A comercialização de medicamentos genéricos no Brasil continua em alta após 25 anos da implementação da Lei nº 9.787, que entrou em vigor em 1999 e ampliou o acesso a diversos tratamentos. Nos últimos cinco anos, houve um crescimento médio de 5% ao ano nas vendas. Em 2023, 2 bilhões de medicamentos genéricos foram vendidos no país, segundo a PróGenéricos.
Tiago de Moraes Vicente, presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Medicamentos Genéricos e Biossimilares, explica que os mais usados são aqueles para doenças crônicas, como hipertensão, colesterol alto e problemas do sistema nervoso central.
Vicente destaca que desde a promulgação da lei, economizou-se quase R$ 300 bilhões, um valor significativo, uma vez que a norma exige que os genéricos sejam pelo menos 35% mais baratos que os medicamentos de referência.
Atualmente, existem 100 laboratórios fabricando genéricos no Brasil. Vicente também mencionou propostas aprovadas pela Câmara que beneficiam o setor, como a reforma tributária, que deve reduzir as alíquotas sobre medicamentos.
Preço não impacta a qualidade
Cauê Nascimento, diretor-executivo de Genéricos da EMS, explica que os medicamentos de referência precisam de um período de exclusividade protegido por lei para garantir retorno financeiro para as empresas que investem em pesquisa.
Quando as patentes expiram, outros fabricantes podem entrar no mercado e copiar as moléculas, evitando os altos custos de fabricação, pesquisa e testes. É por isso que os genéricos são mais baratos para o consumidor.
Nascimento enfatiza que o preço não afeta a qualidade, pois as indústrias realizam testes para garantir a mesma eficácia e absorção dos medicamentos de referência.
Esses testes incluem equivalência farmacêutica, que confirma a composição do produto, e bioequivalência, que garante a absorção adequada em seres humanos.
Fonte: Conselho Federal de Farmácia (CFF)
Foto: Shutterstock
Leia mais
Mercado global de medicamentos genéricos atingirá US$ 671,5 bilhões até 2030, segundo relatório