TPM), irritabilidade e disforia (mudança repentina e passageira de ânimo como sentimentos de tristeza, pena e angústia).
Quais as contraindicações?
Em primeiro lugar, o medicamento é contraindicado para pacientes alérgicos à fluoxetina ou a qualquer um dos componentes da fórmula.
Além disso, é contraindicado também para pacientes que estão utilizando outros inibidores da monoaminoxidase – IMAO (outra classe de antidepressivos), reversíveis ou não, como por exemplo, o sulfato de tranilcipromina, puro ou em associação e a moclobemida.
Em suma, esta contraindicação permanece até no mínimo 14 dias após a suspensão do tratamento com qualquer IMAO para iniciar o tratamento com o cloridrato de fluoxetina.
Ademais, o uso em combinação de cloridrato de fluoxetina com tioridazida é contraindicado devido ao risco da ocorrência de efeitos adversos graves, podendo levar ao óbito.
Por fim, o medicamento cloridrato de fluoxetina é contraindicado para pacientes em uso de pimozida. Caso esteja usando algum destes medicamentos o médico deverá ser informado, pois o tratamento deverá ser suspenso antes de iniciar o tratamento com cloridrato de fluoxetina.
Quais os efeitos colaterais da fluoxetina?
- As reações comuns, que ocorrem entre 1% e 10% dos pacientes, são: ansiedade, diarreia, sonolência, fraqueza geral, dor de cabeça, hiperidrose (excesso de suor), insônia, náusea (enjoo), nervosismo, bocejo.
- Reações incomuns (ocorre entre 0,1% e 1% dos pacientes): dor abdominal (barriga) com cólicas, diminuição do desejo sexual, impotência sexual, ereção prolongada (priapismo), queda de cabelo, dor torácica (dor no peito), calafrios (tremores), tosse, constipação (prisão de ventre), tonturas, falta ou perda de apetite, fadiga (cansaço), alteração da concentração ou raciocínio, congestão nasal, prurido na pele (coceira), zumbido, vômito, perda de peso, aumento da frequência urinária, mialgia (dor muscular), artralgia (dor nas articulações), taquiarritmia (batimentos acelerados do coração), febre, flatulência (gases), visão anormal (turva, aumento da pupila), dismenorreia (cólica menstrual), dispneia (falta de ar), urticária (alergia da pele), xerostomia (secura da boca), fotossensibilidade da pele (maior sensibilidade da pele ao sol).
- As reações raras, que ocorrem entre 0,01% e 0,1% dos pacientes, são: função hepática (do fígado) anormal, reações alérgicas, hepatite medicamentosa (causada pelo medicamento), sintomas de gripe, sintomas de hipoglicemia (diminuição da glicose no sangue), aumento do risco de sangramento, linfadenopatia (crescimento dos gânglios linfáticos), alterações de humor, ganho de peso, ideia e comportamento suicidas.
- Reações com frequência desconhecida: sintomas autonômicos (incluindo secura da boca, sudorese, vasodilatação, calafrios), hipersensibilidade (incluindo coceira, erupções da pele, urticária, reação anafilactoide, vasculite, reação semelhante à doença do soro, angioedema), disfagia (dificuldade de engolir), dispepsia (indigestão), alteração do paladar, equimose (manchas avermelhadas), tremor/movimento anormal (incluindo contração, ataxia, síndrome buco-glossal, mioclonia, tremor), anorexia (incluindo perda de peso), palpitação, inquietação psicomotora, vertigem, reação maníaca, distúrbios do sono (incluindo sonhos anormais), convulsões.
Como tomar?
Somente o médico pode indicar a dosagem da fluoxetina de acordo com o tratamento. Mas, geralmente, as doses são:
- Depressão: recomenda-se a dose de 20 mg/dia.
- Bulimia Nervosa: a dose de 60 mg/dia é a recomendada.
- Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC): a dose de 20 mg/dia a 60 mg/dia é a recomendada.
- Transtorno Disfórico Pré-menstrual (TDPM – TPM): a dose recomendada é de 20 mg/dia administrada continuamente (durante todos os dias do ciclo menstrual) ou intermitentemente (isto é, uso diário, com início 14 dias antes do início previsto da menstruação até o primeiro dia do fluxo menstrual. Deve-se repetir a dose a cada novo ciclo menstrual).
Qual o melhor horário para tomar?
Em resumo, como grande parte dos pacientes se sentem mais ativas e dispostas com a fluoxetina, o ideal é tomar o medicamento pela manhã, após o café. Desse modo, raramente, os pacientes sentem sonolência ao tomar a fluoxetina.
Fluoxetina emagrece?
Em alguns casos, sim. Em princípio, pode-se utilizar a fluoxetina em algumas situações para pacientes que precisam perder peso. Aliás, estudos apontam benefícios em indivíduos com compulsão alimentar e nos que ganharam peso usando antipsicóticos.
Porém, neste caso, considera-se a fluoxetina como um medicamento de segunda escolha quando a finalidade é emagrecimento. Além disso, somente um profissional de confiança deve indicá-la. Ademais, o paciente não pode ter contraindicações psiquiátricas.
Posso comprar fluoxetina sem receita?
Não! Deve-se comprar a fluoxetina com o receituário médico branco especial – ou seja, de uso controlado. Aliás, usa-se este documento em medicamentos como antibióticos, antirretrovirais, anabolizantes e alguns imunossupressores (como a fluoxetina). Inclusive, possui duas vias: uma para o paciente, outra para a farmácia.
Ademais, a receita médica costuma possuir validade de 30 dias após a sua emissão. Além disso, limita a quantidade de medicamento para o tratamento durante esse período.
Posso beber durante o tratamento?
Em princípio, em testes formais, não se verificou que a fluoxetina aumentasse os níveis sanguíneos de álcool ou potenciasse os efeitos do álcool.
No entanto, não se aconselha a combinação do álcool com o tratamento com cloridrato de fluoxetina.
Indústrias que produzem a fluoxetina
O nome comercial da fluoxetina é Prozac e é produzido pela Eli Lilly. Contudo, o composto está disponível como genérico dos seguintes laboratórios:
- EMS
- Furp
- Germed
- Legrand
- Medley
- Merck
- Pharma
- Teuto
- Wyeth
- Aurobindo
- Biosintetica
- Blisfarma
- Brainfarma
- Eurofarma
- Globo
- Hipolabor
- Nova Quimica
- Pharmascience
- Ranbaxy
- Sandoz
- Teuto
- Zydus
Conclusão
A fluoxetina é uma opção benéfica aos pacientes que sofrem com doenças psiquiátricas, como a depressão e os transtornos obsessivos.
Porém, deve-se usar com indicação médica e apenas para tratamentos com acompanhamento. Nesse sentido, usá-la para outros fins, como emagrecimento, é prejudicial e pode causar danos à saúde do paciente.
Fontes:
Medicamento genérico
Fonte: Guia da Farmácia
Fotos: Shutterstock