“A maior força do nosso portfólio é o foco em produtos exclusivamente naturais. Nenhuma outra farmacêutica no Brasil tem esse conceito”. É assim que o presidente da Herbarium, Marcelo Geraldi, define a empresa que, em 2020, celebra 35 anos.

Em mais de três décadas no mercado, a companhia acumula um rico portfólio com mais de 50 produtos. E os lançamentos não param de surgir. Somente neste ano, três grandes marcas estão chegando para complementar o mix da empresa: Kaloba, Tebonin e Cognitus.
“Com o portfólio atualizado, a Herbarium assume a liderança no mercado de fitoterápicos do Brasil”, sintetiza o executivo.
Acompanhe, a seguir, os melhores momentos desta entrevista.
Guia da Farmácia • O laboratório Herbarium completa quantos anos no mercado em 2020? Hoje, quais são as grandes forças dentro do portfólio da empresa?
Marcelo Geraldi • Em 2020, a Herbarium completa 35 anos. A maior força do nosso portfólio é o foco em produtos exclusivamente naturais. Nenhuma outra farmacêutica no Brasil tem esse conceito. Temos, principalmente, medicamentos fitoterápicos, mas também suplementos e vitaminas. Além disso, operamos o Laboratório Heel (Alemanha), no Brasil, e o portfólio desta empresa é 100% composto por
medicamentos naturais.
As marcas éticas mais consolidadas da Herbarium são Androsten, Gamaline e Imunoflan. E na linha de Medicamentos Isentos de Prescrição (MIPs), temos os fitoterápicos tradicionais, como Castanha da Índia, Guaco e Maracujá. Recentemente, tivemos três lançamentos: Ômater Gest, Gamatop e Simpli-D. Na Heel, temos Traumeel e Zeel, e acabamos de lançar, em todo o Brasil, o Neurexan.
Guia • Recentemente, a Herbarium adquiriu três marcas de fitoterápicos novos com prescrição. Conte um pouco sobre esses novos produtos.
Geraldi • A partir de outubro deste ano, as marcas Kaloba, Tebonin e Cognitus passam a fazer parte do portfólio Herbarium. Estes fitoterápicos já são muito conhecidos e conceituados no mercado farmacêutico e vêm compor muito bem o nosso portfólio.
A Herbarium busca sempre expandir a linha com produtos 100% alinhados com a sua filosofia, ou seja, origem natural, alta qualidade e relevância para os médicos e consumidores.
Guia • Com essas aquisições, qual passa a ser o posicionamento da Herbarium no setor de fitoterápicos?
Geraldi • Com as novas aquisições, a Herbarium, que já era a marca de referência no segmento, agora também é a líder em vendas de medicamentos fitoterápicos no Brasil (IQVIA PPP MAT 08/2020).
Guia • Onde está localizado o parque fabril da Herbarium? Qual a capacidade produtiva da fábrica? São quantos colaboradores?
Geraldi • O parque fabril está localizado em Colombo, região metropolitana de Curitiba, no Paraná. Temos capacidade para produzir mais de meio milhão de unidades por mês e rodar mais de três linhas de produção simultâneas. Ao todo, somos 411 colaboradores, sendo que quase a metade está na força de promoção médica. E nesse time ainda está prevista uma expansão para 2021.
Guia • Um produto fitoterápico é composto por plantas medicinais. De onde vem as matérias-primas dos produtos da Herbarium?
Geraldi • A Herbarium utiliza matérias-primas nacionais e internacionais. O guaco e a espinheira-santa, por exemplo, são plantas brasileiras. A produção de ambas é nacional e orgânica, inclusive.
Porém, a maioria dos extratos de plantas medicinais não é de plantas brasileiras, logo, são importados. Mas é interessante citar que todos estes fornecedores são visitados em suas matrizes para serem homologados in loco pela Herbarium, a fim de garantir que tenhamos a matéria-prima da mais alta qualidade. Nossos processos de seleção de fornecedores são muito rígidos, é aí que começa toda garantia da nossa qualidade.
Guia • Quais os cuidados da empresa com a preservação ambiental?
Geraldi • Mais do que ser uma empresa de sucesso, que beneficia a saúde das pessoas por intermédio da entrega de medicamentos fitoterápicos de qualidade, a Herbarium também busca ser benéfica ao meio ambiente. Para isso, realizamos uma série de iniciativas e todos os controles fazem parte dos indicadores oficiais da companhia, em que cada área presta contas sobre as responsabilidades relacionadas à área ambiental.
São exemplos de ações, a nossa logística reversa de medicamentos; os cuidados com as nossas frotas de transporte, abastecendo-as com álcool, combustível menos agressivo ao ambiente; e os carros de diretoria que são veículos híbridos.
Guia • No Brasil, na indústria de alimentos, o que se vê é um movimento de apelo ao natural, em que os consumidores buscam produtos com ativos mais saudáveis e menos agressivos ao corpo. Esse movimento se estende à indústria de medicamentos? De que forma os fitoterápicos ganham destaque neste contexto?
Geraldi • A busca por um estilo de vida mais natural já deixou de ser tendência e tornou-se uma realidade. O mercado alimentar consolidou a área de produtos saudáveis nestes últimos anos, mas este hábito de consumo não ficou restrito à alimentação. Hoje, o mercado de cosméticos naturais cresce, e outros, como produtos de limpeza e para pets, também estão ganhando espaço.
