Desde o seu lançamento, o WhatsApp se tornou um dos principais canais de comunicação, evidenciando pelo menos mais de 2 bilhões de usuários ativos no mundo, consolidando assim o app como um dos mais populares no planeta.
O especialista em programação e CEO da Ubots, Rafael Souza, explica que devido ao sucesso instantâneo do aplicativo de mensagens por trazer mais praticidade e acessibilidade para o dia a dia dos consumidores, as empresas de todos os segmentos buscaram a implementação do canal.
Todavia, algumas organizações acabaram esbarrando em uma questão crucial: a política de uso do WhatsApp.
“O setor farmacêutico foi um exemplo, pois foi proibido de usar o canal em 2019, após o bloqueio de mais de 500 contas por considerarem que essas empresas violavam as políticas de uso do aplicativo”, comenta Souza.
A impossibilidade de enviar mensagens pelo WhatsApp acabou prejudicando as vendas nas farmácias, visto que essas empresas tinham grande participação no contato com clientes, pois viabilizavam o esclarecimento de dúvidas, envio de orçamentos, dentre outras coisas.
Para resolver esse caso, a Associação de Farmácias de Manipulação (Anfarmag) entrou, então, com uma ação para cobrar esclarecimentos da plataforma e restabelecer as contas que foram bloqueadas.
Como resultado, o Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT), determinou, então, que a empresa realizasse o imediato desbloqueio, com acesso urgente ao aplicativo.
O problema foi resolvido e as farmácias voltaram, então, a utilizar o aplicativo de mensagens, mas com algumas restrições.
Política de uso do WhatsApp
De acordo com as diretrizes do aplicativo de mensagens, é estritamente proibida a comercialização de drogas por meio do app, sejam elas ilícitas ou sujeitas a prescrição médica.
E, por esse motivo as farmácias foram, portanto, proibidas de utilizar o canal.
Entre os artigos proibidos estão:
- Drogas, incluindo maconha e produtos à base de maconha.
- Acessórios para uso de drogas, como cachimbos e bongos.
- Drogas sujeitas a prescrição médica.
No entanto, além dos citados, outra categoria de produtos que não podem ser vendidos na plataforma, são os categorizados como produtos médicos e de saúde que são facilmente encontrados no catálogo de itens disponíveis.
Dentre os produtos estão:
- Lentes de contato.
- Curativos e proteções contra lesões físicas.
- Termômetros.
- Kits para exames médicos ou doenças.
- Bombas de tirar leite materno.
- Kits de primeiros socorros.
Dessa forma, os produtos incluídos nas duas classificações são proibidos dentro do WhatsApp Business e caso seja praticada a venda dos mesmos, ocasionará em penalidades para a empresa.
Aderência ao canal
Com o lançamento das versões business do app, muitas farmácias acabaram aderindo ao canal e obtendo muito sucesso com a nova estratégia de comunicação e atendimento.
No entanto, não demorou muito para que o WhatsApp barrasse o uso por parte da indústria farmacêutica.
Porém, isso mudou com a pandemia, e o canal liberou sua utilização, mas com ressalvas.
Souza explica que ainda segue proibida a comercialização de qualquer produto de uso medicinal, mas as farmácias estão tendo um papel importante no programa de vacinação contra a Covid-19.
“Muitas delas dispõe de serviços médicos com prestação de consultas, testes e vacinação, auxiliando, então, os pontos e hospitais neste momento tão delicado que o país se encontra”, comenta.
Por esse motivo, o Facebook resolveu liberar o uso do WhatsApp Business e Business API para auxiliar a comunidade a agendar consultas e vacinas.
Entre as mensagens permitidas no aplicativo de mensagens estão:
- Mensagens contendo atualizações personalizadas sobre a elegibilidade de uma pessoa para receber a vacina.
- Agendamento de consultas para teste e administração da vacina.
- Responder a dúvidas que as pessoas têm sobre testes e vacinas.
- Disponibilizar um chatbot para responder, então, a perguntas frequentes sobre seus serviços médicos, incluindo Covid-19 e informações sobre vacinas.
- Acompanhamento de nomeação para vacinas.
O aplicativo também possibilitou a utilização de empresas farmacêuticas como por exemplo:
Fabricantes farmacêuticos, fabricantes de dispositivos médicos e clínicas de aprimoramento e modificação corporal.
Essas empresas podem, então, utilizar o WhatsApp para os seguintes fins:
Para a comunicação com médicos
- Consulta de medicamentos.
- Solicitação de representantes.
- Pedidos de amostra grátis de produtos.
- Envio de convites para eventos e conteúdos científicos.
Para a comunicação com consumidores
- Consulta de bula.
- Solicitação de dosagem de medicamentos.
- Participação nos programas de medicamentos e laboratórios.
- Responder dúvidas sobre medicamentos e reações adversas.
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Fonte: Ubots
Foto: Shutterstock