Mas, na verdade, os medicamentos naturais já existem muito antes dessa “onda natural”. No caso da Herbarium há 35 anos. Por isso, costumamos dizer que, diferentemente de outras empresas do setor, nós não “estamos nessa onda”. Nós “somos a onda”!
Com muita satisfação, vemos que hoje e, cada vez mais, as pessoas buscam por opções mais naturais, orgânicas e menos agressivas ao organismo. Um bom exemplo disto é o foco que algumas redes de farmácias têm dado a esta categoria, fazendo pilotos de exposição, treinando seus atendentes sobre estes produtos, entre outras ações.
Guia • A empresa está presente, em média, em quantos pontos de venda (PDVs)?
Geraldi • Estamos presentes em mais de 50 mil PDVs em todos os estados do Brasil.
Guia • Qual o potencial do mercado de produtos com apelo natural dentro do canal farma?
Geraldi • Hoje, a Herbarium já faz um trabalho de Gestão de Fitoterápicos e Naturais para algumas redes do País, onde fica evidente a oportunidade que existe para potencializar os resultados. Por se tratar de um mercado muito específico, é importante que isto seja feito por um parceiro que realmente tenha condição de orientar sobre os detalhes deste mercado.
O universo de produtos naturais está em constante expansão. A cesta de produtos naturais só aumenta e, junto a este consumo, vêm associados alguns outros comportamentos, como, por exemplo, a relevância a sustentabilidade e outros hábitos benéficos ao planeta.
Uma pesquisa publicada pela Nielsen este ano mostrou que consumir produtos sustentáveis tornou-se prioridade para aproximadamente 32% dos brasileiros no último ano. Dessa forma, marcas que investem em produtos orgânicos, veganos, não testados em animais e feitos com produtos naturais são consideradas prioridades para um público cada vez maior. E isso tem se intensificado durante a pandemia da Covid-19.
Guia • Na sua visão, como as farmácias poderiam explorar melhor esse segmento no PDV?
Geraldi • Nós acreditamos que é necessário seguir três pilares. O primeiro deles é conhecer bem o consumidor que, nesta categoria, pode se apresentar de três formas: o comprador eventual (compra o produto pelo seu benefício, para solucionar seu problema momentâneo); o novo comprador (está inserido no mercado de produtos naturais e gosta de receber orientação na farmácia); e o comprador fiel (que consome produtos naturais).
Depois disso, é importante oferecer um mix amplo de produtos (atendendo ao maior número de tratamentos possível), mas que também se atente a estes três pontos que são os mais relevantes aos clientes: Marca, Qualidade e Custo-Benefício. Por fim, o terceiro ponto é valorizar a organização da categoria dentro da loja. As pesquisas mostram que este consumidor tende a andar pela loja até encontrar o produto. Então, se o espaço para esta categoria estiver bem organizado e sinalizado, facilita-se muito a compra do cliente.
Guia • Agora falando sobre a Covid-19, quais ações específicas foram desenvolvidas na fábrica por conta da pandemia?
Geraldi • Na fábrica, foram realizadas várias ações. O transporte, por exemplo, passou a ser privado para todos os funcionários. Ajustamos os turnos para evitar a aglomeração de pessoas e os colaboradores dos setores administrativos foram colocados em home office. Durante este período, desenvolvemos a produção de álcool em gel para doação em tempo recorde e colocamos à disposição dos nossos colaboradores, médicos e psicólogos.
Além disso, fizemos um plano para estimular a prática de exercícios de meditação e físicos, pensando no máximo bem-estar dos nossos colaboradores. Foi um período desafiador e ainda está sendo. Mas estamos diariamente praticando o que sabemos fazer de melhor: cuidar e inspirar cuidado à saúde das pessoas.
Guia • Muitos especialistas afirmam que a pandemia pelo novo Coronavírus deve deixar uma série de legados para as empresas. Para a Herbarium, quais serão as maiores lições extraídas deste cenário?
Geraldi • A Covid-19 é o maior desafio de nossa geração. Temos enfrentado uma verdadeira luta pela vida, mas isto também nos ajudou a enxergar algumas faces da sociedade, quase sempre invisíveis para a maioria das pessoas. Por exemplo, os nossos profissionais de saúde: médicos, enfermeiros, farmacêuticos, colaboradores de clínicas, hospitais e outros, que têm arriscado sua vida e sacrificado o convívio com suas próprias famílias para manter a vida de muitas pessoas e seus familiares.
Em relação à Herbarium, acreditamos que o pós-pandemia irá reforçar ainda mais os valores que já praticamos como companhia.
Guia • Quais são as projeções de crescimento da empresa para 2020/2021? Seguem positivas mesmo com o cenário de instabilidade pela pandemia?
Geraldi • Para 2021, a empresa irá quase dobrar de tamanho, considerando as novas inclusões que teremos no portfólio e o crescimento dos produtos já em linha. A pandemia gerou insegurança no mercado e nas empresas como um todo, mas a Herbarium vem fazendo um trabalho muito consistente, com parcerias sólidas e visão de longo prazo.
Dessa forma, as instabilidades nos desafiam, mas não nos tiram o sono. Sabemos quem somos, onde queremos chegar e temos um time engajado. Todos compreendem que fazem parte de algo maior – com objetivos comuns a serem atingidos.
Fonte: Guia da Farmácia
Fotos: divulgação
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